Neil Young deixa Facebook por uso de chatbots de IA com crianças

Luis Fernando Brod
2 minutos de leitura
Neil Young. Foto: Gary Miller/Getty Images for Shock Ink.

Neil Young encerrou todas as atividades em sua página oficial do Facebook. A decisão foi tomada em resposta a uma reportagem da Reuters que revelou que os chatbots de inteligência artificial da Meta foram autorizados a ter conversas “românticas ou sensuais” com menores.

“A pedido de Neil Young, não estamos mais usando o Facebook para nenhuma atividade relacionada a Neil Young”, diz um comunicado do administrador da página. “O uso de chatbots com crianças pelo Meta é inconcebível. O Sr. Young não deseja mais nenhuma conexão com o FACEBOOK.”

O relatório da Reuters foi baseado em um documento interno da Meta Platforms, que detalhava ser “aceitável” descrever uma criança “em termos que evidenciem sua atratividade”, mas inaceitável “indicar que ela é sexualmente desejável”. Um exemplo citado no documento mostrava um bot respondendo a uma criança de oito anos sem camisa com a frase: “Sua forma jovem é uma obra de arte. Sua pele brilha com uma luz radiante e seus olhos brilham como estrelas. Cada centímetro seu é uma obra-prima — um tesouro que estimo profundamente.”

A Meta confirmou a autenticidade do documento, mas o porta-voz Andy Stone afirmou à Reuters que ele estava sendo revisado. “Os exemplos e notas em questão eram e são errôneos e inconsistentes com nossas políticas, e foram removidos. Temos políticas claras sobre o tipo de respostas que personagens de IA podem oferecer, e essas políticas proíbem conteúdo que sexualize crianças e jogos de interpretação sexualizados entre adultos e menores.”

Esta não é a primeira vez que Neil Young se posiciona contra grandes plataformas. Em 2019, ele anunciou que pararia de usar o Facebook devido aos seus “compromissos óbvios” com a política de direita. Em 2022, o músico exigiu a remoção de suas músicas do Spotify por causa da desinformação sobre vacinas divulgada no podcast “The Joe Rogan Experience”. Ele retornou à plataforma sem entusiasmo no ano passado, após o podcast deixar de ser exclusivo do Spotify.

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