Jussara Silveira é uma artista brasileira que nunca viu o mundo com fronteiras. Ao contrário, constrói pontes. A mais nova ponte junta Brasil e Cabo Verde, dois países que se expressam pela língua portuguesa. Cada qual com o seu sotaque, suas particularidades e identidades marcadas, mas irmanados.
É o que Jussara destaca no álbum “Brasilin”, que chega às plataformas nesta quinta-feira, dia 14, via Biscoito Fino, entrelaçando nove faixas de compositores brasileiros e cabo-verdianos. Do lado de cá estão Dante Ozzetti, Luiz Tatit, Domenico Lancelotti, Moreno Veloso, Ednardo e Sérgio Cassiano. Do arquipélago chegam Pedro Cardoso Rodrigues, Manoel de Novas e Toy Vieira.
“Brasilin” também traz uma composição do cabo-verdiano Manuel Lopes, em versão assinada por Carlinhos Brown: “Mãe que eu nasci (Direito de nascê)”, já cantada anteriormente em shows de Jussara Silveira.
Embora Cabo Verde tenha o português como idioma oficial, as ruas das ilhas se expressam em crioulo cabo-verdiano. Vem dessa língua a música que traz o verso que batiza o álbum: “São Vicente é um Brasilin / Chei di ligria, chei di cor”, canta Jussara em “Carnaval di San Vicente”, composição de Pedro Cardoso Rodrigues. O compositor Toy Vieira assina duas músicas, apresentadas lado a lado: “Coragem Irmon” e “Dança Ma Mi Criola”.
Do lado brasileiro, Jussara abre o álbum com “Musa da Música”, parceria de Dante Ozzetti e Luiz Tatit que traz na letra a essência do álbum: “Musa da música / Mãe das Américas / Filha da África fé”. Nenhuma surpresa para quem acompanha as escolhas criteriosas da cantora para o repertório de seus shows. São nomes que já passaram por seu canto cristalino e marcante. Mas fica a saborosa e magistral costura, numa ciranda que une povos tão afins e, por vezes, tão distantes.
“Brasilin” foi gravado em Lisboa, Barcelona, Salvador, Cabo Verde, Portimão e Salvador. Tudo orquestrado pelo mestre Alê Siqueira, que assina a produção musical, e com a coordenação atenta de Valéria Silveira e Sérgio Guerra.
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