Martin Scorsese prepara o lançamento de “Aldeas – Uma nova história”, documentário que reúne a última entrevista em profundidade de Papa Francisco. O longa costura esse diálogo com curtas-metragens realizados em comunidades da Indonésia, Gâmbia e Itália, com enfoque em experiências locais e diversidade cultural.
O projeto surge de uma iniciativa da Scholas Occurrentes, rede educativa internacional fundada por Francisco em 2013. Desde o início, a entidade propõe o uso da arte como instrumento de encontro humano, partindo das periferias. O cinema ocupa lugar central nessa proposta, servindo como meio para promover diálogo, escuta e preservação de identidades.
As entrevistas de Francisco foram registradas durante o retorno do papa à sua cidade ancestral na Sicília. Em nota oficial, divulgada antes de sua morte em abril, o pontífice define o projeto como algo que “vai às raízes do que é a vida humana, à sociabilidade, aos conflitos… à essência do caminho da vida”.
Scorsese, que assina a produção em parceria com sua empresa Sikelia Productions, ressalta a urgência do diálogo cultural: “Agora, mais do que nunca, precisamos conversar e ouvir uns aos outros”, declarou. Para ele, o cinema tem poder único de revelar realidades pessoais e culturais sem apagar suas especificidades.
Além da Sikelia, o filme conta com apoio da Massive Owl Productions e da Aldeas Scholas Films. A direção ficou a cargo de Clare Tavernor e Johnny Shipley, com produção de Amy Foster. Entre os diretores de fotografia, estão Ellen Kuras e Salvatore Totino, nomes ligados a projetos recentes de prestígio no cinema mundial.
A estreia ainda não tem data definida, mas a distribuidora informou que o lançamento ocorrerá “em breve”. Os curtas terão exibição inicial em salas recém-estabelecidas nas comunidades envolvidas, funcionando também como centros permanentes de formação cultural.
Scorsese e Papa Francisco mantiveram diálogo ao longo dos anos. Conversas entre os dois influenciaram filmes como “A última tentação de Cristo” (1988) e “Silêncio” (2016). Após o falecimento do pontífice, o cineasta afirmou: “Ele reconhecia suas falhas, irradiava sabedoria e bondade. A perda é profunda. Mas sua luz permanece acesa”.
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