Paul McCartney divulgará em 8 de dezembro sua primeira faixa em cinco anos, um registro praticamente mudo criado para contestar o uso de inteligência artificial na indústria fonográfica.
O ex-Beatle integra o projeto em vinil “Is This What We Want?”, que reúne canções silenciosas de nomes como Kate Bush, Sam Fender e o compositor Hans Zimmer. Cada faixa, listada no encarte, forma a frase: “o governo britânico não deve legalizar o roubo de música para beneficiar empresas de IA”.
No lado B do disco, a contribuição de McCartney, batizada “(bonus track)”, traz 55 segundos de chiado de fita, 15 segundos de batidas metálicas e mais 80 segundos mesclando os dois sons. O resultado mantém o disco tecnicamente tocável, mas sem conteúdo musical tradicional, reforçando a mensagem do protesto.
Os artistas se opõem a um plano em debate em Westminster que permitiria treinar modelos de IA com obras existentes sem permissão dos autores. Em setembro, McCartney já havia assinado carta aberta pedindo ao primeiro-ministro Keir Starmer que rejeitasse a proposta, apoiada pelo governo dos Estados Unidos em um acordo tecnológico transatlântico.
A discussão legislativa está prevista para o próximo ano. Até lá, a edição limitada em vinil de “Is This What We Want?” pretende ampliar a pressão pública contra o projeto e alertar sobre possíveis prejuízos para compositores iniciantes que dependem de direitos autorais para sustentar suas carreiras.




