Quinto na discografia autoral de Pedro Luís (que inclui ainda um tributo a Luiz Melodia), primeiro do artista pela gravadora Biscoito Fino, “E se tudo terminasse em amor?” reúne canções inéditas compostas para o projeto, que começou a ser concebido ainda na pandemia.
De sonoridade pop, o álbum inaugurou um novo processo criativo na carreira de Pedro Luís. “Tudo foi programado. Eu queria fazer um álbum de inéditas e escolhi o mote: falar de amor. Nunca havia construído canções para um determinado álbum. Pela primeira vez, participei de todos os estágios: não apenas das composições, mas também de toda a construção sonora do disco”, pontua Pedro.
A partir daí, o multifacetado artista carioca passou a convidar parceiros e provocá-los com a ideia de fazer um disco que falasse de amor, em suas mais variadas formas: o amor romântico, o amor que se revolta, o amor por outro ser humano, pela cidade à sua volta. Lucky Luciano, parceiro de longa data, mandou duas letras que se transformaram nas canções “Abraços dos amantes” e “Vem amar comigo”, de onde saíram os versos que dão nome ao álbum.
“Também quis me aproximar de pessoas com as quais nunca havia composto, como a Letícia Fialho, cantautora de Brasília, que eu conheci através do disco que ela lançou, ‘Maravilha marginal”. Chegamos a dividir o palco no ‘Coma’, festival importantíssimo da cena de lá. Nossa parceria no disco é “Gole contra golpe”: a Letícia me mandou essa letra, que eu achei muito forte, muito interessante. É a primeira canção que nasce para o disco”, conta Pedro Luís.
Outras duas compositoras inauguraram parcerias no novo projeto: Ana Carol e Gisele de Santi. Pedro Luís conheceu o trabalho de Gisele ouvindo o álbum da cantautora, “Vermelho e demais matizes”, e a convidou para duas parcerias: “Muito amor”, gravada em dueto pelos dois, e “Choro Punk”. “Essa canção surgiu no estúdio, e é uma espécie de recado para o Rio de Janeiro, a minha cidade natal, com tantas qualidades e tantos problemas. Cabe para outras cidades grandes pouco acolhedoras, nesses tempos de correria urbana e pouca afetividade”, ressalta.
Outra que surgiu no estúdio foi “Carinho na rede”: “Ela parte da ideia de estar balançando numa rede, ganhando um carinho, mas amplia o sentido para falar da rede social, onde a gente esbarra em muita hostilidade. Depois que eu a desenvolvi, já no estúdio, a música ganhou uma estrofe muito especial da Ana Carol”. A gravação conta com a participação luxuosa de Chico César nos vocais: “‘Carinho na Rede’ é uma reflexão sobre nosso tempo e o afeto ou des-afeto manifestado pelas mídias digitais. Tudo a ver. Um prazer enorme cantar com ele essa canção vigorosa. Obrigado, Pedro”, retribui o cantautor paraibano.
O repertório traz ainda as inéditas “É Tempo”, parceria com Rogério Batalha; “Pressa”, com Marco André, e “Na Flauta”, que Pedro Luís compôs sozinho. A surpresa ficou para o final: a versão reggae para “Muito Romântico”, clássico de Caetano Veloso. “Eu já vinha cantando ‘Muito romântico’ nos meus shows com essa pegada, e queria muito revisitar um Caetano nesse projeto solo, porque ele é uma referência imensa de compositor, de cantor, de pensador brasileiro. Fui questionado se ela deveria entrar e resolvi gravá-la, pra mostrar para onde eu queria levar a canção. E assim, todos ficaram encantados e foram construindo comigo essa versão. Acho que ela dialoga muito bem com todas as canções do disco que tratam, no fim das contas, de amor”.
Pedro Luís divide a produção de “E se tudo terminasse em amor?” com André Moraes (músico, produtor musical, autor de trilhas sonoras para cinema, teatro e televisão). “Ficava de olho nas coisas que o André fazia pro cinema. Fui até ele, em Porto Alegre, e nos entendemos de cara. Juntos, no estúdio Áudio Porto, tivemos a ideia de ir montando a banda aos poucos, convidando os músicos pelo caminho, para compor os arranjos que a gente imaginava para cada música”, finaliza.
“E se tudo terminasse em amor?” chega às plataformas dia 15 de novembro, via Biscoito Fino.
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