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Pete Townshend, do The Who, admite pensar em súicidio todas as manhãs

Pete Townshend, guitarrista do The Who, revelou em entrevista ao The Sunday Times sua luta contínua contra o que chama de “depressão química”. Aos 79 anos, ele afirmou que, apesar de enfrentar pensamentos suicidas diários, prefere escrever em um diário a buscar terapia profissional, algo que abandonou na década de 1980.

A rotina matinal que ajuda no combate à depressão

Townshend contou que acorda entre 2h e 5h da manhã, horário em que consegue manter uma continuidade emocional do dia anterior. Quando desperta mais tarde, ele leva cerca de 30 minutos para superar os pensamentos sombrios que frequentemente surgem ao acordar.

“Quando acordo, estou realmente suicida, de verdade”, confessou. No entanto, sua rotina matinal, que inclui chá, biscoitos e a escrita de um diário, tem sido fundamental para aliviar esses sentimentos. “Se começo meus diários antes do chá, pinto um quadro muito sombrio da minha vida, mesmo tendo tudo o que preciso e quero”, explicou.

Getty Images North America

Reflexão sobre terapia e saúde mental

Townshend tentou terapia por três anos, mas desistiu por sentir que o processo não era eficaz para ele. “Depois do terceiro ano, percebi que a terapeuta tinha dito apenas três palavras. Eu estava apenas ouvindo a mim mesmo”, revelou. Desde então, encontrou na escrita uma ferramenta para organizar seus pensamentos.

Embora tenha abandonado a terapia, o músico reconheceu que ela pode ser valiosa para outras pessoas. Ele alertou, porém, sobre os perigos de soluções genéricas, especialmente nas redes sociais. “O que funciona para mim pode não funcionar para você. É preciso cuidado ao compartilhar experiências”, ressaltou.

Um olhar sobre carreira e projetos recentes

Formado em 1964, o The Who transformou Townshend em um dos maiores compositores e guitarristas do rock. Entre seus projetos recentes, está a adaptação musical do romance “Siddhartha”, de Hermann Hesse, chamada The Seeker, criada em parceria com sua esposa Rachel Fuller. O projeto inclui um álbum e uma graphic novel e foi apresentado em Londres como um concerto único.

Enquanto Fuller falou sobre a conexão com o público, Townshend admitiu que não sente nada ao se apresentar no palco. Mesmo assim, destacou a relevância da obra, que aborda a busca espiritual de um homem insatisfeito com uma vida aparentemente perfeita.

Preocupação com saúde mental e artes

Townshend e Fuller também demonstraram preocupação com o financiamento de projetos artísticos e a conexão entre arte e saúde mental. Fuller afirmou que aulas diárias de arte poderiam contribuir para o bem-estar mental de crianças. Townshend concordou, destacando que os musicais continuam a prosperar no Reino Unido, o que representa uma oportunidade para expandir projetos como The Seeker.

Reflexões sobre momentos difíceis

Ao longo da vida, Townshend enfrentou desafios significativos, incluindo uma infância conturbada e lutas contra o alcoolismo, das quais está sóbrio há mais de 40 anos. Ele também abordou questões polêmicas do passado, como sua investigação policial em 2003, que ele classificou como um “erro de julgamento” em um esforço mal direcionado para expor redes de abuso infantil.

Apesar dos altos e baixos, Townshend permanece ativo em sua arte e em conversas sobre saúde mental, destacando a importância de encontrar métodos que funcionem para cada indivíduo.

Informações importantes sobre prevenção ao suicídio

Se você ou alguém que você conhece está passando por momentos difíceis, lembre-se de que existem formas de buscar ajuda. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito e sigiloso.

O CVV atende 24 horas por dia pelo telefone 188, sem custo de ligação. Também é possível buscar suporte pelo site www.cvv.org.br via chat ou e-mail. Não hesite em buscar ajuda: conversar pode ser o primeiro passo para enfrentar esses desafios.

Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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