Processo Jack Douglas x Yoko Ono chegou aos tribunais de Nova York anos após o produtor de “Double Fantasy” e “Milk and Honey” perceber que os royalties prometidos por Yoko Ono, viúva de John Lennon, não estavam sendo pagos.
Sem acordo amigável, a disputa avançou para a Suprema Corte estadual. Logo no início, a defesa de Ono convocou Jann Wenner, fundador da Rolling Stone. Ele afirmou que Douglas era “um ninguém”, mas o advogado do produtor exibiu ao júri um trecho do livro de Wenner com elogios ao engenheiro, desmontando o depoimento.
A sessão seguinte expôs Phil Spector. Visivelmente alterado, o produtor do “wall of sound” respondeu de forma confusa e, ao deixar o banco das testemunhas, tropeçou: a peruca escorregou, deixando as costeletas sobre o nariz e causando constrangimento geral.
Nos bastidores, Douglas notou um homem silencioso sentado atrás dele todos os dias. Posteriormente soube, por meio do fotógrafo Bob Gruen, que Ono teria contratado o suposto “mago” para lançar um feitiço contra o produtor. O ritual falhou: Douglas agradecia o estranho diariamente, desarmando-o.
O júri decidiu a favor de Douglas, concedendo mais de US$ 2,5 milhões em pagamentos atrasados. Anos depois, durante um show de Sean Lennon no Bowery Ballroom, Ono chamou o ex-adversário à mesa, abraçou-o e disse que “muita água havia passado sob a ponte”. Desde então, eles trocam mensagens e o produtor continua convidado para exposições da artista.



