Pussy Riot vira organização extremista oficial na Rússia

Marcelo Scherer
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Pussy Riot. Crédito: Reprodução Instagram.

Pussy Riot “organização extremista” é a nova designação imposta pelo Tribunal Tverskoi, em Moscou, que atendeu ao Ministério da Justiça da Rússia e proibiu todas as atividades do coletivo em 15 de dezembro de 2025.

A sentença, conduzida pela juíza Maria Moskalenko, encerra anos de tensão entre o grupo punk-feminista e o Kremlin. Moskalenko já havia julgado casos envolvendo integrantes da banda e outros opositores, como Alexei Navalny.

Nadya Tolokonnikova, fundadora do Pussy Riot, reagiu em nota pública. “Quando fui julgada pelo ‘punk prayer’, disse que continuava mais livre que os promotores”, declarou. Exilada, ela acrescentou que, na Rússia atual, “dizer a verdade é extremismo” e definiu Vladimir Putin como “um sociopata envelhecido”.

Outro membro, Alexey Knedlyakovsky, considerou a classificação “a prova” de que escolheu o caminho certo: “liberdade, amor e igualdade”.

A decisão ocorre após condenação in absentia de todos os integrantes em setembro e novas acusações contra Maria Alyokhina, Taso Pletner, Olga Borisova, Diana Burkot e Alina Petrova. Segundo promotores, o videoclipe da faixa de 2022, “Mama, Don’t Watch TV”, divulgou informações falsas sobre mortes de civis ucranianos. Alyokhina, Petrova e Pletner também respondem por um ato na Pinakothek der Moderne, em Munique, onde Pletner teria urinado sobre uma fotografia de Putin.

Com a inclusão na lista de extremismo, qualquer colaboração ou financiamento ao Pussy Riot pode levar a processo criminal na Rússia. O coletivo, conhecido por performances relâmpago desde 2011, promete manter a defesa de democracia, soberania ucraniana e liberdade de expressão em palcos internacionais.

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