No universo sonoro do 43duo, Sal e Sina – o segundo single a ser lançado – é a faixa que sintetiza o que vem pela frente, que traz a tônica do próximo álbum do projeto paranaense de indie psicodélico. Com camadas espessas e texturas, a canção finca os pés do duo no psicodelismo, onde a repetição hipnótica de uma guitarra em looping serve de norte — o ponto de retorno em meio às mudanças de tempo e modulações de ritmo. Ouça aqui.
Executada em shows antes mesmo de existir em gravação, foi no palco que a música revelou sua força: uma faísca no ouvido do público, um eco de algo que se entende sem ter sido escutado antes. Foi nesses instantes de reconhecimento coletivo que foi selada a decisão de registrar o álbum de maneira crua, mostrando como o 43duo soa ao vivo.
Inspirada por vertentes iniciais do Tame Impala e por King Gizzard & the Lizard Wizard, Sal e Sina flui entre atmosferas progressivas. A letra mergulha numa poética simbolista que aborda a sina humana de buscar o inalcançável – a eterna marcha rumo ao que falta. “Nós buscamos, não nos contentamos, corremos atrás, ‘chegamos lá’, e vemos que não é isso ainda; e continuamos. A letra reflete a ideia geral do álbum de falar sobre as coisas humanas de uma forma poética e mais lúdica”, conta Luana Santana, que se divide entre bateria, teclas e voz no 43duo. A outra metade do projeto é composta por Hugo Ubaldo na guitarra e na voz.
A produção de Sal e Sina foi financiada com recursos oriundos da Fundação Cultural – Prefeitura de Paranavaí, Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, Ministério da Cultura – Governo Federal.
A capa do single traduz visualmente a abordagem poética da música ao explorar a imagem do reflexo distorcido sobre a água do rio. “As mãos próximas da superfície parecem tocar ou atravessar a imagem, como se buscassem alcançar algo que está ao mesmo tempo dentro e fora de si, assim como o reflexo do sol que se vê de cima, mas nunca se toca, mencionado na letra da música”, comenta Luana.
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