O guitarrista do Skid Row, Scotti Hill, abordou novamente a tão especulada possibilidade de uma reunião com o vocalista original da banda, Sebastian Bach. Em uma entrevista recente ao Hear 2 Zen, Hill comparou a situação de sua banda com o recente colapso da reunião do Jane’s Addiction, sugerindo que um retorno de Bach ao Skid Row poderia ser igualmente desastroso.
A banda Jane’s Addiction, liderada por Perry Farrell, passou por um momento turbulento em setembro de 2024, quando Farrell atacou publicamente o guitarrista Dave Navarro durante uma apresentação. Esse episódio culminou no cancelamento dos shows da formação original do grupo em 13 de setembro, e os comentários recentes de Navarro indicam que a reunião pode não ter um retorno futuro. Para Hill, essa sequência de eventos serve como uma advertência para bandas que consideram reunir antigas formações que não se sustentam mais.
Hill, que já havia se pronunciado várias vezes sobre a decisão do Skid Row de não trazer Bach de volta ao grupo desde sua demissão em 1996, reforçou seu ponto de vista à luz do ocorrido com Jane’s Addiction. “Eu entendo por que as pessoas querem isso, mas não seria como elas se lembram – não seria o que elas esperavam“, disse o guitarrista na entrevista. Segundo ele, a nostalgia que muitos fãs alimentam em relação ao retorno da formação clássica muitas vezes não corresponde à realidade, o que poderia acabar gerando decepção tanto para o público quanto para os próprios membros da banda.
“Elas ficariam decepcionadas; nós ficaríamos infelizes“, afirmou Scotti Hill. Seu argumento reflete uma preocupação de que os fatores que levaram à separação original ainda existam, e que uma tentativa de recriar o que a banda representava no passado seria insustentável. Ele também destacou que o fracasso de reuniões como a do Jane’s Addiction é uma prova de que, às vezes, é melhor deixar o passado no passado.
Além de abordar as expectativas dos fãs, Hill destacou a importância de considerar os efeitos práticos de uma reunião fracassada, não só para os membros da banda, mas também para todos os envolvidos na produção das turnês. “Nós acabamos de ver o que acontece quando você tenta fazer algo assim… falando sobre o Jane’s Addiction. E é terrível o que aconteceu com esses caras – eu me sinto péssimo por eles. Mas algumas reuniões talvez não devessem acontecer.”
Hill explicou que quando uma banda interrompe abruptamente uma turnê, como foi o caso do Jane’s Addiction, o impacto não é sentido apenas pelos músicos, mas por toda a equipe técnica que depende dessas apresentações para trabalhar. “Há muita coisa em jogo”, ele comentou. “Toda a equipe deles… bum, assim, ‘Ok, você está sem trabalho.’ Isso afeta uma boa quantidade de pessoas e suas famílias.”
O guitarrista alertou que o “fã médio” muitas vezes não entende quantas peças precisam se encaixar para que uma turnê aconteça. Quando uma reunião não vai bem, como no caso de Farrell e Navarro, os danos podem ser profundos e duradouros, afetando uma cadeia de profissionais que muitas vezes passa despercebida.
Hill foi ainda mais longe ao afirmar que sentiu empatia pela situação de Jane’s Addiction, pois reconheceu em muitos aspectos o que eles estavam passando. “Quando vi isso acontecer, pude me relacionar com isso de muitas maneiras diferentes – muitas maneiras. Já estive dos dois lados dessa moeda“, declarou.
Com essa afirmação, Scotti Hill se referia às complexidades das relações dentro de uma banda de rock, onde tensões pessoais e pressões comerciais podem facilmente sair do controle. Ele sugere que, embora a ideia de reunir uma formação clássica pareça atraente para os fãs, as consequências internas e logísticas podem ser devastadoras, caso as circunstâncias não sejam favoráveis.
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