Skizorama lança “Skizochaos”, álbum de estreia com punk rock politizado

Marcelo Scherer
3 minutos de leitura
Skizorama. Crédito: Divulgação.

A banda paulistana Skizorama lançou seu primeiro álbum, “Skizochaos”, na segunda-feira (3). O trabalho reúne dez faixas que abordam temas cotidianos e sociais com visão crítica e direta. “O disco é permeado por questões relevantes — o caos da cidade, a saúde mental, a desigualdade social e as consequências da ditadura militar que respingam até hoje na nossa política”, comenta Crica, baixista e vocalista.

Produzido por Diego Rocha no Bay Area Estúdios, o álbum foi desenvolvido de forma totalmente independente. “O disco é totalmente pensado, feito e executado por nós”, destaca Crica, referindo-se ao trio que completa a banda com Tio na guitarra e voz, e Cavera na bateria e voz.

A faixa escolhida para apresentar o trabalho é “Holiday in DOPS”, que aborda o período da ditadura militar em São Paulo. A banda se inspirou em grupos conhecidos por tratarem de temas políticos com ironia e contundência. “Podemos citar como grande referência o Dead Kennedys, que tem longa trajetória com músicas que tratam desse mesmo tema em outros lugares do mundo”, comenta Crica.

Formada em 2019, a Skizorama nasceu da amizade entre três músicos do cenário alternativo paulistano. O início da pandemia interrompeu os primeiros planos, mas agora o grupo retoma atividades com este lançamento. “Começamos pouco antes da pandemia, o que acabou atrapalhando um pouco os planos. Tivemos que pausar o projeto e ter força e paciência para aguardar a retomada”, relembra a baixista.

Com som que transita entre punk rock e hardcore, a Skizorama cita influências como Misfits, Cramps, Exploited, Motörhead, Cockney Rejects, Ramones e Cólera. Para Crica, o diferencial do trio está em sua postura: “O ponto forte é seguir fazendo aquilo que acreditamos, sem buscar rótulos ou aprovação. Skizorama é um projeto maduro, com músicos experientes no cenário alternativo e com forte posicionamento político e social. Não é só pela música”.

Tio completa a reflexão vendo a arte como garantia de sanidade necessária para transformação subjetiva. “Nós três temos profissões articuladas a arte e sobretudo à música, para nos inserir politicamente e culturalmente na maneira que somos, sentimos e pensamos. E a cultura é essa dimensão estética e simbólica da existência humana. Então, tocamos também para sobreviver em meio a esse caos real”.

Ouça abaixo “Skizochaos” do Skizorama

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