Thom Yorke diz que pressão sobre Israel tira seu sono

Luis Fernando Brod
2 minutos de leitura
Radiohead. Crédito: Jeff Kravitz/FilmMagic.

Thom Yorke afirmou que a “caça às bruxas” em torno da posição do Radiohead sobre Israel “o acorda à noite”, durante entrevista coletiva do grupo ao jornal The Times.

O vocalista recordou o protesto de 2017, quando a banda manteve show em Tel Aviv apesar de pedidos de cancelamento do movimento BDS e de artistas como Roger Waters. Segundo Yorke, críticos buscam “apagar” seu trabalho: “Gritam ‘Free Palestine!’ na rua e querem que eu corte relações com Jonny. Enquanto discutimos, os verdadeiros responsáveis seguem impunes”.

Perguntado se voltaria a tocar em Israel, Yorke foi direto: “Absolutamente não; não quero chegar a 8 000 km do governo Netanyahu”.

Jonny Greenwood, casado com uma artista israelense e colaborador do músico Dudu Tassa, lamentou o clima de hostilidade. “A esquerda procura traidores, a direita convertidos; somos o alvo mais próximo”, disse. Ele trabalha num álbum com artistas israelenses e árabes, mas admite sentir “medo de assumir isso”. Para Greenwood, boicotes reforçam a narrativa do governo israelense.

O guitarrista Ed O’Brien reconheceu que a banda poderia ter incluído Ramallah na turnê de 2017 e comentou o distanciamento interno: “Já não conversamos tanto e tudo bem”. O baterista Philip Selway classificou as exigências do BDS como inviáveis: “Distanciar-nos de Jonny significaria o fim do grupo”.

Apesar das controvérsias, o Radiohead retorna aos palcos entre 4 de novembro e 12 de dezembro, com datas em Madri, Bolonha, Londres, Copenhague e Berlim. Os ingressos esgotaram rapidamente, e códigos extras foram liberados neste mês.

Compartilhar esse artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *