Tom Morello divulga playlist com 65 faixas em protesto contra a agência de imigração dos EUA

Luis Fernando Brod
4 minutos de leitura

O guitarrista Tom Morello, conhecido pelo trabalho no Rage Against The Machine e pela atuação em causas políticas, divulgou uma playlist intitulada “Fuck ICE”, composta por 65 músicas, como parte de um protesto direto contra o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE). Segundo o músico, a seleção serve como “trilha sonora” para quem deseja expulsar a agência de seus bairros.

A lista, disponível em plataformas de streaming, reúne faixas de diferentes épocas e estilos do rock. Além de canções do próprio Rage Against The Machine, aparecem nomes como Led Zeppelin, The White Stripes, Bruce Springsteen, Kneecap e Pearl Jam. O objetivo declarado é oferecer um repertório que una mensagem política e energia musical em torno da crítica às políticas migratórias do governo norte-americano.

Morello mantém oposição pública ao ex-presidente Donald Trump e, particularmente, ao funcionamento do ICE. Em 25 de maio, durante apresentação em Boston, o músico subiu ao palco diante de um telão com a expressão “Fuck Trump”. Na mesma ocasião, defendeu a postura do cantor Bruce Springsteen contra o então chefe do Executivo, argumentando que o artista de New Jersey sempre se posicionou ao lado de valores como democracia, igualdade e justiça.

A divulgação da playlist ocorreu em meio à lembrança de protestos que se intensificaram em junho do ano passado, quando redadas do ICE motivaram mobilizações em várias cidades dos Estados Unidos. Em Los Angeles, as manifestações chegaram a levar ao envio da Guarda Nacional para reforçar a segurança. Morello participou desses atos ao lado de outros músicos e personalidades, entre eles Olivia Rodrigo, Billie Joe Armstrong e Finneas, reforçando a crítica às detenções de imigrantes e ao tratamento dispensado pelo governo federal.

Além do foco na política migratória, o guitarrista usa suas redes sociais para condenar outras formas de violência. Recentemente, direcionou mensagens à atuação do governo israelense em territórios palestinos, enfatizando a necessidade de cessar ataques que vitimizam civis, especialmente crianças. Embora não tenha relação direta com a playlist contra o ICE, as publicações demonstram a abrangência das causas sociais defendidas pelo artista.

A postura de Morello dialoga com a trajetória do Rage Against The Machine, grupo formado no início da década de 1990 que se notabilizou por letras de teor crítico e apresentações com forte conteúdo político. Desde então, o músico aproveita seu alcance para incentivar participação cívica, denunciar violações de direitos humanos e angariar apoio a movimentos progressistas. A nova seleção musical reforça esse histórico ao conectar arte e militância contra ações governamentais consideradas opressivas.

Embora não exista um cronograma de desdobramentos oficiais, o lançamento da playlist atraiu atenção de fãs e veículos especializados, gerando debates sobre o papel de artistas na defesa de pautas humanitárias. Para outros músicos que desejam aderir à mobilização, a iniciativa funciona como exemplo de como a curadoria de conteúdo digital pode se transformar em ferramenta de protesto e conscientização.

A repercussão também coloca em evidência a crescente convergência entre plataformas de streaming, ativismo político e engajamento do público jovem. Ao montar um repertório robusto com 65 faixas, Morello pretende manter o assunto em destaque e estimular a escuta coletiva como forma de resistência cultural. Assim, o guitarrista une sua própria produção a clássicos do rock, reforçando a ideia de que a música continua sendo um canal relevante para contestar políticas consideradas discriminatórias e pressionar autoridades por mudanças concretas.

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