Trump questiona pagamentos a artistas em eventos da campanha de Kamala Harris

Marcelo Scherer
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Foto: Donal Trump. Crédito: Win McNamee/Getty Images.

Durante uma recente viagem ao Oriente Médio, o ex-presidente Donald Trump usou sua rede social, a Truth Social, para levantar suspeitas sobre os pagamentos realizados a artistas como Bruce Springsteen, Beyoncé, Oprah Winfrey e Bono por suas participações em eventos da campanha de Kamala Harris.

Na publicação feita no último domingo (18), Trump insinuou que os cachês pagos aos artistas teriam representado uma “contribuição ilegal de campanha”. Ele pediu que autoridades investigassem os valores envolvidos. “Quanto Kamala Harris pagou a Bruce Springsteen por sua fraca apresentação durante a campanha?”, escreveu. “Isso não é uma contribuição ilegal? E a Beyoncé? E quanto foi para Oprah e Bono?”, questionou em tom acusatório.

Segundo Trump, essas participações não deveriam ser tratadas como apresentações artísticas. Em sua avaliação, tratam-se de declarações de apoio político disfarçadas de shows pagos, o que configuraria violação às regras de financiamento eleitoral. “Candidatos não podem pagar por endossos, ainda mais sob o pretexto de pagar por entretenimento”, declarou o ex-presidente em caixa alta.

As declarações vieram após o uso recorrente da música “Freedom”, de Beyoncé, como tema de entrada em comícios da então candidata. A própria cantora apareceu no palco durante um evento realizado em Houston, no Texas, no dia 25 de outubro, mas não cantou. A presença dela gerou rumores de que teria recebido US$ 10 milhões para a aparição, boato rapidamente desmentido por Tina Knowles, mãe da artista.

Relatórios da Comissão Federal Eleitoral (FEC) mostram que a campanha de Harris pagou US$ 165 mil à Parkwood Entertainment, empresa de Beyoncé, para cobrir custos de produção. Em outro caso citado por Trump, a Harpo Productions, produtora de Oprah, recebeu dois repasses de US$ 500 mil cada. Segundo representantes de Winfrey, os valores não foram direcionados à apresentadora, mas à produção de um evento do tipo “town hall” promovido em apoio à candidatura de Harris.

Bruce Springsteen, citado diretamente por Trump, participou de ações públicas a favor da campanha democrata, mas não há registros de que tenha recebido pagamentos diretos da equipe de Harris. Bono, vocalista do U2, também teve o nome envolvido nas acusações, embora não haja confirmação oficial de qualquer repasse feito a ele ou ao grupo.

As alegações de Trump reacendem discussões sobre a linha tênue entre apoio político público e prestação de serviço remunerado por figuras públicas durante campanhas eleitorais. Até o momento, não há indícios de que os pagamentos tenham violado as normas da FEC, mas as declarações do ex-presidente voltaram a colocar o tema no centro do debate público.

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