A banda norte-americana Turnstile lançará seu novo álbum, Never Enough, no dia 6 de junho, pelo selo Roadrunner. O disco sucede Glow On, lançado em 2021, que ampliou a visibilidade do hardcore para audiências além do nicho. Com três faixas já divulgadas — “Never Enough”, “Seein’ Stars” e “Birds” — o grupo começa a esboçar o que define como “sabores insanos” em seu novo trabalho.
A expressão foi usada pelo baixista Franz Lyons em entrevista ao jornalista Matthew Schnipper, publicada no The New York Times. A matéria aborda a trajetória da banda e seu papel na cena hardcore. Em meio a reflexões sobre a direção artística, o vocalista Brendan Yates comentou sobre os sentimentos que o gênero é capaz de canalizar: “Pode ser sobre tristeza, alegria, raiva, euforia. Mas parece sempre algo que te faz bem”.
Yates acrescentou que a agressividade característica do hardcore serve como uma forma saudável de lidar com emoções intensas. Segundo ele, esse foi o principal motivo de se conectar com o estilo desde o início: “É uma forma de se expressar exatamente do jeito que você quiser”.
A busca por novas formas de expressão parece nortear o trabalho da banda neste novo ciclo. Yates comentou que lançar algo inédito inevitavelmente afasta parte do público, mas que isso é parte do processo: “A música que fazemos não é definida por sons específicos, e sim pelas pessoas que a fazem. Se não reflete quem somos, então o que é?”
No texto do Times, Schnipper descreve algumas das faixas do novo disco. “Time Is Happening” foi chamada de “um clássico punk-pop explosivo”, enquanto “Dull” se aproxima do thrash metal. Já “Look Out For Me” possui seis minutos e meio de duração, encerrando com um trecho de música eletrônica e uma fala dramatizada de um ator da série The Wire.
Apesar de ainda não tocar no álbum, a nova guitarrista Meg Mills — ex-integrante das bandas Chubby And The Gang e Big Cheese — já aparece em todos os videoclipes como membro oficial. Brendan Yates e o guitarrista Pat McCrory dirigiram os vídeos de todas as faixas do novo álbum.
Lyons e o baterista Daniel Fang exploram novas dinâmicas rítmicas, descritas como “nos limites do funk e da intensidade”. O texto revela também que Fang tem feito terapia somática, enquanto Lyons estuda com Joe Lally, ex-baixista do Fugazi.
Ao comentar sobre a conexão emocional com a música, Yates compartilhou uma experiência curiosa: “Assisto Glee e começo a chorar por causa de uma música. E penso: por que estou chorando agora? Nem sei direito”.
Com tantas direções sugeridas, Never Enough ainda permanece envolto em mistério. A expectativa pelo novo disco cresce, principalmente entre fãs que acompanham de perto a constante reinvenção do Turnstile.