Álbuns de sludge subestimados que você precisa ouvir

Luis Fernando Brod
6 minutos de leitura
The Melvins / Sludge. Foto: Reprodução.

O sludge metal é um subgênero do metal que surgiu no final dos anos 1980, principalmente no sul dos Estados Unidos, combinando elementos do doom metal e do hardcore punk. Seu som é caracterizado por riffs lentos e pesados, vocais gritados ou distorcidos, e uma atmosfera densa, suja e opressiva — daí o nome sludge (“lama”, em inglês).

As letras frequentemente abordam temas como desespero, vício, raiva e alienação, refletindo um espírito mais sombrio e realista do que o de outros estilos de metal. Bandas como Melvins, Eyehategod, Crowbar e Acid Bath são consideradas pioneiras do gênero, que mais tarde influenciou grupos como Neurosis e Baroness, aproximando-se do post-metal e do stoner metal em algumas vertentes.

Em essência, o sludge metal une o peso arrastado do doom à agressividade crua do punk, criando um som visceral e emocionalmente intenso.

E se eu te disser que tem muita coisa boa que provavelmente você não conheça? A Metal Injection fez uma lista de 10 dis álbuns de sludge subestimados que você precisa ouvir.

Knut – Challenger

Knut foi uma das grandes bandas do selo Hydra Head no início dos anos 2000, unindo o peso do sludge metal à dissonância explosiva do mathcore da época. Challenger é um disco inexplicavelmente pouco reconhecido — está no mesmo patamar de obras marcantes de grupos como Botch e Isis, ainda que nunca tenha recebido a mesma atenção. Um clássico subestimado, sem dúvida.

Fudge Tunnel – Hate Songs in E Minor

Os fãs de sludge certamente conhecem o Fudge Tunnel, mas Hate Songs in E Minor ainda permanece subestimado como uma obra fundamental do metal dos anos 1990. Lançado em 1991 pela Earache Records, o álbum combina o peso do rock clássico britânico com as novas sonoridades do sludge e do grunge americano. O resultado é um som distorcido e poderoso — simplesmente impecável.

Damad – Burning Cold

Phillip Cope, um dos nomes centrais do sludge metal da Geórgia, já mostrava seu talento antes do Kylesa ao lançar dois álbuns poderosos com o Damad. Seu trabalho de guitarra ganha força com os vocais intensos de Victoria Scalisi e a base sólida do baixista Brian Duke e do baterista Christian Depken, ambos futuros integrantes do Kylesa. Burning Cold pode ser descrito como uma versão mais brutal e direta dos sons hipnóticos que Cope desenvolveria posteriormente com o Kylesa.

Mastiff – Plague

Explorando produções mais recentes do sludge, aqui está um trabalho dos niilistas britânicos Mastiff. O segundo álbum da banda, Plague, traz um hardcore impregnado de sludge que soa viciante, com alguns dos breakdowns mais brutais já gravados. O disco equilibra com precisão trechos lentos e pantanosos com explosões de blast beats e passagens feitas para incendiar rodas de pogo — não há um momento sequer de tédio.

Graves at Sea – The Curse That Is

O sludge progressivo dominou nossos fones nos anos 2010, muito por causa do único álbum de 80 minutos do Graves at Sea. The Curse That Is alterna entre sujeira e melancolia, como se nos deixasse presos em um farol abandonado. Com passagens arrastadas, explosões de bateria e riffs pesados, o disco não tem um momento monótono.

Toadliquor – Feel My Hate – The Power Is the Weight – R.I.P. Cain

Este é o som do desespero em sua forma mais pura — um clássico do doom/sludge lançado em 1993. Dê o play e deixe-se afundar sem parar.

Hawg Jaw – Believe Nothing

Símbolo do sludge de Nova Orleans, o Hawg Jaw adicionou uma forte dose de punk ao seu som. Cru e envolto em fumaça, Believe Nothing soa como o tipo de disco que deveria ecoar alto em uma cabana isolada nos pântanos.

Unpersons – Unpersons

Outra banda vinda da Geórgia, o Unpersons lançou um primeiro single de 7 polegadas que mistura sludge e post-hardcore de forma singular. O grupo alterna abruptamente entre influências de Germs e Dead Kennedys, o hardcore do nordeste dos EUA e o sludge do sul. Com o tempo, o Unpersons se tornaria mais experimental e artístico, mas sua demo de 2000 permanece como seu registro mais cru.

Woorms – Twitching, as Prey

Um dos nomes mais fortes do sludge metal de Nova Orleans nos anos 2020, o Woorms soa como feitiçaria saída do pântano — pura malícia e fiel ao velho lema da Louisiana: em time que está ganhando, não se mexe.

Reptile Master – In the Light of the Sinking Sun

Imagine alguns noruegueses perdidos na Trilha do Oregon, devastados por doenças e fome — é assim que soa o único LP do Reptile Master. Um retrato brutal do desespero, convertido em um doom e sludge de peso insano. Uma jornada verdadeiramente assombrosa.

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