Dream Theater: Parasomnia

O Dream Theater lança seu 16º álbum de estúdio, Parasomnia, marcando o retorno de Mike Portnoy após 14 anos. A volta do baterista desperta curiosidade sobre como isso afeta a sonoridade do disco. Com mais de três décadas de carreira, a banda explora um conceito ligado a distúrbios do sono. O resultado é um álbum que se conecta à fase clássica do grupo sem abrir mão de novas experimentações.

O conceito de Parasomnia

O título do álbum faz referência a distúrbios do sono, como sonambulismo, paralisia do sono e terrores noturnos. Esse tema aparece tanto nas letras quanto na sonoridade. O disco alterna entre momentos introspectivos e passagens intensas.

A faixa instrumental de abertura, In the Arms of Morpheus, cria um ambiente denso. A música oscila entre melodias sutis e explosões rítmicas, representando a transição entre vigília e sonho. Outras faixas reforçam essa ideia. Night Terror traz mudanças abruptas de dinâmica. Dead Asleep brinca com repetições sutis, evocando a sensação de um sonho recorrente. Esses elementos criam um fio condutor mais coeso que nos álbuns recentes da banda.

Um álbum equilibrado

Parasomnia equilibra bem instrumentação elaborada e composições diretas. Midnight Messiah lembra o hard rock dos anos 80, com um refrão marcante e riffs encorpados. Já Bend the Clock tem um clima atmosférico e introspectivo, com camadas de teclados em destaque.

Alguns elementos remetem a Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory. As transições entre as seções das músicas lembram a estrutura desse álbum. O encerramento de The Shadow Man Incident, faixa de 19 minutos, alterna diferentes climas sem perder coesão.

O retorno de Mike Portnoy e a química restaurada

A volta de Portnoy não afeta apenas a bateria. Seu envolvimento na composição resgata um processo colaborativo mais evidente. Diferente do período com Mike Mangini, onde as músicas pareciam estruturadas em blocos, Parasomnia soa mais fluido. As mudanças de andamento são orgânicas e lembram a fase pré-2010.

John Petrucci e Jordan Rudess ajustam suas performances para um som mais coeso. Os teclados aparecem de forma menos explosiva e mais texturizada. Os solos de guitarra priorizam melodias em vez de pura demonstração técnica. O baixo de John Myung é discreto, mas sustenta bem a base rítmica. Já James LaBrie alterna entre passagens intensas e vocais contidos, acompanhando o clima do álbum.

Com Parasomnia, o Dream Theater resgata sua identidade clássica sem repetir fórmulas. O conceito dos distúrbios do sono adiciona coesão ao álbum. O retorno de Portnoy reforça a química da banda e traz familiaridade aos fãs. Ainda assim, o disco não se limita ao passado e abre espaço para novas possibilidades.


Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH.

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    2 respostas para “Dream Theater: Parasomnia”

    1. Avatar de Mauro Santos
      Mauro Santos

      Sou fã de DT desde meados dos anos 90 e desde o Dramatic Turn of Events que eu não me empolgava tanto com eles.

      1. Avatar de Julio Mauro

        Está bom mesmo esse álbum. Assim que sair uma promoção boa dele vou comprar

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