Melhores do ano internacionais por Julio Mauro

Luis Fernando BrodJulio Mauro
5 minutos de leitura
The Lumineers. Foto: Reprodução.

Seguimos com as listas de melhores do anos feita pelos nossos colaboradores. Desta vez é com o terceiro elemento, Julio Mauro.

Outra lista interessante, com nomes conhecidos e algumas novidades acrescidas aos 48 do segundo tempo.

1 – Wucan – Axioms

O álbum de 2025 do Wucan traz uma clara valorização da influência dos anos 70: rock setentista com flauta, orgao, guitarras marcadas, e uma pegada folk/psicodélica que dialoga tanto com o prog quanto com o hard rock da época, mas tem espaço para rock mais cru e também para experimentações com funk, jazz ou psicodelia, sem soar forçado. Para mim esse foi o disco mais aguardado do ano. Descobri Wucan em 2024 e Axioms entregou com honestidade o que eu esperava. Certamente o disco que mais ouvi esse ano.

2 – Cheekface – Middle Spoon

Cheekface costuma trabalhar com canções curtas, voz próxima do falado, letras que dialogam com o cotidiano e humor sardônico. Essa versão mais minimalista parece ser parte da proposta desde o início. Ele não tenta grandiosidade, não busca complexidade desnecessária, mas entrega clima e atitude com eficiência. Por isso fica com destaque como o disco que mais me divertiu: funciona no que se propõe sem pedir muito.

3 – Pulp – More

More se apresenta como um trabalho maduro, com letras que refletem sobre tempo, memória, identidade e relações. As composições mais contidas, com arranjos que escapam do pop/rock imediato, dá ao álbum um ar de recomeço mas não tenta reviver os anos 90. Foi uma descoberta recente para mim e talvez se tivesse chegado mais cedo ele disputasse a primeira posição da lista.

4 – Jethro Tull – Curious Ruminant

Esse álbum do Jethro Tull parece apostar num retorno às suas raízes mais acústicas e melódicas: flauta, arranjos com menor densidade, menos busca por virtuosismo técnico, mais foco em melodia e clima. Para quem acompanha a banda há anos, Curious Ruminant oferece literalmente uma releitura de dentidade, sem exageros. A proposta não é impressionar pelo volume ou pela complexidade, mas comunicar com leveza.

5 – The Lumineers – Automatic

Os Lumineers seguem a fórmula folk-rock conhecida: piano ou violão, percussão discreta, melodias acessíveis, tudo conduzindo canções centradas em intimidade, relações e trajetórias pessoais. Automatic não traz grandes mudanças, mas reafirma a identidade da banda com clareza. Nesse sentido, funciona como uma opção tranquilapara se ouvir: menos impacto, mas coerência e conforto.

6 – Wyatt E. – Zamāru ultu qereb ziqquratu

O Wyatt E. trabalha com doom/doom-instrumental e trilhas sonoras densas, muitas vezes sem letra, priorizando textura, repetição e clima. Esse disco parece se encaixar exatamente nesse perfil: não há música pop, estrutura tradicional ou refrões, a oferta é uma experiência sonora, atmosférica, quase ritualística. Esse disco descobri por acaso e ele me pegou de primeira por ser tão diferente no idioma e na identidade visual da própria banda.

7 – Sons Of Silver – Runaway Emotions

Runaway Emotions opta por um rock direto, com riffs claros, estrutura tradicional de canção, versos e refrões acessíveis. Nada muito complexo, sem pretensão de filme, só rock funcional, feito para tocar, talvez para estrada ou dia a dia.

8 – Marcus King -Darling Blue

Nesse disco, Marcus King parece focar na simplicidade da canção mais do que no virtuosismo da guitarra. Há influência do blues, do soul e do country, com espaço para melodia, voz e sentimento mais contido. Para quem aprecia música sem pressa, sem ornamentos exagerados, Darling Blue oferece um momento mais calmo, centrado em sentimento e estrutura.

9 – Dream Theater – Parasomnia

Parasomnia traz oito músicas longas, com produção elaborada, mudanças de andamento e contrastes entre trechos pesados, momentos técnicos e passagens melódicas. Ele joga com o conceito de sono, sonhos e distúrbios noturnos, começa com o som de alguém adormecendo e termina com o despertar, propondo uma jornada sonora completa. Para quem curte uma audição atenta, o álbum entrega amplitude, complexidade e o retorno de uma formação clássica.

10 – Joe Bonamassa – Breakthrough

Bonamassa parece priorizar a forma da canção: músicas mais diretas, arranjos contidos, vocais e guitarra em equilíbrio. Ele deixa de lado exageros e longos solos para oferecer um trabalho mais comedido. Entrega blues rock na sua essência, de modo eficiente.

Compartilhar esse artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *