Essa foi a pergunta que o site Metal Hammer fez e tem gerado uma discussão entre os fãs da banda. O Iron Maiden consolidou sua posição como uma das bandas de metal mais bem-sucedidas nos anos 80, com álbuns como “Number Of The Beast” e “Seventh Son Of A Seventh Son”. No entanto, a década de 90 apresentou um cenário diferente para o grupo.
Mesmo entre os fãs mais dedicados, a segunda década da banda é frequentemente vista como mais inconsistente. Enquanto os álbuns da era Blaze Bayley geram discussões, “No Prayer For The Dying”, lançado em 1990, no final da primeira fase de Bruce Dickinson com a banda, frequentemente recebe críticas.
A concepção do álbum ocorreu após um ano de pausa em 1989, que aprofundou divisões internas. O guitarrista Adrian Smith deixou a banda, e Bruce Dickinson começou a explorar sua carreira solo.
Uma das principais críticas a “No Prayer For The Dying” é que a abordagem de “retorno às origens” teria comprometido a qualidade das composições. Embora as músicas do álbum possam não ser comparáveis a clássicos como “The Trooper” ou “Run To The Hills”, há uma franqueza e agressividade notáveis na sonoridade da banda neste período.
Os vocais de Bruce Dickinson no álbum exibem uma aspereza que sugere uma intenção mais “pé no chão”. Um exemplo é a faixa “Holy Smoke”, um hino que aborda televangelistas (aqueles cristãos que propagam a fé pela televisão) com letras diretas.
Ainda assim, elementos da grandiosidade característica do Iron Maiden persistem. A faixa-título “No Prayer” demonstra a integração de Janick Gers à banda, enquanto “Fates Warning” parece dar continuidade à força de “The Clairvoyant”, do disco anterior, com a adição da voz mais crua de Dickinson.
Um marco para “No Prayer For The Dying” foi o single “Bring Your Daughter To The Slaughter”, que se tornou o primeiro número um do Iron Maiden no Reino Unido. A música, inicialmente criada por Bruce Dickinson e Janick Gers para a trilha sonora de um filme de “A Nightmare On Elm Street” (A Hora do Pesadelo, aquele de Freddie Krueger), foi reconhecida por Steve Harris e incluída no álbum. Apesar de seu tom mais leve, a canção é considerada um clássico do metal.
Embora “No Prayer For The Dying” tenha seus pontos fracos, sua principal característica é ter desafiado a mitologia que o Iron Maiden construiu ao longo de uma década. O álbum representa um período em que a banda buscou inovar diante de desafios, oferecendo uma experiência sonora que se destaca por sua ousadia.