The Allman Brothers e os 55 anos de “Idlewild South”

Victor Persico
3 minutos de leitura
The Allman Brothers - Idlewild South Foto: Reprodução

O The Allman Brothers já excursionava pelos Estados Unidos após o lançamento de seu primeiro álbum, que não vendeu tanto quanto deveria. O seu segundo trabalho, Idlewild South, também seguiria o mesmo destino. Contudo, são duas jóias que merecem ser revisitadas sempre que possível.

Idlewild South, apesar de seguir na mesma linha de seu antecessor, mostra sim um grande amadurecimento do The Allman Brothers. Aliás, tal qualidade viria a ser vista no ano seguindo com o lançamento do álbum ao vivo At Filmore East.

Com o nome homenageando à cabana que o The Allman Brothers alugava em Macon, uma cidade-condado na Geórgia, o álbum foi tomando suas primeiras formas. Um lugar para ensaios e festas, foi também o local onde a banda fez o pacto de que tudo daria certo.

E deu.

Faixa a Faixa

Tendo Revival como faixa de abertura, o disco começa suave antes de sua melodia principal. Ela te joga no trabalho orquestroso do orgão hammond de Gregg Allman. Uma mistura de gospel e blues com notas de otimismo.

Somos levados ao groove mais pesado de Don’t Keep Me Wonderin’ e merece a linha de baixo de Berry Oakley. Não é uma faixa tão pungente, contudo emana o espírito da época e do grupo.

Logo somos arrematados por duas faixas seguidas: Midnight Rider e In Memory Of Elizabeth Reed. As duas faixas mostra a conexão, a sintonia, a elaboração e toda a grandiosidade da banda, principalmente de Duanne Allman. São quase 10 minutos de pura viagem e maestria. Pode-se dizer que são faixas irmãs, devido a toda a sua explosão.

A sofisticação sonora segue no cover de Hoochie Coochie Man de Willie Dixon. Um blues elétrico que mostra a marca dos solos de Duanne Allman. Não é a toa que ele fez parte do Derek and The Dominos ao lado de Eric Clapton, e lançado o gigante Layla And Other Assorted Love Songs.

Please Call Me Home é feita para baixar os ânimos (o que não precisaria). Com toda a suavidade e o piano de Duanne, tem uma presença incrível para abrir espaço para Leave My Blues At Home.

Para quem for ouvir o álbum do início ao fim, fica o aviso: A genialidade do The Allman Brothers não depende do At Fillmore East (apesar de meteórico). Sabemos que o ápice do grupo foi neste ao vivo. Contudo, é lindo ver a evolução, as tentativas, as misturas e experiências que todos eles fizeram para fazer tudo funcionar.

E o The Allman Brothers funcionou. Perfeitamente.

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