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Violeta de Outono: A Harmonia entre poesia e rock progressivo

A banda Violeta de Outono surgiu de encontros esporádicos em um porão no bairro de Pinheiros, em São Paulo, formada por Fabio Golfetti, Claudio Souza (ex-integrantes da primeira formação da banda Zero) e Angelo Pastorello. O som da banda, uma fusão do rock psicodélico e progressivo com elementos de arte contemporânea como arquitetura e artes visuais, foi fortemente influenciado por ícones como Pink Floyd, Beatles, Gong, entre outros.





A banda se destacou rapidamente na cena underground. No ano seguinte, gravaram uma fita demo com as faixas Outono, Dia Eterno, Declínio de Maio e Reflexos da Noite. Essa ação levou-os a ganhar notoriedade nas rádios alternativas de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1986, o grupo gravou um EP de três músicas pela Wop Bop Discos e, em 1987, assinou contrato com a RCA, culminando no lançamento do seu álbum de estreia, Violeta de Outono.





Este álbum de estreia apresenta um som distintivo que mescla melodias suaves com riffs intensos de guitarra, letras poéticas e simbólicas, e uma produção impressionante para a época. As faixas destacam-se pelo uso criativo de sintetizadores e pela habilidade técnica dos músicos, tornando Violeta de Outono uma experiência artística completa e um marco no rock brasileiro.

O lançamento do álbum da banda ocorreu por uma grande gravadora, com músicas como Outono e Dia Eterno sendo tocadas nas rádios. No entanto, eles não puderam competir com os sucessos instantâneos de grupos como Legião Urbana e Paralamas do Sucesso. Isso se deve às suas letras introspectivas e poéticas, que diferem do estilo popular.

O álbum ainda inclui faixas como Luz e uma notável versão de Tomorrow Never Knows dos Beatles, além da instrumental Sombras Flutuantes, comparada a obras de Pink Floyd e considerada uma das melhores faixas instrumentais do rock nacional. O solo de guitarra de Fabio Golfetti é particularmente destacado, contribuindo para o status cult da banda no cenário do rock brasileiro.

Faixa a faixa

  1. Outono (Fabio Golfetti, Cláudio Souza, Angelo Pastorello): A faixa de abertura, “Outono”, estabelece o tom do álbum com sua mistura de melodias etéreas e letras poéticas. A canção é uma introdução atmosférica que prepara o ouvinte para a experiência única do álbum.
  2. Declínio de Maio (Fabio Golfetti, Cláudio Souza, Angelo Pastorello): Esta faixa é uma bela mistura de guitarras melódicas e ritmos suaves, refletindo sobre a transitoriedade das estações e o fluxo do tempo.
  3. Faces (Fabio Golfetti, Cláudio Souza, Angelo Pastorello): Destaca-se por sua abordagem introspectiva, com uma sonoridade envolvente e letras que exploram as diversas facetas da experiência humana.
  4. Luz (Fabio Golfetti, Cláudio Souza, Angelo Pastorello): Uma música que se distingue por sua leveza e tonalidade esperançosa, combina instrumentação delicada com vocais suaves, oferecendo uma pausa tranquila no álbum.
  5. O Retorno (Fabio Golfetti, Cláudio Souza, Angelo Pastorello): Esta faixa instrumental tem uma qualidade onírica e reflexiva, caracterizada por sua estrutura musical hipnótica e camadas de som que evocam uma sensação de retorno ou renovação.
  6. Dia Eterno (Fabio Golfetti, Cláudio Souza, Angelo Pastorello): Com um ritmo mais dinâmico e energético, combina letras introspectivas com uma execução musical vigorosa, destacando-se como uma das faixas mais vibrantes do álbum.
  7. Noturno Deserto (Fabio Golfetti, Cláudio Souza, Angelo Pastorello): Uma faixa que mergulha profundamente na sonoridade do rock progressivo, é uma composição complexa e envolvente, com uma rica textura instrumental.
  8. Sombras Flutuantes (Fabio Golfetti): Uma peça instrumental majestosa, é uma das joias do álbum, mostrando a habilidade da banda em criar paisagens sonoras imersivas e emocionantes.
  9. Tomorrow Never Knows (John Lennon, Paul McCartney): Uma interpretação psicodélica do clássico dos Beatles, esta faixa bônus exibe a capacidade da banda de reimaginar uma obra famosa com sua assinatura única, mantendo a essência da original enquanto adiciona um novo sabor.

Cada faixa de “Violeta de Outono” reflete a habilidade da banda em combinar letras profundas com uma sonoridade rica, estabelecendo o álbum como um marco no rock progressivo brasileiro.

Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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