Phil Collins é um nome que dispensa apresentações no mundo da música. Conhecido por sua voz marcante e seus sucessos globais, o artista britânico é muitas vezes lembrado apenas como cantor e compositor. Porém, antes de tudo, Collins foi um baterista de primeira linha, um dos mais influentes do rock progressivo e do pop mundial. O documentário “Phil Collins: Drummer First”, lançado pelo canal Drumeo no YouTube, é uma tentativa de corrigir essa percepção e destacar o papel essencial de Collins como músico e baterista. A produção também revisita momentos marcantes de sua carreira e explora sua relação com a música, com depoimentos emocionantes e cenas inéditas.
O início no Genesis
Phil Collins iniciou sua carreira no final dos anos 1960, quando se juntou ao Genesis como baterista. A banda, liderada na época pelo vocalista Peter Gabriel, era uma das principais referências do rock progressivo. Collins, inicialmente, participava apenas das gravações e dos backing vocals, mas a saída de Gabriel em 1975 abriu um caminho inesperado.
Durante as gravações do álbum “A Trick of the Tail”, o Genesis buscava um novo vocalista. Após uma série de testes mal-sucedidos, Collins, que costumava gravar as vozes-guia, decidiu se candidatar ao posto. Sua performance impressionou a banda e os fãs, e ele assumiu a posição de vocalista principal, marcando o início de uma nova fase do Genesis.
Além de liderar os vocais, Collins continuou a tocar bateria em muitas gravações e shows, mostrando uma versatilidade impressionante. Sua habilidade técnica e senso musical também brilharam fora do Genesis, em colaborações com outros artistas e em sua participação na banda de jazz fusion Brand X, demonstra sua capacidade como músico completo.
Os desafios e a ascensão como artista solo
A carreira solo de Phil Collins começou nos anos 1980, paralelamente ao seu trabalho no Genesis. O álbum “Face Value”, lançado em 1981, foi um sucesso imediato, impulsionado pela icônica “In the Air Tonight”. A música, com sua introdução atmosférica e uma virada de bateria inesquecível, tornou-se um marco na música pop e solidificou Collins como um dos artistas mais importantes da década.
Mesmo alcançando sucesso como cantor, Collins nunca abandonou completamente a bateria. Seus trabalhos solo são marcados por sua assinatura rítmica, e ele continuou a inovar em termos de sonoridade e técnica. No entanto, com o tempo, os problemas de saúde começaram a afetar sua capacidade de tocar. Uma lesão na coluna sofrida em 2007 o obrigou a reduzir suas atividades como baterista, culminando em sua aposentadoria definitiva do instrumento em 2022, durante a turnê de despedida do Genesis.
Drummer First
O documentário “Phil Collins: Drummer First” é um tributo emocionante a esse lado menos conhecido do músico. Gravado em uma mansão na Suíça, o filme traz entrevistas intimistas conduzidas por Nic Collins, filho de Phil e também baterista, que assumiu as baquetas nas últimas turnês da banda.
Uma das cenas mais comoventes mostra Phil Collins revisitando sua bateria pela primeira vez em anos. Ele desmonta e remonta o instrumento, com ajuda de Nic e da equipe do Drumeo, enquanto relembra momentos marcantes de sua carreira. Depoimentos de músicos renomados, como Chad Smith (Red Hot Chili Peppers), Mike Portnoy (Dream Theater) e Eloy Casagrande (Slipknot), destacam a influência de Collins no mundo da bateria. Eles compartilham histórias e reflexões sobre como seu estilo único marcou gerações de bateristas ao redor do mundo.
O documentário também revela o lado humano de Collins, suas dificuldades e resiliência. Apesar dos desafios físicos que o impediram de continuar tocando, sua relação com a música permanece evidente. Em uma fala marcante, ele diz: “Se um dia eu puder segurar um par de baquetas novamente, eu tentarei. Mas, por enquanto, só quero lembrar do que fui capaz de fazer.”
Contribuição inegável para a música
Phil Collins não é apenas um baterista ou um cantor, ele é um músico completo, com um senso melódico que transcende gêneros e épocas. Suas colaborações com artistas como Eric Clapton e sua capacidade de transitar entre o rock progressivo, o pop e o jazz mostram sua versatilidade e relevância.
No Genesis, suas contribuições foram essenciais para o desenvolvimento sonoro da banda. Álbuns como “Selling England by the Pound” e “Invisible Touch” trazem arranjos complexos e inovadores que refletem a visão musical de Collins. Já em sua carreira solo, ele produziu sucessos que se tornaram trilhas sonoras da vida de milhões, como “Against All Odds” e “Another Day in Paradise”.
“Phil Collins: Drummer First” é mais do que um documentário sobre um músico, ele oferece um olhar aprofundado sobre uma carreira notável e sobre as diversas facetas de um artista que deixou marcas significativas na música.
Para fãs de longa data ou novos ouvintes, o documentário traz a chance de compreender, aprender e admirar mais ainda um dos grandes nomes da música. Assista o documentário no canal da Drumeo
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