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10 músicas músicas de rock censuradas

O rock sempre teve um histórico de desafiar normas sociais, questionar convenções e incomodar instituições. Não é surpresa que algumas canções tenham encontrado resistência por seu conteúdo, sejam letras explícitas, temas polêmicos ou até mal-entendidos. Aqui estão as histórias de 10 músicas de rock censuradas que enfrentaram censura, mostrando como o rock testou os limites da liberdade de expressão.

MC5 e o peso de “Kick Out the Jams” (1969)

“Kick Out the Jams”, do MC5, não era apenas uma música; era um manifesto. Quando o álbum homônimo chegou às lojas em 1969, a frase “kick out the jams, motherfucker!” escrita no encarte gerou uma reação imediata. A Hudson’s, uma importante rede de lojas de departamentos nos EUA, retirou o álbum das prateleiras. A resposta da banda foi provocadora: anúncios em jornais locais traziam a mensagem “Fuck Hudson’s!”. O incidente levou a gravadora Elektra Records a encerrar o contrato com a banda. A censura refletia o temor cultural em relação à ascensão do punk, movimento do qual o MC5 foi precursor. Hoje, “Kick Out the Jams” é lembrada como uma expressão crua da energia dos anos 60.

“Lucy in the Sky With Diamonds” e a polêmica sobre LSD (1967)

Quando os Beatles lançaram “Lucy in the Sky With Diamonds”, a conexão com o LSD parecia inevitável. Apesar de John Lennon afirmar que a inspiração veio de um desenho de seu filho Julian, a BBC baniu a música. Para os censores, as imagens psicodélicas da letra, como “tangerine trees and marmalade skies”, sugeriam uma experiência alucinógena. Paul McCartney mais tarde admitiu que o uso de drogas era comum na época, o que só reforçou a suspeita sobre a canção. A controvérsia ajudou a consolidar “Lucy in the Sky With Diamonds” como um dos maiores símbolos da psicodelia.

“My Generation” e o temor ao estigma (1965)

A BBC inicialmente proibiu “My Generation”, do The Who, por causa do gaguejo de Roger Daltrey em versos como “Why don’t you all f-f-f-fade away”. Havia o receio de que pessoas com dificuldades de fala se sentissem ofendidas. Além disso, alguns executivos da emissora suspeitaram que o gaguejo sugeria outra palavra com “f”. A decisão foi revista quando a música ganhou popularidade. “My Generation” se tornou um hino da juventude da época, simbolizando a frustração de uma geração com os valores conservadores pós-Segunda Guerra Mundial.

“Eve of Destruction” e o contexto da Guerra do Vietnã (1965)

Sem palavrões ou referências explícitas, “Eve of Destruction” enfrentou censura por seu conteúdo político. Escrita por P.F. Sloan e interpretada por Barry McGuire, a música criticava a hipocrisia social e as tensões da Guerra do Vietnã. Trechos como “you’re old enough to kill but not for votin’” incomodaram emissoras nos Estados Unidos, especialmente no sul. Muitas rádios baniram a música, alegando que era “antipatriótica”. Apesar disso, a canção chegou ao topo das paradas, tornando-se um marco nos protestos da década de 60.

“Lola” e o problema com a Coca-Cola (1970)

“Lola”, do The Kinks, não enfrentou censura por abordar a identidade de gênero, mas pela menção à Coca-Cola na frase “it tastes just like Coca-Cola”. A BBC proibia qualquer referência comercial em músicas, forçando Ray Davies a regravar a letra como “it tastes just like cherry cola”. O esforço valeu a pena: a música alcançou sucesso mundial e se tornou uma das canções mais memoráveis da banda, explorando temas até então pouco comuns no mainstream.

“You Don’t Know How It Feels” e a edição discreta (1994)

Tom Petty precisou ajustar “You Don’t Know How It Feels” para evitar problemas com rádios e a MTV. A frase “let’s roll another joint” foi editada para que a palavra “joint” fosse reproduzida ao contrário. A edição fez parecer que Petty estava mastigando as palavras, o que gerou curiosidade entre ouvintes. Apesar da mudança, a música alcançou o 13º lugar na Billboard e ganhou um MTV Video Music Award, provando que pequenas alterações nem sempre comprometem o alcance de uma canção.

“Money for Nothing” e a reavaliação tardia (1985 e 2011)

“Money for Nothing”, do Dire Straits, enfrentou censura décadas após seu lançamento. Em 2011, o Canadian Broadcast Standards Council baniu a música por usar um termo considerado ofensivo à comunidade LGBTQ+. A palavra aparece no segundo verso, supostamente reproduzindo o linguajar de um trabalhador em uma loja de eletrodomésticos. O autor da música, Mark Knopfler, explicou que a letra representava o ponto de vista de um personagem preconceituoso. Após protestos, a decisão foi revisada, permitindo que emissoras escolhessem se tocariam ou não a música.

“God Save the Queen” e a monarquia britânica (1977)

“God Save the Queen”, do Sex Pistols, foi lançada durante o Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth II. Com críticas diretas à monarquia e à desigualdade social, a música foi banida pela BBC e outras emissoras britânicas. A capa do single, que mostrava a imagem da Rainha com um alfinete no nariz, gerou ainda mais controvérsia. Apesar da censura, a música alcançou o segundo lugar nas paradas britânicas. Muitos acreditam que o primeiro lugar foi manipulado para evitar que os Sex Pistols ocupassem o topo.

“Let’s Spend the Night Together” e a performance no Ed Sullivan Show (1967)

Os Rolling Stones enfrentaram censura ao apresentar “Let’s Spend the Night Together” no Ed Sullivan Show. Para evitar problemas, Mick Jagger aceitou alterar a letra para “Let’s spend some time together”. Durante a apresentação, ele revirou os olhos a cada menção à frase alterada, demonstrando seu descontentamento. Após o episódio, a banda foi banida do programa por dois anos, mas a música seguiu firme como um clássico da banda.

“Louie Louie” e a investigação do FBI (1963)

A letra de “Louie Louie”, dos Kingsmen, foi tão confusa que gerou rumores de conteúdo obsceno. A reação foi tão intensa que o FBI abriu uma investigação, analisando a música por 31 meses. No final, o relatório concluiu que a letra era indecifrável. A controvérsia ajudou a popularizar “Louie Louie”, que se tornou um dos maiores exemplos de como boatos podem transformar uma música em um fenômeno cultural.

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Criamos uma playlist com essas músicas no spotify para você ouvir e se você lembrar de mais alguma música escreva nos comentários

Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH.

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