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A história do AC/DC: Rock intenso, eletrizante e energético

Em 1973, na vibrante cidade de Sydney, Austrália, os irmãos Angus e Malcolm Young deram início a uma das bandas mais icônicas da história do rock: AC/DC. Com uma visão clara e um desejo ardente de criar música intensa e eletrizante, eles começaram a moldar o que se tornaria uma lenda no mundo da música. A escolha do nome “AC/DC” foi inspirada por uma inscrição vista em uma máquina de costura, indicando “corrente alternada/corrente contínua”. Esse nome simboliza perfeitamente a energia crua e a potência sonora que a banda desejava transmitir em suas performances.





Desde o início, a música de AC/DC foi fortemente influenciada por artistas de blues e rock and roll dos anos 60 e início dos anos 70. Bandas como The Rolling Stones e Chuck Berry foram algumas das inspirações iniciais que ajudaram a moldar o som característico de AC/DC. A combinação de riffs de guitarra poderosos, ritmos intensos e letras provocativas rapidamente se tornou a marca registrada do grupo.





Os primeiros membros da banda incluíam Dave Evans no vocal, Larry Van Kriedt no baixo e Colin Burgess na bateria, juntamente com os irmãos Young. No entanto, a formação inicial passou por várias mudanças antes de encontrar a combinação perfeita que levaria a banda ao sucesso mundial. A entrada do vocalista Bon Scott em 1974 foi um ponto de virada crucial, trazendo uma presença de palco inigualável e uma voz que seria sinônimo de AC/DC nos anos seguintes.

Com uma formação mais estável e um nome que refletia sua essência energética, AC/DC rapidamente começou a ganhar reconhecimento na cena musical australiana. O carisma de Angus Young, com seu uniforme escolar e solos de guitarra explosivos, combinado com a liderança sólida de Malcolm Young, estabeleceu as bases para o que viria a ser um legado musical duradouro.

A Entrada de Bon Scott e o Primeiro Sucesso

Em 1974, o AC/DC deu um passo crucial em sua trajetória ao incorporar Bon Scott como vocalista. Scott, conhecido por sua presença de palco magnética e voz rouca, trouxe uma nova energia à banda, que até então lutava para se destacar no cenário musical. Sua integração ao grupo foi quase instantânea, refletindo não apenas em sua habilidade vocal, mas também em sua capacidade de cativar o público. Essa sinergia foi fundamental para o desenvolvimento do som característico do AC/DC.

O primeiro álbum com Bon Scott, ‘High Voltage’, lançado em 1975, foi um marco inicial para a banda. Este álbum apresentou ao mundo a combinação única de riffs poderosos, letras provocativas e a eletricidade nas performances que se tornariam sinônimos do AC/DC. Músicas como “It’s a Long Way to the Top (If You Wanna Rock ‘n’ Roll)” e “The Jack” destacaram o talento lírico de Scott e a habilidade da banda de criar hinos de rock duradouros.

Seguindo o sucesso de ‘High Voltage’, o álbum ‘T.N.T.’ consolidou ainda mais a presença do AC/DC na cena musical internacional. Com faixas icônicas como “T.N.T.” e “High Voltage”, o álbum não apenas reforçou o estilo agressivo e energético da banda, mas também solidificou a figura de Bon Scott como um frontman carismático e essencial. Sua performance ao vivo, marcada por uma conexão intensa com o público, ajudou a construir a reputação da banda como uma das mais dinâmicas e eletrizantes do rock.

Foto: AC/DC. Crédito: Michael Putland.

O impacto de Bon Scott no AC/DC foi multifacetado. Além de influenciar a direção musical da banda, ele também ajudou a moldar a imagem do grupo, tornando-o mais autêntico e rebelde. Sua contribuição foi crucial para o estabelecimento do AC/DC como uma força dominante no rock, pavimentando o caminho para o sucesso contínuo. A química entre Scott e os outros membros do AC/DC foi, sem dúvida, um dos fatores determinantes para o primeiro grande sucesso da banda no cenário global.

Cliff Williams e a Morte de Bon Scott

Em 1977, a banda AC/DC passou por uma importante mudança em sua formação com a entrada do baixista Cliff Williams. Substituindo Mark Evans, Williams trouxe uma nova energia e uma habilidade técnica que rapidamente se integraram ao som característico da banda. A adição de Williams consolidou a formação clássica do AC/DC, com Angus Young na guitarra solo, Malcolm Young na guitarra rítmica, Phil Rudd na bateria e Bon Scott nos vocais.

Cliff Williams, com seu estilo de tocar preciso e potente, ajudou a moldar o som pesado e direto que se tornou a marca registrada do AC/DC. Sua presença no palco e a química com os demais membros contribuíram para a coesão da banda, levando a lançamentos de álbuns icônicos como “Powerage” (1978) e “Highway to Hell” (1979), que consolidaram o AC/DC no cenário global do rock.

No entanto, o auge do sucesso foi tragicamente interrompido em 1980 com a morte de Bon Scott. Na noite de 19 de fevereiro, após uma longa sessão de bebedeira em Londres, Scott foi encontrado inconsciente no carro de um amigo. Ele foi levado ao hospital, mas foi declarado morto nas primeiras horas do dia seguinte. A causa oficial da morte foi “intoxicação alcoólica aguda” e “morte por desventura”.

A perda de Bon Scott foi um golpe pesado para a banda e seus fãs ao redor do mundo. Scott era conhecido por sua voz rouca e presença de palco única e que colaborava para definir o som e a imagem do AC/DC. Sua morte deixou um vazio incalculável gerando incertezas sobre o futuro da banda. Os membros do AC/DC, profundamente abalados, enfrentaram um dilema sobre continuar ou não a carreira sem o carismático frontman. A tragédia, no entanto, também uniu ainda mais os membros remanescentes, que decidiram honrar a memória de Scott e continuar sua carreira.

A Escolha de Brian Johnson e o Ressurgimento da Banda

A morte de Bon Scott, em fevereiro de 1980, fez a banda balançar. Porém, os irmãos Angus e Malcolm Young decidiram seguir em frente, cientes da importância e da dificuldade de encontrar um substituto à altura. Após uma série de audições, Brian Johnson foi escolhido como o novo vocalista. Johnson, que anteriormente fazia parte da banda Geordie, renovou a energia da banda e sua voz se encaixou perfeitamente no estilo do AC/DC.

Foto: AC/DC. Credito:Michael Putland.

Com a chegada de Brian Johnson, a banda concentrou-se na criação de um novo álbum, um desafio absurdo para a época, dadas as circunstâncias. O resultado foi “Back in Black”‘, lançado em julho do mesmo ano da morte do seu vocalista original. O álbum não só homenageava Bon Scott, mas também para alívio dos fãs, representava um renascimento para a banda. “Back in Black” rapidamente se tornou um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, com hits como “Hells Bells”, “Shoot to Thrill” e a faixa-título “Back in Black”. A produção impecável de Robert John “Mutt” Lange também contribuiu e muito para o sucesso do álbum.

O sucesso de “Back in Black” não foi apenas comercial, ele mostrou a resiliência da banda frente a adversidade, poderia ter sido o fim da banda, afinal perderam uma figura forte e representativa, que era seu vocalista, mas tirando força de dentro deles mesmo, eles continuaram. Os fãs também não os abandonaram e mais que isso, com seu lançamento e novo vocalista na época, conseguiram atrair uma nova geração de admiradores.

Mudanças de Integrantes e a Perda de Popularidade

Durante os anos 1980 e 1990, o AC/DC passou por diversas mudanças significativas em sua formação que impactaram diretamente na sua dinâmica e popularidade. A mais sentida delas foi a saída do baterista Phil Rudd em 1983 devido a problemas pessoais e a tentativa de manter a química e a energia que caracterizavam o AC/DC tornou-se um desafio constante.

A substituição de Phil Rudd por Simon Wright e posteriormente Chris Slade trouxe uma certa instabilidade. A ausência de um membro com a longevidade de Rudd afetou a consistência do som característico do AC/DC, o que se refletiu na recepção dos álbuns lançados nesse período. Por exemplo, o álbum “Fly on the Wall” (1985) recebeu críticas mistas, e “Blow Up Your Video” (1988) apesar de ter sido bem-sucedido comercialmente, não conseguiu manter a mesma relevância dos lançamentos anteriores.

Nos anos 1990, a banda enfrentou mais mudanças, incluindo a volta de Phil Rudd em 1994. Contudo, a cena musical estava mudando rapidamente com o surgimento de novos gêneros e bandas. O AC/DC, embora ainda respeitado, começou a perder espaço no mainstream. O lançamento de álbuns como “The Razors Edge” (1990) e “Ballbreaker” (1995) marcou tentativas de retomada, mas com recepções variáveis.

Essas oscilações na formação, no estilo musical da banda e a entrada de novos atores no cenário mundial do rock com a chegada do grunge, rock alternativo e nu metal, fizeram com que o AC/DC perdesse sua influência e relevância na cena musical global.

A Reconquista dos Fãs

Nos finais dos anos 1990 e início dos anos 2000, o AC/DC embarcou em uma nova onda de reconquista de fãs. Essa fase foi marcada por uma série de estratégias bem elaboradas que visavam não apenas manter os fãs antigos, mas também atrair uma nova geração. Um dos marcos desse período foi o lançamento do álbum “Stiff Upper Lip” em 2000. O disco, produzido por George Young, irmão dos membros fundadores Angus e Malcolm Young, conseguiu capturar a essência e a energia do som clássico da banda. O álbum foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelo público, demonstrando que o AC/DC ainda tinha muito a oferecer.

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O sucesso de “Stiff Upper Lip” foi amplamente atribuído à capacidade da banda de se manter fiel às suas raízes enquanto introduzia elementos que apelavam ao gosto contemporâneo. Faixas como “Safe in New York City” e “Satellite Blues” exemplificam essa fusão harmoniosa entre o passado e o presente. Além disso, a turnê mundial que se seguiu ao lançamento do álbum foi um fator decisivo na revitalização da carreira da banda. A “Stiff Upper Lip Tour” percorreu diversos continentes, levando o carisma do AC/DC a palcos lotados em todo o mundo.

Durante essas turnês, a banda empregou uma série de estratégias para se conectar com os fãs. Além de performances intensas e dinâmicas, o AC/DC investiu em novas tecnologias de palco e em campanhas de marketing digital, reforçando sua presença em plataformas emergentes da época. Essa abordagem ajudou a banda a estabelecer um vínculo com o público mais jovem, enquanto reafirmava seu legado junto aos fãs veteranos.

Anos 2000: Aposentadoria de Malcolm Young e Tempo Parado

Os anos 2000 foram marcados por eventos cruciais na história do AC/DC e impactaram profundamente a banda. Em 2008, Malcolm Young, um dos membros fundadores e motor criativo do AC/DC, enfrentou sérios problemas de saúde que culminaram em sua aposentadoria forçada. Malcolm foi diagnosticado com demência, uma condição que afetou severamente suas capacidades cognitivas e motoras, impossibilitando-o de continuar sua carreira musical. A saída de Malcolm representou uma perda imensurável, dada sua importância não apenas como guitarrista rítmico, mas também como principal arquiteto do som da banda.

Com a aposentadoria de Malcolm, o futuro do AC/DC tornou-se incerto. A banda entrou em um período de inatividade, gerando especulações sobre seu fim iminente. No entanto, a chama do AC/DC não se apagou completamente. Durante esse período, houve uma reflexão profunda sobre a continuidade da banda sem um de seus pilares principais.

Foi nesse contexto de incerteza que Stevie Young, sobrinho de Malcolm e Angus Young, foi convidado a integrar a banda. Stevie, que já havia substituído temporariamente Malcolm em 1988 durante a turnê “Blow Up Your Video”, tinha o que a banda precisava, familiaridade com o som e o sangue Young. Sua entrada foi fundamental para manter a essência e o legado do AC/DC vivos e conseguiu captar a essência do estilo de Malcolm, garantindo que a transição fosse o mais suave possível para os fãs e para os próprios membros da banda.

Apesar dos desafios, a resiliência do AC/DC, reforçada pelo talento de Stevie Young, permitiu que a banda superasse um dos períodos mais difíceis de sua trajetória.

Falecimento de Malcolm Young e o Retorno da Banda

O ano de 2017 marcou um momento de profunda tristeza para os fãs do AC/DC, com o falecimento de Malcolm Young, co-fundador e guitarrista rítmico da banda. Malcolm, conhecido por seu estilo inconfundível e riffs poderosos, e ao lado de seu irmão formaram uma das duplas de guitarras mais influentes do rock. Sua morte foi sentida não apenas pelos membros do AC/DC, mas também por uma legião de admiradores ao redor do mundo, que lamentaram a perda de um dos ícones do gênero.

Foto: Malcolm Young. Crédito: Mick Hutson.

Em meio ao luto, a banda começou a planejar um retorno que honrasse o legado de Malcolm. Mas ao contrário da perda de Bon Scott, o luto aqui foi maior. Somente em 2020, eles lançaram o álbum “Power Up”, que foi recebido com entusiasmo tanto pelos fãs quanto pela crítica. O álbum é uma homenagem direta a Malcolm Young, com muitas das faixas baseadas em riffs e ideias que ele havia deixado antes de sua morte. “Power Up” não só trouxe de volta a essência do AC/DC, mas também reconfortou os fãs de Malcolm.

Atualmente, o AC/DC está em turnê, apresentando-se em diversas cidades ao redor do mundo. A recepção dos fãs tem sido fenomenal, com shows esgotados e uma energia que só uma banda como o AC/DC consegue proporcionar. As críticas ao “Power Up” e às performances ao vivo têm sido majoritariamente positivas, destacando a resiliência da banda.

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