Black Sabbath é uma das bandas mais reverenciadas do rock, e nessa breve história da banda, vamos passar pela sua carreira e conhecer um pouco mais sobre essa banda que é considerada por muitos como os criadores de um estilo que mais possuem fãs fiéis, o heavy metal.
Sente-se confortavelmente no cadeira, sofá ou poltrona, pegue sua bebida favorita e venha mergulhar e entender um pouco mais sobre o Black Sabbath.
Índice
As raízes do Black Sabbath: antes do nome icônico
Antes de se tornarem o lendário Black Sabbath, Tony Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Ozzy Osbourne eram jovens músicos em busca de um som único e inovador. A conexão entre eles começou em Birmingham, Inglaterra, uma cidade industrial que, apesar de sua atmosfera sombria e pesada, fervilhava com criatividade musical. Iommi e Ward eram membros de uma banda chamada Mythology, enquanto Butler e Osbourne tocavam em uma banda chamada Rare Breed. O destino uniu esses talentosos músicos quando Mythology e Rare Breed se dissolveram, levando Iommi e Ward a se juntarem a Butler e Osbourne para formar uma nova banda.
Inicialmente, o grupo era conhecido como Polka Tulk Blues Band, um nome que refletia suas raízes no blues e no rock’n’roll. No entanto, logo eles perceberam a necessidade de um nome mais impactante e mudaram para Earth.
Durante essa fase, suas influências musicais variavam desde o blues de John Mayall e Cream até o rock psicodélico de Jimi Hendrix e Led Zeppelin. Essas influências ajudaram a moldar o som pesado e distintivo que começava a emergir.
No entanto, o cenário musical da época era altamente competitivo, com inúmeras bandas tentando se destacar. Earth enfrentava a concorrência de grupos como Deep Purple e Uriah Heep, o que os levou a buscar uma identidade sonora única. A virada crucial ocorreu quando eles adotaram o nome Black Sabbath, inspirado no título de um filme de terror de Boris Karloff. A escolha do nome não foi apenas uma jogada de marketing; refletiu uma mudança significativa na direção musical e temática da banda. O som de Black Sabbath tornou-se mais sombrio e pesado, incorporando elementos de ocultismo e horror, o que os diferenciou de seus contemporâneos.
Da ascensão ao sucesso: Os anos de Ozzy Osbourne
O período em que Ozzy Osbourne foi o vocalista principal do Black Sabbath é amplamente considerado a era de ouro da banda, marcada por um sucesso estrondoso e uma influência cultural imensurável. A jornada começa com o lançamento do álbum de estreia autointitulado, ‘Black Sabbath’, em 1970. Este álbum, com seu som sombrio e inovador, é frequentemente citado como o nascimento do heavy metal. Faixas como “Black Sabbath” e “N.I.B.” estabeleceram o tom para o que viria a ser uma carreira lendária.
O segundo álbum da banda, ‘Paranoid’, lançado ainda em 1970, solidificou o Black Sabbath como uma força a ser reconhecida. Canções icônicas como “Iron Man”, “War Pigs” e a faixa-título “Paranoid” são não apenas clássicos do heavy metal, mas também hinos culturais que transcenderam gerações. As letras, frequentemente abordando temas de guerra, caos e desespero, capturaram o espírito turbulento da época.
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Seguindo esse sucesso, o Black Sabbath lançou ‘Master of Reality’ em 1971, um álbum que mergulhou ainda mais fundo nos temas obscuros e sonoridades pesadas. Faixas como “Sweet Leaf” e “Children of the Grave” demonstraram a habilidade da banda de combinar letras provocativas com riffs poderosos. ‘Vol. 4’ (1972) e ‘Sabbath Bloody Sabbath’ (1973) continuaram essa trajetória, cada um trazendo inovações sonoras e letras introspectivas que exploravam desde a política até questões pessoais.
Durante esses anos, o Black Sabbath realizou inúmeras turnês globais, ganhando uma base de fãs fervorosa e deixando uma marca indelével na cultura popular. No entanto, a crescente popularidade trouxe consigo tensões internas. O abuso de substâncias tornou-se um problema significativo, afetando a dinâmica da banda. Conflitos pessoais e profissionais começaram a emergir, culminando na saída de Ozzy Osbourne em 1979. Esta partida marcou o fim de uma era, mas o legado deixado pelos anos de Ozzy no Black Sabbath continua a influenciar músicos e fãs ao redor do mundo.
A entrada de Ronnie James Dio: mudança de sonoridade e uma nova cara
O ingresso de Ronnie James Dio no Black Sabbath marcou um ponto de virada significativo na trajetória da banda. Após a saída do vocalista original Ozzy Osbourne em 1979, o futuro do grupo parecia incerto. Entretanto, a chegada de Dio trouxe uma revitalização inegável. Recrutado pelo guitarrista Tony Iommi, Dio havia anteriormente deixado sua marca como vocalista do Rainbow, e sua inclusão no Black Sabbath não apenas alavancou a energia da banda, mas também transformou sua abordagem musical.
Com Dio, o Black Sabbath lançou o aclamado álbum Heaven and Hell em 1980, que representou uma mudança clara na sonoridade da banda. As letras mais melódicas e a técnica vocal poderosa de Dio diferenciaram-se do estilo mais cru e sombrio de Osbourne. A faixa-título, “Heaven and Hell”, é muitas vezes citada como uma das melhores do catálogo da banda, exemplificando a nova direção musical. O álbum foi um sucesso crítico e comercial, reafirmando o status do Black Sabbath como uma força dominante no heavy metal.
Em 1981, a banda seguiu com Mob Rules, consolidando ainda mais a era Dio. Este álbum continuou a explorar temas grandiosos e místicos, com faixas como “The Sign of the Southern Cross” e “Falling Off the Edge of the World”. A energia renovada e a coesão da banda foram evidentes, e a contribuição de Dio nas composições e na performance ao vivo foi amplamente reconhecida.
No entanto, divergências internas levaram à saída de Dio em 1982. O intervalo sem Dio foi marcado por algumas tentativas de inovação e mudanças na formação. Em 1992, Dio retornou brevemente para gravar Dehumanizer, um álbum que trouxe um som mais pesado e contemporâneo, refletindo as influências do início da década de 1990. Embora o retorno tenha sido curto, a colaboração resultou em um trabalho robusto e respeitado.
O episódio Ian Gillan e outros vocalistas temporários
Após a saída de Ronnie James Dio, o Black Sabbath enfrentava um período de incerteza sobre o futuro de sua formação. Em 1983, a banda surpreendeu a todos ao anunciar Ian Gillan, ex-vocalista do Deep Purple, como seu novo frontman. Esta colaboração resultou no álbum “Born Again”, um trabalho que dividiu opiniões tanto da crítica quanto dos fãs. Enquanto alguns apreciaram a ousadia da banda em experimentar uma nova direção, outros sentiram que a química entre Gillan e os membros originais do Black Sabbath não atingiu o esperado.
“Born Again” foi notório por sua produção crua e som pesado, características que, para alguns, representaram um retorno às raízes do Black Sabbath. No entanto, a recepção crítica foi misturada com comentários que variavam de elogios à inovação até críticas à falta de coesão no álbum. A turnê subsequente também enfrentou desafios, incluindo problemas técnicos e a dificuldade de Gillan em se adaptar ao estilo mais sombrio e pesado do Black Sabbath, em contraste com seu trabalho no Deep Purple.
Além de Ian Gillan, o Black Sabbath teve outros vocalistas temporários ao longo de sua carreira. David Donato, por exemplo, teve uma breve passagem pela banda em meados dos anos 80, mas não chegou a gravar nenhum álbum completo. Ray Gillen, outro vocalista temporário, participou das sessões de gravação do álbum “The Eternal Idol”, mas acabou sendo substituído por Tony Martin antes do lançamento oficial. A contribuição de Gillen, embora efêmera, pode ser ouvida em algumas gravações demo e em versões raras do álbum.
Esses episódios refletem a resiliência do Black Sabbath em momentos de transição e a busca constante por inovação. Apesar dos desafios e das mudanças frequentes de vocalistas, a banda conseguiu manter sua relevância no cenário do rock e do heavy metal, deixando um legado duradouro que continua a influenciar músicos e fãs ao redor do mundo.
A era Glenn Hughes e Tony Martin: Da reinvenção à persistência
Após o período inicial com Ozzy Osbourne e a subsequente fase com Ronnie James Dio, o Black Sabbath entrou em uma era de contínua reinvenção sob a liderança de Glenn Hughes e Tony Martin. Em meados dos anos 1980, a banda recrutou Glenn Hughes, conhecido por seu trabalho com o Deep Purple, para assumir os vocais. Este período foi marcado pelo lançamento de “Seventh Star” em 1986, um álbum inicialmente planejado como um projeto solo de Tony Iommi, mas que acabou sendo lançado sob o nome do Black Sabbath. A recepção de “Seventh Star” foi mista, com críticas elogiando o talento de Hughes, mas questionando a direção musical da banda.
Em 1987, Tony Martin entrou em cena como o novo vocalista, trazendo uma nova energia e estabilidade ao grupo. O primeiro álbum com Martin, “The Eternal Idol,” foi bem recebido, marcando o início de uma colaboração frutífera que resultaria em cinco álbuns de estúdio ao longo dos anos seguintes. A contribuição de Martin foi crucial para a persistência do Black Sabbath durante um período de mudanças constantes na formação da banda.
Álbuns subsequentes como “Headless Cross” (1989) e “Tyr” (1990) solidificaram a reputação de Tony Martin como um dos vocalistas mais duradouros e influentes na história do Black Sabbath. Esses lançamentos foram caracterizados por uma mistura de elementos tradicionais do heavy metal com novas influências, refletindo a capacidade da banda de se adaptar e evoluir.
Durante essa era, o Black Sabbath também colaborou com diversos músicos notáveis, incluindo o baterista Cozy Powell e o tecladista Geoff Nicholls, cuja contribuição ajudou a moldar o som da banda. A persistência e a reinvenção contínua durante a era de Glenn Hughes e Tony Martin demonstram a resiliência do Black Sabbath e sua capacidade de manter-se relevante no cenário musical em constante mudança.
Os anos 2000: A reunião da formação clássica e novos desafios
Nos anos 2000, o Black Sabbath passou por um período de grande importância histórica com a reunião de sua formação clássica, embora sem a presença do baterista Bill Ward. Ward, uma figura fundamental na história da banda, não participou dessa fase de reunião devido a questões contratuais e de saúde. O afastamento de Ward gerou certo descontentamento entre os fãs, que ansiavam por ver a formação original completa no palco.
A ausência de Bill Ward foi um ponto sensível, mas a banda seguiu em frente com Tommy Clufetos assumindo a bateria em diversas ocasiões. Os membros remanescentes, Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler, conseguiram manter a essência do Black Sabbath, ainda que a dinâmica interna da banda tenha sido inevitavelmente impactada. Essa fase de reunião foi marcada por vários eventos importantes, incluindo a turnê “The End Tour”, que contou com apresentações memoráveis e multidões de fãs ao redor do mundo.
Um dos momentos mais significativos dessa era foi a participação do Black Sabbath em grandes festivais de música, como o Download Festival e o Ozzfest, que foram cruciais para revitalizar a banda e reintroduzi-la a novas gerações de fãs. A resposta do público à reunião foi majoritariamente positiva, com muitos fãs mostrando entusiasmo e apoio à banda, mesmo com a ausência de Ward. Os concertos foram oportunidades para a banda provar sua relevância contínua e sua habilidade de oferecer performances poderosas e emocionantes.
A reunião da formação clássica nos anos 2000, embora marcada por desafios, solidificou o legado do Black Sabbath como uma das bandas mais influentes e duradouras da história do rock. A capacidade da banda de superar adversidades e continuar a encantar os fãs é um testemunho de sua importância e impacto no cenário musical global.
O álbum ’13’: Gravações e recepção do público e crítica
Lançado em junho de 2013, o álbum ’13’ marcou o retorno triunfal do Black Sabbath com um trabalho de estúdio após um hiato de 18 anos. Produzido por Rick Rubin, um veterano da indústria musical, o álbum buscou capturar a essência do som clássico da banda, enquanto trazia uma nova energia para os fãs antigos e novos. O envolvimento de Rubin foi crucial; ele incentivou a banda a revisitar suas raízes, o que resultou em um som autêntico e poderoso que remete às suas primeiras gravações.
O processo de gravação do ’13’ não foi isento de desafios. Tony Iommi, o lendário guitarrista da banda, foi diagnosticado com linfoma no início das sessões de gravação. Sua batalha contra o câncer foi uma luta pessoal intensa, mas Iommi mostrou uma resiliência incrível, continuando a trabalhar no álbum durante seu tratamento. Sua dedicação e paixão pela música são evidentes em cada faixa do ’13’, onde seu estilo de guitarra característico brilha, adicionando profundidade e intensidade às canções.
Além de Iommi, os membros restantes da formação original, Ozzy Osbourne e Geezer Butler, também desempenharam papéis significativos no desenvolvimento do álbum. A química entre eles foi revitalizada, resultando em uma colaboração coesa e inspirada. A ausência do baterista original, Bill Ward, foi preenchida por Brad Wilk do Rage Against the Machine, que trouxe uma nova dinâmica rítmica ao trabalho.
A recepção crítica ao ’13’ foi amplamente positiva. O álbum foi elogiado por críticos e fãs, que destacaram sua fidelidade ao som clássico do Black Sabbath e a qualidade das composições. Comercialmente, o ’13’ foi um sucesso retumbante, estreando no topo das paradas em diversos países, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido. Este sucesso reafirmou o legado duradouro do Black Sabbath na história do heavy metal, destacando sua capacidade de se reinventar enquanto permanecem fiéis às suas raízes.
A turnê de despedida: O fim de uma Era
A turnê de despedida do Black Sabbath, intitulada “The End”, marcou um capítulo final significativo na história da banda que revolucionou o rock e o heavy metal. Realizada entre 2016 e 2017, a turnê passou por diversos continentes, incluindo América do Norte, Europa e Oceania, com shows que foram verdadeiras celebrações da música pesada. Cada apresentação trouxe à tona um misto de nostalgia e emoção, tanto para os membros da banda quanto para os fãs que acompanharam a trajetória do Black Sabbath ao longo das décadas.
O setlist da turnê “The End” foi cuidadosamente selecionado para abranger os maiores sucessos da carreira do Black Sabbath. Clássicos como “Paranoid”, “War Pigs”, “Iron Man” e “Black Sabbath” foram executados com a maestria que se espera de lendas do rock. Além das músicas icônicas, a banda também incluiu algumas surpresas, como “Dirty Women” e “Snowblind”, agradando fãs de todas as fases de sua carreira. Cada show era um mergulho profundo na essência do heavy metal, com performances energéticas e uma produção de palco que complementava a intensidade das músicas.
As emoções durante os shows foram palpáveis. Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler, membros fundadores da banda, demonstraram gratidão e reconhecimento ao público que os acompanhou por tantos anos. A interação entre a banda e os fãs era um testemunho do impacto duradouro do Black Sabbath na vida de tantas pessoas. Muitos fãs descreveram os shows como uma experiência transcendental, um último adeus à banda que moldou o gênero e influenciou inúmeras gerações de músicos.
O legado do Black Sabbath é indiscutível. Como pioneiros do heavy metal, eles não apenas definiram um gênero, mas também inspiraram uma cultura musical que continua a evoluir e prosperar. Bandas modernas frequentemente citam o Black Sabbath como uma influência fundamental, e sua música permanece relevante e poderosa. A turnê de despedida, portanto, não foi apenas o fim de uma era, mas também uma celebração de um legado que perdurará por muitas gerações futuras.
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