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A música de hoje em dia é preguiçosa?


A pergunta “A música de hoje em dia é preguiçosa?” desperta paixões e debates acalorados entre fãs de diferentes gerações. À medida que a indústria musical evolui, as opiniões sobre a qualidade e a criatividade das músicas contemporâneas variam amplamente.

Primeiramente, muitos argumentam que a música atual é preguiçosa devido à percepção de repetição e simplicidade nas composições. Muitas músicas pop contemporâneas seguem estruturas previsíveis, com versos e refrões repetitivos e letras que abordam temas comuns como amor, festas e riqueza. Essa fórmula aparece como uma estratégia comercial, visando garantir o sucesso nas paradas de sucesso.

Além disso, artistas como Ed Sheeran e Taylor Swift frequentemente utilizam fórmulas simples para criar hits. Suas músicas, embora melodiosas e cativantes, muitas vezes seguem padrões previsíveis que são fáceis de digerir e lembrar. Muitos críticos veem essa abordagem como uma forma de preguiça criativa.

Ademais, a tecnologia moderna revolucionou a produção musical, permitindo que artistas e produtores criem músicas de alta qualidade com maior eficiência. Ferramentas como software de produção digital, samples e auto-tune facilitam o processo de criação musical. No entanto, essas ferramentas também levantam questões sobre a autenticidade e a habilidade musical exigida. Muitos criticam o uso extensivo de auto-tune, pois acreditam que seu uso excessivo pode dar a impressão de que a música carece de habilidade vocal natural. Além disso, a produção digital permite que músicos criem canções rapidamente, o que alguns interpretam como uma redução do esforço criativo.

Por outro lado, a indústria musical é um negócio, e como tal, orienta-se fortemente para o lucro. Isso resulta em uma tendência a produzir músicas que vendem bem, muitas vezes seguindo tendências e fórmulas comprovadas. Esse foco comercial pode levar à homogeneização da música, com menos ênfase na experimentação e na inovação. Estudos mostram que as músicas populares hoje em dia tendem a ser mais semelhantes em termos de estrutura, ritmo e melodia do que no passado. Muitos veem essa homogeneização como uma forma de preguiça criativa, onde a indústria prefere jogar seguro em vez de arriscar com novos sons e estilos.

No entanto, contrariando a ideia de que a música atual é preguiçosa, a era digital democratizou a produção e distribuição musical. Artistas independentes de todo o mundo podem compartilhar seu trabalho através de plataformas como YouTube, Spotify e SoundCloud, resultando em uma enorme variedade de gêneros e estilos. Muitos artistas contemporâneos experimentam com novos sons, tecnologias e estilos. Gêneros como música eletrônica, hip-hop e indie rock estão repletos de inovação. Artistas como Björk, Radiohead e Kendrick Lamar continuam a desafiar os limites convencionais da música, provando que há muita criatividade na cena musical atual.

Além disso, a nostalgia desempenha um papel significativo na percepção da qualidade da música. Cada geração tende a valorizar a música de sua juventude e pode ver a música atual sob uma luz mais crítica. Isso não significa necessariamente que a música de hoje é inferior, mas sim que a percepção é influenciada por memórias e associações emocionais. Músicas dos anos 60, 70 e 80 são frequentemente celebradas por sua inovação e impacto cultural. No entanto, essas eras também tiveram sua cota de músicas comercialmente orientadas e fórmulas simples. Portanto, a percepção de que a música do passado era melhor pode ser mais uma questão de perspectiva do que de fato.

Em conclusão, a questão “A música de hoje em dia é preguiçosa?” não tem uma resposta simples. Alguns elementos na música contemporânea podem parecer preguiçosos, como a repetição de fórmulas e o uso extensivo de tecnologia. No entanto, a diversidade e a inovação presentes na música atual mostram que muitos artistas investem muito esforço criativo em suas obras.

A música, como qualquer forma de arte, reflete a cultura e o tempo em que é criada, o importante é reconhecer e apreciar a variedade de estilos e a riqueza de expressão que a música moderna oferece, menos o chamado “funk carioca”, esse não merece nem ser chamado de música.


Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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