Back in Black: O clássico do AC/DC faz 45 anos

Julio Mauro
5 minutos de leitura
Capa do álbum Back In Black do AC/DC.

Back in Black nasceu num momento difícil para o AC/DC. O vocalista Bon Scott havia morrido poucos meses antes e a banda precisou decidir se seguiria em frente ou encerrava a história por ali. O disco, lançado em 25 de julho de 1980, foi a resposta.

A perda e a decisão de continuar

Bon Scott morreu em fevereiro de 1980, em Londres, depois de uma noite de bebida. Ele tinha 33 anos. O impacto foi grande, e a banda cogitou parar. Mas com o apoio da família de Bon, os irmãos Angus e Malcolm Young decidiram seguir. Encontraram Brian Johnson, um cantor britânico que não era famoso, mas tinha a energia e a voz que o grupo procurava.

A escolha de Brian não agradou a todos de imediato. Muitos fãs achavam que ninguém conseguiria substituir Bon Scott. Mas dentro da banda, a química foi imediata. Ele chegou com respeito, sem tentar imitar ninguém. A ideia era seguir em frente, mas do jeito certo.

Pouco tempo depois, já estavam nas Bahamas para gravar o novo álbum. O local foi escolhido para fugir do frio europeu, mas o clima tropical não ajudou muito: chuvas, tempestades e queda de energia marcaram o período. Ainda assim, em sete semanas, o trabalho ficou pronto. A produção ficou com Robert “Mutt” Lange, que já havia trabalhado com a banda em Highway to Hell.

O disco

O álbum Back in Black começa com “Hells Bells”, com o som de um sino ecoando. Era a forma da banda reconhecer a ausência de Bon Scott, mas também o início de algo novo. Em seguida vem “Shoot to Thrill”, com um riff que acelera o ritmo e mostra que a banda estava viva.

“Back in Black” virou o símbolo do disco. A letra fala de voltar à ativa, sem ignorar o que aconteceu. “You Shook Me All Night Long” se tornou uma das músicas mais populares do grupo, com uma melodia fácil e letra direta. “Rock and Roll Ain’t Noise Pollution” encerra o álbum com uma mensagem simples: o rock continua.

O álbum tem 10 faixas. Nenhuma sobra, nenhuma enrola. Tudo soa direto. Guitarras afiadas, bateria reta, baixo presente sem exagero, e uma voz que se impõe. É o tipo de som que a banda já fazia, mas com mais atenção à produção. E Back in Black é um exemplo de como manter a essência sem cair na repetição.

Capa, som e contexto

A capa toda preta não foi ideia da banda, mas da gravadora. Era uma forma de marcar o luto. Eles aceitaram. O visual acabou virando parte da identidade do disco. Simples e sem nada para distrair.

A produção de Mutt Lange ajudou o álbum a ter clareza, sem perder o peso. Tudo soa limpo, mas ainda agressivo. O som da bateria, por exemplo, é seco e direto. A guitarra de Angus Young continua sendo o centro das atenções, mas a base de Malcolm dá o suporte necessário. E Brian Johnson, estreando, não tenta copiar Bon Scott. Ele canta do jeito dele, com a voz rasgada que virou marca registrada dali em diante.

Resultado

Back in Black vendeu mais de 50 milhões de cópias. Nos Estados Unidos, é o segundo disco mais vendido da história, atrás apenas de Thriller, de Michael Jackson. A repercussão foi imediata. O AC/DC passou de banda promissora para nome fixo nos palcos do mundo inteiro, o sucesso veio sem precisar mudar a fórmula, apenas com mais confiança no que já sabiam fazer.

Mesmo depois de quatro décadas, Back in Black continua sendo uma referência para bandas novas. É comum ver o disco citado em listas de álbuns essenciais do rock. Sua influência mostra como é possível recomeçar sem esquecer o que passou.

O que ficou

A banda não tentou reinventar o rock. Não tentou mudar nada. Só quis continuar. O disco é isso: uma forma de lidar com a perda, mantendo o que sempre funcionou.

Back in Black é a resposta de uma banda que escolheu seguir em frente sem apagar o que veio antes.

Ouça abaixo o disco Back in Black do AC/DC

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