Em entrevista recente para a Ultimate Classic Rock, Donald “Buck Dharma” Roeser, guitarrista do Blue Öyster Cult, comentou os boatos antigos de rivalidade com o Kiss. Segundo ele, a relação entre as bandas foi, desde o início, marcada por respeito e camaradagem.
A lembrança mais citada remonta à noite de 31 de dezembro de 1973. O Blue Öyster Cult foi a atração principal na Academy of Music, em Nova York, enquanto o Kiss abriu o evento. “Eles chegaram com um caminhão enorme e uma equipe completa. Nós só tínhamos uma linha de trás e um caminhão pequeno”, contou Dharma.
Na época, o contraste visual entre os grupos era evidente. O Kiss apostava em figurinos elaborados, botas de plataforma e uma estética teatral. Já o Blue Öyster Cult mantinha uma postura mais sóbria no palco. “Eles eram impressionantes de se ver. Grandes caras, roupas marcantes. Nós éramos menores, mais contidos.”
Apesar das diferenças, havia afinidade fora do palco. “Eu conhecia o Gene e o Paul melhor. O Ace, um pouco. O Peter, quase nada. Mas éramos todos nova-iorquinos, tínhamos muito em comum.”
O guitarrista afirmou não ver espaço para competição real entre os dois grupos. “Essa ideia de rivalidade nunca existiu de verdade. A cena era pequena, e todo mundo tentava se ajudar.”
Naquele período, ambas as bandas buscavam consolidar espaço no cenário do hard rock. Enquanto o Kiss gravava seu primeiro álbum, lançado em fevereiro de 1974, o Blue Öyster Cult já contava com dois discos de estúdio e começava a chamar atenção com a faixa “Cities on Flame with Rock and Roll”.
A experiência compartilhada na cena novaiorquina dos anos 1970 ajudou a moldar o ambiente musical da época. O reconhecimento mútuo, mesmo diante de estilos distintos, parece ter contribuído para relações duradouras e colaborativas.
Cinquenta anos depois daquele show de réveillon, o episódio permanece como um registro curioso da convivência entre duas bandas que, embora distintas em forma, seguiram caminhos relevantes no rock norte-americano.
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