Nos últimos anos, a música “YMCA”, do Village People, tornou-se um dos temas mais reconhecíveis dos comícios de Donald Trump. A canção, conhecida por sua energia contagiante e apelo universal, frequentemente encerra os eventos do ex-presidente dos Estados Unidos.
Recentemente, Victor Willis, membro fundador e compositor do grupo, veio a público para defender o uso da faixa por Trump, negando quaisquer conotações ligadas à comunidade LGBTQIA+ associadas ao hit.
Em uma declaração compartilhada em suas redes sociais, Willis revelou ter solicitado que Trump deixasse de usar a música em seus eventos, mas reconheceu que o ex-presidente tem direito legal para fazê-lo. “Recebi muitas reclamações de fãs sobre isso, então pedi para que ele considerasse parar. No entanto, Trump realmente parece gostar de ‘YMCA’ e se diverte muito com ela”, afirmou o cantor.
Willis explicou que, embora outros artistas tenham optado por retirar permissões para o uso de suas obras em campanhas políticas, ele decidiu não seguir o mesmo caminho. “Eu simplesmente não tive coragem de impedi-lo de continuar a usar minha música, visto que tantos artistas estavam retirando a permissão para usar seu material. Então eu disse à minha esposa para informar à BMI [Broadcast Music, Inc.] que não retirasse a licença de uso político da campanha de Trump”, acrescentou.
Lançada em 1978, “YMCA” se tornou uma das músicas mais emblemáticas da disco music e permanece atemporal devido à sua melodia e coreografia.
Apesar de sua origem em um contexto de celebração da cultura LGBTQIA+ nos anos 1970, Willis insiste que a canção não foi escrita com essa intenção. “As pessoas interpretam ‘YMCA’ como quiserem, mas, do meu ponto de vista, é apenas uma música divertida sobre juventude e camaradagem”, comentou em entrevistas anteriores.
O uso de “YMCA” por Donald Trump gerou divisões entre os fãs do Village People e críticos políticos. Muitos questionam se a mensagem de inclusão implícita na música é compatível com as políticas e discursos do ex-presidente.
Ainda assim, Victor Willis mantém uma posição pragmática: “Minha música é para todos. Não sou eu quem decide como ou por quem ela será interpretada”.
O caso destaca o debate recorrente sobre o uso de músicas em campanhas políticas, especialmente quando os artistas não compartilham as visões de quem as utiliza.
Apesar disso, a decisão de Willis de não revogar a permissão contrasta com a postura de outros músicos, como Neil Young e Bruce Springsteen, que restringiram o uso de suas obras por Trump em ocasiões anteriores.
O fato de “YMCA” ter sido adotada como um hino em eventos políticos, mesmo décadas após seu lançamento, reforça o impacto cultural duradouro da faixa. Para Willis, essa longevidade é uma prova do poder unificador da música. “Seja para dançar, cantar ou apenas ouvir, ‘YMCA’ transcende ideologias e gerações. Isso é algo que me deixa muito orgulhoso”, concluiu.
Enquanto o debate continua entre fãs e críticos, “YMCA” segue como um símbolo de celebração, com sua melodia marcando presença tanto nas pistas de dança quanto em arenas políticas.
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