Adele: Entre vulnerabilidade e grandeza

Marcelo Scherer
49 minutos de leitura
Adele. Crédito: Kevin Mazur/Getty Images.

Quando uma jovem de 19 anos subiu ao palco do programa “Later… with Jools Holland” da BBC em 2007, poucos poderiam prever que aquela performance mudaria para sempre o panorama da música popular contemporânea.

Adele Laurie Blue Adkins, conhecida mundialmente apenas como Adele, nasceu em 5 de maio de 1988, em Tottenham, norte de Londres, e cresceu para se tornar uma das artistas mais vendidas do século XXI, com mais de 120 milhões de discos vendidos globalmente (conforme dados da Sony Music Entertainment).

A trajetória de Adele transcende números impressionantes de vendas ou coleções de prêmios. Sua história representa como uma artista conseguiu manter autenticidade genuína em uma indústria frequentemente criticada por sua artificialidade, criando conexões emocionais profundas com milhões de ouvintes através de composições que exploram temas universais como amor, perda, crescimento pessoal e redenção. Em uma era dominada por produção eletrônica complexa e ciclos de atenção fragmentados, Adele provou que substância emocional e qualidade artística ainda podem encontrar audiências massivas.

Biografia

Infância e adolescência

Adele Laurie Blue Adkins cresceu em um ambiente familiar complexo que moldaria profundamente sua perspectiva artística e capacidade de conectar-se com audiências diversas. Filha de Penny Adkins, uma massoterapeuta de origem inglesa, e Mark Evans, um galês que trabalhava como encanador, ela experimentou a instabilidade familiar desde muito cedo quando seu pai abandonou a família aos seus dois anos de idade.

Criada principalmente por sua mãe em diferentes bairros de Londres, incluindo Tottenham, West Norwood e Brixton, Adele desenvolveu uma compreensão íntima da diversidade cultural londrina. Esta experiência de crescer em uma família monoparental em áreas urbanas multiculturais forneceria posteriormente material rico para suas composições e contribuiria para sua capacidade de comunicar-se com audiências de diferentes backgrounds socioeconômicos.

A música entrou na vida de Adele aos quatro anos, quando ela descobriu as Spice Girls. Em entrevistas posteriores à revista Rolling Stone, ela descreveria este momento como decisivo para sua decisão de tornar-se cantora. No entanto, foram as descobertas subsequentes de artistas como Etta James, Ella Fitzgerald, Roberta Flack e especialmente Lauryn Hill que realmente moldaram seu desenvolvimento vocal e estilístico.

Durante sua infância, Adele demonstrava sinais claros de talento musical excepcional. Aos nove anos, ela já cantava regularmente em casa e começou a desenvolver interesse por instrumentos, particularmente piano e violão. Sua mãe, reconhecendo o talento da filha, a encorajou ativamente e frequentemente a levava a apresentações musicais ao vivo em Londres.

A adolescência de Adele foi marcada por uma decisão que mudaria sua vida: aos 14 anos, ela ingressou na BRIT School for Performing Arts & Technology em Croydon. Esta instituição, conhecida por formar artistas como Amy Winehouse, Leona Lewis, Jessie J e posteriormente Sam Smith, proporcionou a Adele um ambiente estruturado para desenvolver suas habilidades musicais.

Na BRIT School, Adele não apenas refinava sua técnica vocal, mas também começava a compor suas próprias músicas. Frequentemente acompanhada apenas por um violão ou piano, ela desenvolvia um estilo de composição que priorizava narrativa pessoal e honestidade emocional sobre complexidade técnica. Seus professores notavam sua capacidade incomum de transmitir emoção através de nuances vocais sutis, uma habilidade que se tornaria sua marca registrada.

Durante este período, Adele também enfrentava questões típicas da adolescência, incluindo inseguranças sobre aparência física e relacionamentos. Estas experiências, embora dolorosas na época, forneceriam material emocional autêntico para suas futuras composições. Sua capacidade de transformar vulnerabilidade pessoal em arte universal começava a se manifestar mesmo nestes anos formativos.

Carreira

2006–10: Início da carreira e 19

O momento decisivo na carreira de Adele ocorreu em 2006, três meses antes de sua formatura na BRIT School. Um amigo próximo, reconhecendo o talento excepcional que testemunhava regularmente, decidiu postar algumas de suas demos caseiras no MySpace, a plataforma de mídia social que então dominava a descoberta musical online. As faixas incluíam versões preliminares do que posteriormente se tornaria “Hometown Glory” e “Daydreamer”.

Adele em 2007. Crédito:  Dave Etheridge-Barnes/Getty Images.
BRIGHTON, REINO UNIDO – 19 DE MAIO: Adele se apresenta no palco da MTV2 Gonzo On Tour, no Concorde 2, durante o terceiro dia do Great Escape Festival, em 19 de maio de 2007, em Brighton, Inglaterra. Crédito: Dave Etheridge-Barnes/Getty Images.

A resposta foi imediata e surpreendente. Executivos da XL Recordings, selo independente respeitado por seu trabalho com artistas como The White Stripes, Radiohead e The Prodigy, descobriram as músicas através da plataforma. Richard Russell, fundador da XL, descreveu posteriormente em entrevista à revista Q Magazine que “havia algo na voz dela que era simultaneamente jovem e antiga, como se ela tivesse vivido muito mais do que seus 18 anos sugeriam”.

O contrato com a XL Recordings foi assinado em setembro de 2006, marcando o início oficial da carreira profissional de Adele. Diferentemente de muitos artistas jovens que são moldados extensivamente por suas gravadoras, Adele manteve controle criativo significativo desde o início, uma decisão que se provaria fundamental para preservar sua autenticidade artística ao longo de sua carreira.

O processo de criação de seu álbum de estreia foi cuidadosamente planejado. Adele trabalhou principalmente com o produtor Jim Abbiss, conhecido por seu trabalho com Arctic Monkeys e Kasabian, que compreendeu a importância de manter a intimidade emocional que caracterizava suas demos originais. O álbum, intitulado “19” em referência à sua idade durante a composição da maioria das faixas, foi gravado entre 2007 e início de 2008.

“Hometown Glory”, a primeira música que Adele escreveu aos 16 anos, abriu o álbum com uma reflexão melancólica sobre Londres e o sentimento de pertencimento. A faixa, construída em torno de um arranjo simples de piano e cordas, estabeleceu imediatamente a estética que definiria todo o trabalho subsequente de Adele: melodias diretas que servem como veículo para uma voz extraordinariamente expressiva.

O primeiro single oficial, “Chasing Pavements”, lançado em janeiro de 2008, demonstrou a capacidade de Adele de transformar experiências pessoais específicas em narrativas universais. A música, inspirada por um relacionamento conturbado de sua adolescência, questionava se vale a pena perseguir algo que pode não levar a lugar algum. A metáfora do título, comparando a busca por amor a “perseguir pavimentos”, mostrou uma sofisticação lírica incomum para uma artista tão jovem.

Musicalmente, “19” navegava habilmente entre soul, jazz e pop contemporâneo, com influências claras de artistas como Lauryn Hill, Mary J. Blige e Alicia Keys. A produção de Abbiss mantinha um equilíbrio delicado entre polimento profissional necessário para sucesso comercial e a intimidade emocional que tornava as músicas pessoalmente ressonantes.

O álbum foi lançado em 28 de janeiro de 2008 no Reino Unido, alcançando inicialmente sucesso comercial moderado. “19” chegou ao topo das paradas britânicas e vendeu mais de 900.000 cópias no Reino Unido durante seu primeiro ano. No entanto, foi nos Estados Unidos que o álbum realmente ganhou momentum extraordinário.

A performance no “Saturday Night Live” em 18 de outubro de 2008 tornou-se um momento definitivo. Adele interpretou “Chasing Pavements” e “Cold Shoulder” para uma audiência nacional americana, resultando em um aumento de 3.000% nas vendas digitais durante a semana seguinte (conforme relatado pela Nielsen SoundScan). Este fenômeno demonstrou o poder da televisão americana para catapultar carreiras musicais internacionais.

O reconhecimento crítico acompanhou o sucesso comercial. “19” recebeu indicações ao prestigioso Mercury Prize no Reino Unido e, mais significativamente, duas indicações ao Grammy Awards em 2009: Melhor Artista Revelação e Melhor Performance Vocal Pop Feminina por “Chasing Pavements”. Embora não tenha vencido nenhuma categoria, as indicações estabeleceram Adele como uma força emergente na música internacional.

Durante este período, Adele também embarcou em turnês extensivas que refinaram sua presença de palco. Suas performances ao vivo, caracterizadas por uma combinação única de vulnerabilidade emocional e humor autodepreciativo britânico, tornaram-se uma marca registrada que a distinguia de contemporâneos. Apresentações em festivais como Glastonbury e Bonnaroo permitiram que ela desenvolvesse conexões mais profundas com audiências diversas.

2011–14: 21 e reconhecimento mundial

O período entre 2008 e 2010 foi crucial para o desenvolvimento artístico de Adele. As experiências de turnê, combinadas com mudanças significativas em sua vida pessoal, forneceram material emocional que se tornaria a base para seu segundo álbum. Um relacionamento intenso e posteriormente tumultuado, que ela descreveria como “o primeiro amor real” de sua vida, terminou de forma dolorosa, criando o contexto emocional para o que muitos consideram sua obra-prima.

Capa do álbum 21 de Adele.

“21”, lançado em 24 de janeiro de 2011 no Reino Unido e em 22 de fevereiro nos Estados Unidos, representou um salto artístico monumental. O álbum explorava temas de desamor, traição, raiva e eventual recuperação com uma profundidade emocional e sofisticação musical que surpreendeu até mesmo admiradores fervorosos de “19”.

O processo criativo de “21” foi intensamente colaborativo. Adele trabalhou com uma variedade de produtores e compositores renomados, incluindo Rick Rubin (conhecido por seu trabalho com Johnny Cash e Red Hot Chili Peppers), Paul Epworth (Bloc Party, Florence + The Machine), Ryan Tedder (OneRepublic) e Dan Wilson (ex-Semisonic). Esta abordagem, incomum para uma artista que havia mantido controle criativo rigoroso, resultou em diversidade sonora que mantinha coesão através da força unificadora da voz e perspectiva de Adele.

“Rolling in the Deep”, o primeiro single de “21”, foi lançado em novembro de 2010 e imediatamente estabeleceu um novo padrão para o que a música popular poderia alcançar. A faixa, co-escrita com Paul Epworth, combinava elementos de blues, gospel e pop com uma produção que era simultaneamente moderna e atemporal. A letra transformava raiva e desilusão em uma declaração poderosa de força e independência.

A música alcançou o número um em mais de 10 países e permaneceu nas paradas americanas por 65 semanas consecutivas, um feito notável em uma era de ciclos de atenção cada vez mais curtos. Mais importante, “Rolling in the Deep” demonstrou que havia audiência substancial para música que priorizava substância emocional sobre tendências passageiras da indústria.

“Someone Like You”, o segundo single, representou vulnerabilidade em sua forma mais pura. A balada, acompanhada apenas por piano, foi composta em colaboração com Dan Wilson durante uma sessão de apenas duas horas em Nashville. Wilson descreveu posteriormente em entrevista à revista Billboard como Adele chegou ao estúdio com a melodia e o conceito básico, e juntos desenvolveram uma narrativa que capturava a experiência universal de aceitar o fim de um relacionamento significativo.

A performance de “Someone Like You” nos BRIT Awards de 2011, realizada em 15 de fevereiro, tornou-se um momento cultural definitivo. Acompanhada apenas por um pianista, Adele entregou uma interpretação tão emocionalmente carregada que deixou tanto a audiência presente quanto milhões de telespectadores visivelmente comovidos. A performance resultou em um aumento imediato e dramático nas vendas, com “21” saltando para o número um nas paradas britânicas na semana seguinte.

O sucesso comercial de “21” transcendeu todas as expectativas da indústria musical. O álbum permaneceu no número um da Billboard 200 por 24 semanas não consecutivas, um feito não alcançado desde “Thriller” de Michael Jackson. No Reino Unido, “21” passou 23 semanas no topo das paradas, tornando-se o álbum mais bem-sucedido do século XXI no país até aquele momento.

As vendas globais atingiram números que pareciam impossíveis na era digital. Até 2016, “21” havia vendido mais de 31 milhões de cópias mundialmente, tornando-se um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Nos Estados Unidos, foi certificado como diamante pela RIAA, indicando vendas superiores a 10 milhões de cópias.

O Grammy Awards de 2012 tornou-se uma celebração de Adele. Ela venceu seis categorias, incluindo Álbum do Ano, Gravação do Ano e Canção do Ano, colocando-a entre os artistas mais premiados em uma única cerimônia na história da premiação. Sua performance de “Rolling in the Deep” na cerimônia, sua primeira apresentação pública após uma cirurgia nas cordas vocais, foi recebida com uma ovação prolongada.

No entanto, o sucesso intenso trouxe desafios inesperados. As turnês extensivas e a demanda constante por performances ao vivo começaram a afetar severamente a voz de Adele. Em outubro de 2011, ela foi forçada a cancelar várias datas importantes devido a laringite, e exames médicos subsequentes revelaram um pólipo nas cordas vocais que requeria cirurgia imediata.

A cirurgia, realizada em novembro de 2011 pelo renomado Dr. Steven Zeitels no Massachusetts General Hospital, foi um momento de grande ansiedade. Havia incerteza genuína sobre se sua voz retornaria com a mesma qualidade que a havia tornado famosa mundialmente. O período de recuperação incluiu meses de terapia vocal rigorosa e repouso completo da voz.

2015–17: 25 e Adele Live 2016

Após o sucesso monumental de “21”, as expectativas para o próximo álbum de Adele eram extraordinariamente altas. A indústria musical e fãs ao redor do mundo aguardavam ansiosamente por novos materiais, mas Adele estava determinada a não se apressar no processo criativo. Durante o hiato, ela focou na maternidade após o nascimento de seu filho Angelo em outubro de 2012, e gradualmente desenvolveu ideias para novas composições.

O processo de composição para “25” foi significativamente diferente de seus álbuns anteriores. Enquanto “19” e “21” haviam sido largamente inspirados por relacionamentos românticos e suas consequências, o novo material explorava temas mais amplos de nostalgia, crescimento pessoal, maternidade e reflexão sobre a passagem do tempo. A perspectiva de uma mulher de 25 anos, mãe e artista estabelecida, era fundamentalmente diferente da jovem que havia criado os álbuns anteriores.

Adele trabalhou novamente com colaboradores de confiança, incluindo Paul Epworth e Dan Wilson, mas também explorou novas parcerias criativas com produtores como Greg Kurstin (conhecido por seu trabalho com Sia e Beck) e Ludwig Göransson (posteriormente compositor de trilhas sonoras para “Black Panther” e “The Mandalorian”). Esta abordagem permitiu-lhe experimentar com diferentes texturas sonoras mantendo a autenticidade emocional que havia se tornado sua marca registrada.

Em outubro de 2015, após quatro anos de silêncio, Adele retornou dramaticamente com “Hello”, o primeiro single de “25”. A música, co-escrita com Greg Kurstin, representava uma evolução artística significativa. Enquanto mantinha a vulnerabilidade emocional característica, “Hello” demonstrava nova maturidade e perspectiva mais ampla sobre relacionamentos e arrependimento.

A letra da música, que explorava temas de arrependimento e tentativas de reconciliação com o passado, ressoou imediatamente com audiências globais. A famosa linha de abertura, “Hello, it’s me”, tornou-se instantaneamente reconhecível e foi amplamente citada na cultura popular, gerando inúmeros memes e referências.

O videoclipe de “Hello”, dirigido pelo aclamado cineasta canadense Xavier Dolan, foi lançado simultaneamente com a música e rapidamente se tornou um fenômeno viral. O vídeo, filmado em preto e branco com estética cinematográfica sofisticada, acumulou mais de 27 milhões de visualizações em suas primeiras 24 horas no YouTube, estabelecendo um novo recorde para a plataforma na época.

O sucesso comercial de “Hello” foi imediato e massivo. A música alcançou o número um em mais de 25 países e vendeu mais de 1 milhão de downloads digitais em sua primeira semana nos Estados Unidos, tornando-se a primeira música a alcançar este marco desde que o tracking digital começou. O sucesso estabeleceu expectativas ainda maiores para o álbum completo.

“25” foi lançado em 20 de novembro de 2015, representando o trabalho mais maduro e reflexivo de Adele até então. O álbum explorava temas de nostalgia, perdão e aceitação com sofisticação lírica e musical que demonstrava crescimento significativo como artista e pessoa.

Musicalmente, “25” expandia a paleta sonora de Adele sem abandonar os elementos fundamentais que haviam definido seu sucesso. Faixas como “Send My Love (To Your New Lover)” incorporavam elementos de música eletrônica e world music, enquanto baladas como “When We Were Young” mantinham a intimidade emocional que havia caracterizado seu trabalho anterior.

A decisão estratégica de Adele de não disponibilizar “25” em serviços de streaming inicialmente foi controversa mas comercialmente brilhante. Em uma era dominada pelo streaming, ela insistiu que os fãs comprassem o álbum fisicamente ou através de downloads digitais. Esta decisão, totalmente apoiada por sua gravadora, demonstrou o poder de mercado extraordinário que Adele havia alcançado.

O sucesso comercial de “25” foi imediato e histórico. O álbum vendeu mais de 3,38 milhões de cópias em sua primeira semana nos Estados Unidos, estabelecendo um novo recorde para vendas semanais na era moderna. No Reino Unido, “25” tornou-se o álbum de vendas mais rápidas da história, vendendo mais de 800.000 cópias em seu primeiro dia de disponibilidade.

A turnê “Adele Live 2016”, que se estendeu até 2017, demonstrou a evolução dramática de Adele como performer ao vivo. As apresentações, realizadas em estádios e arenas ao redor do mundo, combinavam produção espetacular com momentos de intimidade que mantinham a conexão pessoal com audiências massivas.

Performances particulares tornaram-se momentos culturais significativos. Sua apresentação no Glastonbury Festival em 2016 foi vista por mais de 3 milhões de pessoas na televisão britânica e foi amplamente considerada uma das melhores performances na história do festival. A apresentação incluiu um momento emocionante quando ela dedicou “Someone Like You” a todas as vítimas do ataque terrorista em Orlando, que havia ocorrido dias antes.

2018–presente: 30 e residência em Las Vegas

Os anos seguintes ao sucesso de “25” trouxeram mudanças profundas na vida pessoal de Adele que influenciariam significativamente seu próximo trabalho artístico. Seu casamento com Simon Konecki, empresário britânico com quem havia se relacionado desde 2011, foi oficializado em 2016, mas o casal anunciou sua separação em abril de 2019, iniciando um processo de divórcio que seria finalizado em março de 2021.

A experiência do divórcio, combinada com sua jornada pessoal de autodescoberta e transformação física, forneceu material emocional intenso para seu quarto álbum de estúdio. Durante este período, Adele também embarcou em uma jornada de transformação pessoal, perdendo aproximadamente 45 quilos através de mudanças significativas na dieta e exercícios regulares, uma transformação que gerou considerável atenção da mídia internacional.

“30”, lançado em 19 de novembro de 2021, representou o trabalho mais pessoal e introspectivo de Adele. O álbum explorava temas de divórcio, maternidade, autodescoberta e renovação pessoal com uma honestidade brutal que surpreendeu até mesmo admiradores de longa data. O título, seguindo a tradição de nomear álbuns por sua idade, refletia a perspectiva de uma mulher de 30 anos navegando mudanças fundamentais na vida.

O processo de criação de “30” foi descrito por Adele como profundamente terapêutico. Trabalhando novamente com colaboradores de confiança como Greg Kurstin e Ludwig Göransson, mas também explorando novas parcerias com produtores como Inflo e Shawn Everett, ela criou um trabalho que era simultaneamente sua declaração mais vulnerável e sua produção mais sofisticada tecnicamente.

“Easy On Me”, o primeiro single de “30”, foi lançado em 15 de outubro de 2021 e imediatamente demonstrou que o hiato de seis anos não havia diminuído o apelo massivo de Adele. A música, que explorava temas de perdão e compreensão no contexto do divórcio, alcançou o número um em mais de 30 países e estabeleceu novos recordes de streaming em plataformas como Spotify e Apple Music.

O videoclipe de “Easy On Me”, dirigido por Xavier Dolan (que havia dirigido “Hello”), apresentava Adele dirigindo por uma estrada rural enquanto refletia sobre mudanças na vida. O vídeo acumulou mais de 20 milhões de visualizações em suas primeiras 24 horas, demonstrando que o interesse público por Adele permanecia extraordinariamente alto.

O álbum completo foi recebido com aclamação crítica universal e sucesso comercial massivo. “30” vendeu mais de 5 milhões de cópias mundialmente em suas primeiras semanas e foi universalmente elogiado por sua honestidade emocional, maturidade artística e qualidade de produção. Críticos destacaram particularmente faixas como “Hold On” e “All Night Parking” como exemplos de crescimento artístico significativo.

Em 2022, Adele iniciou uma residência em Las Vegas no Caesars Palace, intitulada “Weekends with Adele”. A residência, originalmente programada para começar em janeiro mas adiada devido a problemas de produção relacionados à COVID-19, finalmente começou em novembro de 2022. As apresentações no Colosseum do Caesars Palace foram projetadas para proporcionar uma experiência íntima mesmo em um venue de grande escala.

A residência em Las Vegas representa uma nova fase na carreira de Adele, permitindo-lhe manter uma agenda regular de performances enquanto mantém estabilidade familiar em Los Angeles, onde ela reside com seu filho. As apresentações combinam seus maiores sucessos com material de “30”, criando uma experiência que abrange toda sua carreira.

Durante este período, Adele também confirmou publicamente seu relacionamento com Rich Paul, agente esportivo proeminente que representa atletas como LeBron James. O relacionamento, que começou em 2021, representa uma nova fase de felicidade pessoal que ela tem compartilhado abertamente com fãs e mídia.

Características musicais

Influências

As influências musicais de Adele são diversas e profundamente enraizadas na tradição soul e R&B, mas se estendem através de múltiplos gêneros e eras. Desde muito jovem, ela foi exposta a uma variedade de estilos musicais que moldaram sua abordagem única à composição e performance.

As primeiras influências vieram através de sua mãe, que frequentemente tocava discos de artistas como Dusty Springfield, Roberta Flack e Carole King em casa. Estas artistas, conhecidas por sua capacidade de transmitir emoção profunda através de interpretação vocal, estabeleceram um modelo para o que Adele posteriormente desenvolveria como sua própria abordagem.

A descoberta de Lauryn Hill foi particularmente transformadora. O álbum “The Miseducation of Lauryn Hill” (1998) demonstrou a Adele como uma artista poderia combinar vulnerabilidade pessoal com força vocal, criando música que era simultaneamente íntima e universalmente ressonante. A capacidade de Hill de navegar entre rap, soul e R&B influenciou a abordagem de Adele à diversidade estilística dentro de uma identidade artística coesa.

Etta James representa talvez a influência mais profunda no desenvolvimento vocal de Adele. A potência emocional e técnica de James, particularmente em interpretações de baladas como “At Last” e “I’d Rather Go Blind”, forneceu um modelo para como usar a voz como instrumento de expressão emocional pura. Adele frequentemente cita James como a artista que lhe ensinou que técnica vocal deve sempre servir à emoção, nunca o contrário.

Aretha Franklin, a “Rainha do Soul”, influenciou tanto a abordagem vocal quanto a atitude artística de Adele. A capacidade de Franklin de manter dignidade e força mesmo ao expressar vulnerabilidade tornou-se uma característica central do trabalho de Adele. A técnica de Franklin de usar melismas e ornamentação vocal para intensificar emoção, em vez de simplesmente demonstrar habilidade técnica, é claramente audível no estilo de Adele.

Influências contemporâneas incluem artistas como Alicia Keys, cujo álbum “Songs in A Minor” (2001) demonstrou como piano e voz poderiam criar intimidade poderosa na música popular moderna. Mary J. Blige, conhecida como a “Rainha do Hip-Hop Soul”, influenciou a capacidade de Adele de incorporar elementos de hip-hop e R&B contemporâneo mantendo autenticidade emocional.

Surpreendentemente, Adele também cita influências de fora do soul e R&B. Ela frequentemente menciona Jeff Buckley, particularmente sua interpretação de “Hallelujah” de Leonard Cohen, como exemplo de como um artista pode reinterpretar material existente de forma completamente pessoal. A abordagem de Buckley à dinâmica vocal – alternando entre sussurros íntimos e poder total – é claramente audível no trabalho de Adele.

Estilo musical

O estilo musical de Adele é caracterizado por uma síntese única de tradições soul clássicas com sensibilidades pop contemporâneas. Sua abordagem à composição prioriza narrativa emocional sobre complexidade técnica, resultando em músicas que são simultaneamente sofisticadas e acessíveis.

Harmonicamente, Adele frequentemente utiliza progressões de acordes relativamente simples que permitem que a melodia e a letra ocupem o centro da atenção. Esta abordagem, reminiscente de compositores como Carole King e Joni Mitchell, cria espaço para que sua voz explore nuances emocionais sem competição de arranjos excessivamente complexos.

Melodicamente, suas composições frequentemente apresentam arcos dramáticos que espelham as narrativas emocionais das letras. Músicas como “Someone Like You” e “Hello” começam de forma contida e gradualmente constroem intensidade emocional e vocal, criando jornadas musicais que refletem processos psicológicos de processamento emocional.

Ritmicamente, Adele demonstra versatilidade considerável. Enquanto é mais conhecida por baladas, ela também incorpora elementos de gospel (“Rolling in the Deep”), reggae (“Send My Love”), e até mesmo influências de música eletrônica (“Remedy”) quando servem às necessidades emocionais das composições.

A instrumentação em seus álbuns varia desde arranjos minimalistas de piano e voz até produções mais elaboradas incorporando cordas, metais e percussão. No entanto, independentemente da complexidade do arranjo, a voz de Adele sempre permanece o elemento central, com todos os outros instrumentos servindo para apoiar e realçar sua interpretação vocal.

Voz

A voz de Adele é amplamente considerada uma das mais distintivas e tecnicamente impressionantes da música popular contemporânea. Classificada como contralto, sua voz possui uma extensão de aproximadamente três oitavas, mas é a qualidade tonal e expressiva, em vez da extensão pura, que a distingue.

Tecnicamente, Adele demonstra controle excepcional sobre dinâmica vocal. Sua capacidade de alternar entre sussurros íntimos e poder total, frequentemente dentro da mesma frase musical, cria impacto emocional dramático. Esta técnica é particularmente evidente em performances ao vivo, onde ela adapta interpretações baseadas na resposta da audiência.

O vibrato de Adele é naturalmente amplo e expressivo, adicionando riqueza tonal que é particularmente efetiva em baladas. Diferentemente de muitos cantores contemporâneos que utilizam vibrato como ornamentação, o vibrato de Adele é integral à sua produção vocal natural, contribuindo para a qualidade “madura” de sua voz mesmo quando jovem.

Sua técnica de respiração, desenvolvida através de treinamento formal na BRIT School e posteriormente refinada através de terapia vocal, permite que ela sustente frases longas sem comprometer qualidade tonal. Esta habilidade é particularmente importante em suas baladas, onde frases melódicas extensas são essenciais para o impacto emocional.

A articulação de Adele é notavelmente clara, permitindo que cada palavra seja compreendida mesmo em passagens de alta intensidade emocional. Esta clareza, combinada com seu sotaque londrino distintivo, contribui para sua identidade vocal única e ajuda a manter conexão íntima com ouvintes mesmo em gravações de estúdio altamente produzidas.

Expressivamente, Adele utiliza uma variedade de técnicas vocais para transmitir emoção. Ela emprega melismas (ornamentação melódica) de forma seletiva, usando-os para intensificar momentos emocionais específicos em vez de demonstração técnica. Sua capacidade de transmitir vulnerabilidade através de quebras vocais controladas e mudanças de timbre é particularmente notável.

Vida pessoal

A vida pessoal de Adele tem sido caracterizada por uma busca constante de equilíbrio entre sua carreira extraordinariamente bem-sucedida e seu desejo de manter privacidade e normalidade, especialmente em relação à criação de seu filho. Nascida e criada em Londres, ela mantém fortes conexões com suas raízes britânicas apesar de sua fama internacional.

O relacionamento de Adele com Simon Konecki começou em 2011, durante o período de maior sucesso de “21”. Konecki, empresário britânico e CEO da organização de caridade Life Water, proporcionou estabilidade durante um período de mudanças dramáticas na vida de Adele. O casal manteve seu relacionamento largamente fora dos holofotes, uma decisão consciente para proteger sua privacidade.

Adele e Simon Konecki. Crédito: Lester Cohen/WireImage
LOS ANGELES, CA – 10 DE FEVEREIRO: Adele (à direita) e Simon Konecki comparecem à 55ª edição do GRAMMY Awards no STAPLES Center, em 10 de fevereiro de 2013, em Los Angeles, Califórnia. Crédito: Lester Cohen/WireImage.

O nascimento de Angelo James Konecki em 19 de outubro de 2012 marcou uma transformação fundamental na vida de Adele. A maternidade influenciou profundamente sua perspectiva sobre carreira e prioridades pessoais. Em entrevistas subsequentes, ela descreveu como a experiência de tornar-se mãe a fez reavaliar sua relação com a fama e reforçou sua determinação de manter aspectos de sua vida privados.

O casamento com Konecki foi mantido em segredo até 2017, quando Adele confirmou casualmente durante uma performance que eles haviam se casado. Esta abordagem discreta ao anúncio refletia seu desejo contínuo de manter controle sobre quais aspectos de sua vida pessoal se tornavam públicos.

A separação do casal, anunciada em abril de 2019, foi tratada com a mesma discrição que havia caracterizado seu relacionamento. Em uma declaração conjunta, eles enfatizaram seu compromisso com a co-parentalidade e solicitaram privacidade durante o processo de divórcio. O divórcio foi finalizado em março de 2021, com acordos de custódia que priorizavam o bem-estar de Angelo.

Durante este período de transição pessoal, Adele embarcou em uma jornada de transformação física e emocional. Trabalhando com personal trainers e nutricionistas, ela perdeu aproximadamente 45 quilos, uma mudança que gerou considerável atenção da mídia. Adele foi cuidadosa em explicar que a transformação foi motivada por saúde e bem-estar pessoal, não por pressões externas sobre aparência.

O relacionamento de Adele com Rich Paul, agente esportivo proeminente, começou em 2021 e representa uma nova fase de felicidade pessoal. Paul, conhecido por representar atletas como LeBron James e Anthony Davis, compartilha com Adele uma compreensão das pressões de trabalhar com figuras públicas de alto perfil. O relacionamento foi confirmado publicamente em setembro de 2021, quando eles apareceram juntos em um jogo da NBA.

A mudança de Adele para Los Angeles reflete sua evolução pessoal e profissional. Embora mantenha fortes conexões com Londres e frequentemente visite o Reino Unido, ela encontrou em Los Angeles um ambiente que permite maior privacidade para sua família. A cidade também oferece proximidade com a indústria do entretenimento americana, facilitando colaborações profissionais.

Imagem pública

A imagem pública de Adele é caracterizada por autenticidade, acessibilidade e uma recusa consciente de se conformar às expectativas tradicionais da indústria musical sobre como artistas femininas devem se apresentar. Desde o início de sua carreira, ela estabeleceu uma persona que prioriza substância sobre superficialidade.

Diferentemente de muitas artistas contemporâneas, Adele raramente utiliza mídias sociais de forma extensiva, preferindo comunicar-se com fãs através de sua música e entrevistas cuidadosamente selecionadas. Esta abordagem contribui para uma sensação de mistério e exclusividade que aumenta o impacto quando ela escolhe se comunicar publicamente.

Suas aparições públicas são caracterizadas por humor autodepreciativo e honestidade sobre suas experiências pessoais. Em entrevistas, ela frequentemente discute temas como ansiedade, inseguranças corporais e desafios da maternidade de forma que ressoa com audiências amplas. Esta vulnerabilidade calculada cria conexão emocional genuína com fãs.

A abordagem de Adele à moda e apresentação visual evoluiu significativamente ao longo de sua carreira. Inicialmente conhecida por vestidos pretos elegantes e maquiagem dramática que enfatizava seus olhos, ela gradualmente experimentou com estilos mais variados, especialmente após sua transformação física. No entanto, ela consistentemente prioriza elegância sobre tendências passageiras.

Sua postura em relação à indústria musical é caracterizada por independência e recusa de compromissos artísticos. Adele frequentemente critica aspectos da indústria que considera prejudiciais aos artistas, incluindo pressões sobre aparência física e demandas por produção musical constante. Esta posição a estabeleceu como uma voz respeitada sobre questões da indústria.

Filantropia

O trabalho filantrópico de Adele reflete seus valores pessoais e experiências de vida, focando particularmente em questões relacionadas à educação, direitos das mulheres e apoio a comunidades desfavorecidas. Embora ela frequentemente mantenha suas atividades caritativas privadas, várias iniciativas se tornaram públicas ao longo dos anos.

A educação musical é uma causa particularmente próxima ao coração de Adele, refletindo sua própria experiência transformadora na BRIT School. Ela fez doações significativas para programas de educação musical em escolas de Londres, particularmente em áreas de baixa renda onde cresceu. Estas doações frequentemente incluem instrumentos, equipamentos de gravação e financiamento para professores especializados.

Em 2017, Adele fez uma doação substancial para as vítimas do incêndio da Grenfell Tower em Londres, uma tragédia que afetou profundamente comunidades próximas às áreas onde ela cresceu. Além da contribuição financeira, ela visitou discretamente sobreviventes e famílias afetadas, oferecendo apoio emocional longe dos holofores da mídia.

Durante a pandemia de COVID-19, Adele contribuiu para várias organizações que apoiavam trabalhadores da saúde e famílias afetadas economicamente. Suas contribuições incluíram apoio a bancos de alimentos em Londres e Los Angeles, refletindo sua conexão com ambas as cidades.

Adele também apoia organizações focadas em saúde mental, uma causa que se tornou pessoalmente significativa durante seus próprios desafios com ansiedade e depressão. Ela contribuiu para organizações que oferecem terapia gratuita ou de baixo custo, particularmente para jovens e mães solteiras.

Discografia

A discografia de Adele, embora relativamente compacta com apenas quatro álbuns de estúdio, representa uma das coleções mais comercialmente bem-sucedidas e criticamente aclamadas da música popular contemporânea. Cada álbum marca uma fase distinta em seu desenvolvimento artístico e pessoal.

Álbuns de estúdio:

“19” (2008) – Seu álbum de estreia, nomeado por sua idade durante a composição, estabeleceu Adele como uma força emergente na música soul-pop. O álbum vendeu mais de 7 milhões de cópias mundialmente e incluiu singles como “Chasing Pavements” e “Hometown Glory”. A produção, supervisionada principalmente por Jim Abbiss, mantinha intimidade emocional enquanto alcançava polimento comercial.

“21” (2011) – Amplamente considerado sua obra-prima, “21” explorava temas de desamor e recuperação com profundidade emocional extraordinária. O álbum vendeu mais de 31 milhões de cópias mundialmente, tornando-se um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Singles como “Rolling in the Deep”, “Someone Like You” e “Set Fire to the Rain” dominaram paradas globais e estabeleceram Adele como uma superestrela internacional.

“25” (2015) – Marcando sua maturidade artística, “25” explorava temas de nostalgia e crescimento pessoal. O álbum vendeu mais de 22 milhões de cópias mundialmente e incluiu o single massivamente bem-sucedido “Hello”. A produção incorporava elementos mais diversos enquanto mantinha a autenticidade emocional característica de Adele.

“30” (2021) – Seu trabalho mais pessoal, “30” explorava temas de divórcio, maternidade e autodescoberta. O álbum foi universalmente aclamado por sua honestidade emocional e sofisticação musical, vendendo mais de 5 milhões de cópias em suas primeiras semanas.

Álbuns ao vivo:

“Live at the Royal Albert Hall” (2011) – Gravado durante uma performance íntima no venue histórico de Londres, este álbum capturou a essência das performances ao vivo de Adele, demonstrando como ela mantém intimidade emocional mesmo em settings formais.

Filmografia

Embora Adele seja primariamente conhecida como artista musical, ela fez contribuições significativas para cinema através de trilhas sonoras e aparições especiais que demonstram sua versatilidade artística além da música.

Sua contribuição mais notável para cinema foi “Skyfall” (2012), tema principal do filme de James Bond de mesmo nome. A música, co-escrita com Paul Epworth, capturou perfeitamente a atmosfera dramática e sofisticada da franquia Bond enquanto mantinha a identidade artística distintiva de Adele. “Skyfall” tornou-se um sucesso comercial massivo, alcançando o número um em múltiplos países e vendendo mais de 5 milhões de cópias mundialmente.

O sucesso de “Skyfall” foi acompanhado por reconhecimento crítico excepcional. A música venceu o Oscar de Melhor Canção Original em 2013, tornando Adele a primeira artista britânica a vencer esta categoria desde 1965. Ela também venceu o Globo de Ouro na mesma categoria e recebeu múltiplas indicações em outras premiações.

A performance de “Skyfall” na cerimônia do Oscar de 2013 tornou-se um momento cultural significativo. Adele, acompanhada por uma orquestra completa, entregou uma interpretação que foi amplamente considerada uma das melhores performances na história da premiação. A apresentação resultou em um aumento dramático nas vendas da música e consolidou sua reputação como performer de eventos de alto perfil.

Além de “Skyfall”, Adele contribuiu com música para outros projetos cinematográficos de forma menos proeminente. Suas músicas foram utilizadas em trilhas sonoras de filmes como “The Ugly Truth” (2009) e várias produções televisivas, demonstrando como sua música ressoa em contextos narrativos diversos.

Turnês

Shows como artista principal

As turnês de Adele são caracterizadas por produção sofisticada que mantém intimidade emocional, criando experiências que são simultaneamente espetaculares e pessoais. Sua abordagem às performances ao vivo prioriza conexão genuína com audiências sobre espetáculo visual excessivo.

An Evening with Adele (2008-2009) – Sua primeira turnê principal consistia principalmente de pequenos venues e teatros, permitindo que ela desenvolvesse sua presença de palco em ambientes íntimos. Estas performances estabeleceram o modelo para sua abordagem subsequente: combinação de vulnerabilidade emocional com humor autodepreciativo que cria conexão genuína com audiências.

Adele Live (2011) – Seguindo o sucesso de “21”, esta turnê incluía venues maiores mas mantinha a intimidade que havia se tornado sua marca registrada. Performances notáveis incluíram o Royal Albert Hall em Londres, que foi gravado para um álbum ao vivo, e múltiplas apresentações em festivais importantes como Glastonbury.

Adele Live 2016 (2016-2017) – Sua turnê mais ambiciosa até então, incluindo estádios e arenas ao redor do mundo. A produção incorporava elementos visuais sofisticados, incluindo telas circulares inovadoras que permitiam que audiências em todas as partes dos venues mantivessem conexão visual com Adele. A turnê foi um sucesso comercial massivo, vendendo mais de 1,3 milhão de ingressos.

Performances específicas tornaram-se momentos culturais significativos. Sua apresentação no Glastonbury Festival em 2016 foi vista por mais de 3 milhões de pessoas na televisão britânica e incluiu um momento emocionante quando ela dedicou “Someone Like You” às vítimas do ataque em Orlando. Nos Estados Unidos, seus concertos no Madison Square Garden estabeleceram recordes de vendas de ingressos.

Residências

Weekends with Adele (2022-presente) – A residência de Adele no Caesars Palace em Las Vegas representa uma evolução significativa em sua abordagem às performances ao vivo. O Colosseum, especificamente renovado para suas apresentações, combina intimidade com produção de alta qualidade.

A residência foi originalmente programada para começar em janeiro de 2022, mas foi adiada devido a problemas de produção relacionados à COVID-19 e questões técnicas. O adiamento, anunciado por Adele em um vídeo emocional nas redes sociais, demonstrou sua recusa de comprometer a qualidade da experiência para os fãs.

Quando finalmente começou em novembro de 2022, a residência foi universalmente aclamada. As apresentações combinam seus maiores sucessos com material de “30”, criando uma experiência que abrange toda sua carreira. A produção inclui elementos visuais sofisticados mas mantém o foco na performance vocal e conexão emocional.

A residência permite que Adele mantenha uma agenda regular de performances enquanto preserva estabilidade familiar em Los Angeles. Esta abordagem reflete sua evolução como artista e pessoa, priorizando equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Prêmios e indicações

O reconhecimento formal do trabalho de Adele através de prêmios e indicações reflete tanto seu sucesso comercial quanto sua aclamação crítica. Sua coleção de prêmios está entre as mais impressionantes da música contemporânea.

Grammy Awards – Adele venceu 16 Grammy Awards de 18 indicações, estabelecendo-a como uma das artistas mais premiadas na história da premiação. Suas vitórias incluem categorias principais como Álbum do Ano (“21” e “25”), Gravação do Ano (“Rolling in the Deep” e “Hello”) e Canção do Ano (“Rolling in the Deep” e “Hello”).

O Grammy Awards de 2012 tornou-se uma celebração particular de Adele, quando ela venceu seis categorias em uma única noite. Sua performance de “Rolling in the Deep” na cerimônia, sua primeira apresentação pública após cirurgia nas cordas vocais, foi recebida com uma ovação prolongada que demonstrou o respeito da indústria por sua arte e coragem pessoal.

BRIT Awards – Como artista britânica, Adele recebeu reconhecimento especial dos BRIT Awards, vencendo 8 prêmios incluindo Melhor Álbum Britânico para “21” e “25”, e Melhor Artista Solo Feminina Britânica múltiplas vezes. Sua performance de “Someone Like You” nos BRIT Awards de 2011 tornou-se um momento definitivo que catapultou “21” de volta ao topo das paradas.

Academy Awards – A vitória de Adele na categoria Melhor Canção Original por “Skyfall” em 2013 marcou um momento histórico, tornando-a

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