fbpx

J. R. R. Tolkien: o mestre da fantasia que redefiniu a literatura moderna

John Ronald Reuel Tolkien, conhecido mundialmente como J. R. R. Tolkien, é um dos nomes mais influentes da literatura fantástica. Escritor, filólogo e professor universitário, ele criou universos que ganharam vida além das páginas e influenciaram fortemente a cultura pop. Nascido em 3 de janeiro de 1892, em Bloemfontein, África do Sul, e falecido em 2 de setembro de 1973, em Bournemouth, Inglaterra, Tolkien continua a inspirar gerações

As raízes de um mestre

Filho de Arthur Tolkien, um bancário inglês, e de Mabel Suffield Tolkien, John Ronald passou seus primeiros anos na África do Sul, até a morte precoce de seu pai, em 1896. A família então se mudou para Birmingham, Inglaterra, onde enfrentou novos desafios. A conversão de sua mãe ao catolicismo deixou marcas profundas no jovem Tolkien, que se tornaria um fervoroso praticante da fé. Após a morte de Mabel, em 1904, Tolkien e seu irmão foram colocados sob os cuidados do padre jesuíta Francis Xavier Morgan, a quem ele considerava um segundo pai.

O amor pelas línguas antigas floresceu cedo. No Exeter College, na Universidade de Oxford, Tolkien mergulhou no estudo da filologia, especializando-se em línguas anglo-saxônicas e germânicas. Fascinado por lendas nórdicas, sagas medievais e literatura clássica, começou a esboçar o que, anos mais tarde, se tornaria a Terra Média.

Entre a guerra e a academia

A Primeira Guerra Mundial interrompeu temporariamente seus estudos. Alistado no Lancashire Fusiliers, Tolkien sobreviveu aos horrores do conflito, experiência que influenciou sua obra. Em 1916, casou-se com Edith Bratt, a quem dedicou um amor incondicional que se repete nas histórias de Beren e Lúthien, personagens de sua mitologia.

Após a guerra, retornou à vida acadêmica, lecionando primeiro na Universidade de Leeds e depois em Oxford, onde se especializou em literatura medieval. Foi nesse ambiente que sua criatividade encontrou terreno fértil, levando à criação de obras que se tornariam clássicos.

J.R.R. Tolkien. Crédito: Special Price / The New Statement.

A jornada começa com “O Hobbit”

Em 1937, Tolkien publicou “O Hobbit”, originalmente escrito como uma história para seus filhos. Ambientado na mítica Terra Média, o livro narra as aventuras de Bilbo Bolseiro, um hobbit relutante que é levado a uma jornada épica. Repleto de elfos, anões, magos e dragões, o livro foi um sucesso instantâneo e abriu caminho para projetos mais ambiciosos.

Você pode comprar o livro através de nosso link de afiliados da Amazon. Clique aqui e saiba mais.

“O Senhor dos Anéis”: o ápice da fantasia épica

Entre 1954 e 1955, Tolkien lançou a trilogia “O Senhor dos Anéis”, composta por A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei. Diferente de O Hobbit, a trilogia foi escrita para um público adulto, explorando temas universais como a luta entre o bem e o mal, coragem, amizade e sacrifício.

A criação da Terra Média reflete o profundo conhecimento de Tolkien em linguística e mitologia. Ele desenvolveu idiomas inteiros, como o quenya e o sindarin, usados pelos elfos, com gramática e fonética complexas. “A atividade de Tolkien como romancista é inseparável de sua paixão por línguas antigas”, afirmou um dos biógrafos do autor.

A trilogia O Senhor dos Anéis também está disponível para compra em nosso link de afiliados. Clique aqui e saiba mais.

Adaptações cinematográficas e impacto cultural

A obra de Tolkien ganhou nova vida no início do século XXI, com a adaptação cinematográfica de O Senhor dos Anéis, dirigida por Peter Jackson. Os filmes — A Sociedade do Anel (2001), As Duas Torres (2002) e O Retorno do Rei (2003) — foram aclamados pela crítica e pelo público, com o último conquistando 11 Oscars. A trilogia O Hobbit, lançada entre 2012 e 2014, também trouxe os encantos da Terra Média a uma nova geração.

Além disso, a série O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, disponível na Amazon Prime já está em sua segunda temporada, enquanto o filme O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim estreou nos cinemas, mas já pode ser adquirido no Amazon Prime.

O Senhor dos Anéis. Foto: Frame Filme / New Line Cinema

Obras de J. R. R. Tolkien

Sir Gawain e o Cavaleiro Verde (1925)
Hobbit (1937)
Sobre Histórias e Fadas (1945)
Mestre Gil de Ham (1949)
O Senhor dos Anéis (1954-1955)
As Duas Torres (1954)
O Retorno do Rei (1955)
As Aventuras de Tom Bombadil (1962)
A Última Canção de Bilbo (1966)
Ferreiro do Bosque Grande (1967)
Silmarillion (1977) obra póstuma

Bandas que se inspiraram em J. R. R. Tolkien

O heavy metal sempre foi um terreno fértil para a exploração de temas fantásticos e épicos. O cenário infernal de Mordor, por exemplo, rivaliza facilmente com as descrições apocalípticas frequentemente presentes nas letras do gênero. Bandas como Black Sabbath e Iron Maiden já haviam pavimentado o caminho para essa conexão, mas a obra de Tolkien levou isso a outro nível.

Além da estética sombria e mística, os temas universais presentes nos livros de Tolkien — amizade, traição, ganância e mortalidade — oferecem uma profundidade emocional que se alinha com a intensidade visceral do metal.

A influência de Tolkien é palpável em várias frentes. Algumas bandas optaram por homenageá-lo diretamente em suas letras, enquanto outras encontraram inspiração para criar álbuns inteiros baseados na Terra Média.

Abaixo, algumas bandas que foram influenciadas pelo universo das terras médias.

Blind Guardian – Nightfall in Middle-Earth

O álbum Nightfall in Middle-Earth (1998), é uma obra-prima do power metal que se aprofunda nas histórias do Silmarillion, explorando desde a criação do mundo até as grandes batalhas épicas.

Ouça aqui: Blind Guardian

Burzum

Certamente, você não encontrará hobbits, magos ou elfos em nenhuma música do Burzum. No entanto, o nome da banda carrega uma ligação direta com o universo de O Senhor dos Anéis, já que “Burzum” significa “escuridão” na Língua Negra, idioma fictício falado em Mordor. A palavra, inclusive, aparece na célebre inscrição do Um Anel, que diz: “Ash nazg durbatulûk, ash nazg gimbatul / ash nazg thrakatulûk agh burzum-ishi krimpatul.”

Amon Amarth

Amon Amarth, ou Orodruin, também conhecido como Mount Doom, tem suas raízes na língua Sindarin, onde “orod” significa “montanha” e “ruin” significa “vermelho”. Da mesma forma, Amon Amarth se traduz em “colina” e “desgraça” em Sindarin. A banda sueca escolheu o nome derivado de Tolkien porque, conforme o vocalista Johan Hegg mencionou em uma entrevista de 1999 ao Metal Observer, ele soa “místico” e “poderoso”.

Rush

Neil Peart, baterista do Rush, era um ávido fã de literatura, especialmente das obras épicas de Tolkien. Ele trouxe a influência de “O Senhor dos Anéis” para a música da banda pela primeira vez em 1975 com a faixa “Rivendell”, que recebeu o nome da majestosa cidade élfica, lar de Elrond. Apenas um ano depois, Peart escreveu “The Necromancer”, que faz referência ao apelido que Gandalf deu a Sauron em “O Hobbit”, criando um forte contraste com os temas serenos de “Rivendell”. Esta última canção é dividida em três partes, provavelmente em alusão ao formato da trilogia do romance.

Ouça aqui: Rush – The Necromancer

Sabaton – Metalizer

A banda sueca de power metal Sabaton é famosa por seus temas líricos recorrentes sobre guerra e fantasia. Não é surpresa, portanto, que a faixa “Shadows,” do álbum “Metalizer” de 2007, aborde Mordor e o terrível exército de Sauron, o maligno senhor das trevas que forjou O Anel.

Ouça aqui: Sabaton – Shadows

Gorgoroth

Gorgoroth é outra banda que homenageia “O Senhor dos Anéis” de maneira sutil e inteligente. Embora suas músicas não façam referência direta à série, o nome Gorgoroth remete ao Platô de Gorgoroth, um deserto coberto de cinzas vulcânicas no coração de Mordor. É lá que o exército de Sauron se reúne, aguardando suas ordens e vigiando possíveis intrusos.

Cirith Ungol

O Cirith Ungol tirou seu nome de “O Senhor dos Anéis” de Tolkien, além de outros autores de alta fantasia como Michael Moorcock, que inspirou a arte da capa da banda. “Cirith Ungol” é uma referência a uma passagem de montanha em Mordor ou à torre que a guarda. Como muitos nomes escolhidos por bandas de metal, “Cirith Ungol” tem origem Sindarin, onde “cirith” significa “passagem” e “ungol” se refere à prole de Ungoliant, traduzindo-se como “aranha”. A banda californiana até compôs uma música intitulada “Cirith Ungol” no álbum “King of the Dead”.

Ouça aqui: Cirith Ungol

Morgoth

Morgoth, ou Melkor, é muitas vezes comparado a Satanás, enquanto Eru Ilúvatar é visto como uma representação de Deus. A ideia de Morgoth ressurgir para aterrorizar a Terra Média é paralela ao conceito de Satanás emergindo para a batalha final. O nome Morgoth foi uma escolha perfeita para os death metallers alemães da Renânia do Norte-Vestfália, encapsulando o poder do death metal em apenas duas sílabas. Musicalmente inspirados e influenciados pelo Death, a banda atingiu sua maturidade no final dos anos 80 e início dos anos 90 na Europa.

Black Sabbath – The Wizard

Ao compor “The Wizard” para o álbum de estreia autointitulado do Black Sabbath, o baixista Geezer Butler estava imerso na leitura de “O Senhor dos Anéis”. Inspirado pelo sábio mago Gandalf, membro da Ordem Istari, Butler baseou as letras da música nesse personagem icônico. Curiosamente, a canção também possui um duplo sentido, servindo como uma metáfora para o “mago” pessoal da banda – seu traficante de drogas!

Ouça aqui: Black Sabbath – The Wizard

Led Zeppelin

Não podemos deixar de mencionar essas lendas na nossa lista, pois o Led Zeppelin criou muitas músicas inspiradas em “O Senhor dos Anéis”. Ao contrário do que muitos acreditam, “Stairway to Heaven” não está entre elas. No entanto, o título de “Misty Mountain Hop” faz referência às Montanhas Sombrias, ou Hithaeglir. “The Battle of Evermore” está cheio de referências metafóricas ao livro, com versos como “The dark Lord rides in force tonight” e “The ringwraiths ride in black, ride on.” E, claro, “Ramble On”, que narra de forma bem rock and roll eventos em que há belas donzelas em Mordor e Gollum é um ladrão de namoradas.

Legado eterno

Tolkien não apenas criou histórias, mas construiu um universo inteiro. Suas obras estabeleceram as bases para a literatura fantástica moderna, influenciando autores como George R. R. Martin e J. K. Rowling. Mais do que entretenimento, sua escrita oferece reflexões sobre humanidade, heroísmo e esperança.

O impacto de J. R. R. Tolkien transcende o tempo, consolidando-o como um verdadeiro ícone da literatura mundial. Sejam seus livros ou suas adaptações, sua influência permanece viva, levando leitores e espectadores a embarcarem em jornadas inesquecíveis pela Terra Média.

Autor

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *