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Le Orme: A história de uma das melhores bandas de RPI

O Le Orme, um excelente trio italiano de rock progressivo dos anos 70, ainda ativo até os dias atuais, é conhecido por sua abordagem única, que incorpora elementos clássicos e coloca os teclados em destaque. Juntamente com PFM e BMS, eles foram um dos três principais grupos italianos da época. 

Frequentemente comparados ao Emerson, Lake & Palmer italiano, bem como ao Banco del Mutuo Soccorso em termos de influência no cenário musical italiano, o Le Orme baseou sua música em desenvolvimentos de órgão e solos, seguindo a tradição de bandas dos anos 70 que construíram suas composições em torno das partes de teclado.

O período clássico da banda começou com seus lançamentos subsequentes. “Uomo Di Pezza” (1972) é considerado um dos álbuns mais emblemáticos do rock progressivo italiano do Le Orme. Embora haja uma clara influência do Emerson, Lake & Palmer, com destaque para os trabalhos explosivos de Moog e Hammond intercalados com baladas suaves, não é tão integrado como os álbuns seguintes, “Felona E Sonora” e “Contrappunti“. Mesmo assim, é um álbum fantástico e um dos três essenciais da discografia do Le Orme. “Collage” e, especialmente, “Florian“, oferecem uma música com influências da música clássica.

Felona E Sonora” (1973) é, sem dúvida, um dos meus álbuns favoritos do rock progressivo italiano. “Contrappunti” (1974) é outro trabalho fantástico do Le Orme e efetivamente encerrou a trilogia clássica da banda, marcando o fim de sua sequência de sucessos.

In Concerto” é um excelente álbum ao vivo de 1974 com muitas faixas inéditas, enquanto “Piccola Rapsodia Dell’ Ape” é uma obra mais recente que combina habilmente elementos do rock progressivo com a música barroca italiana. “Collage” e, especialmente, “Florian“, continuam a explorar a fusão da música progressiva com elementos clássicos. Em 1993, o selo japonês de rock progressivo Crime Records lançou “Live Orme“, um álbum duplo com material ao vivo de 1975 a 1977, considerado um documento ainda mais cativante do que “In Concerto” de 1974.

A partir da esquerda Aldo Tagliapietra (vocal, guitarra), Tony Pagliuca (teclado) e Michi Dei Rossi (bateria). (Foto de Mondadori, Veneza – Itália, 1972 via Getty Images)

A história da banda continuou com altos e baixos. Após “Piccola Rapsodia Dell’ Ape” (1980), o Le Orme se separou em 1982, mas se reuniu em 1986 apenas para shows ao vivo. Em 1990, lançaram um novo álbum intitulado “Orme“. Em 1992, Tony Pagliuca deixou a banda, sendo substituído por Michele Bon. Nesse mesmo ano, receberam o título de melhor banda ao vivo da Itália. 

A banda nunca abandonou sua paixão pelo rock progressivo sinfônico, como fica evidente em seus trabalhos posteriores. Em 1996, lançaram “Il fiume“, uma suíte musical. Após obterem sucesso em festivais de rock progressivo, como o Los Angeles PROG FEST e o PROG EAST em Quebec, lançaram “Elementi” em 2001, que, junto com “Il fiume“, faz parte de uma trilogia concluída em 2004 com “L’infinito“. Essa trilogia conta a história da humanidade por meio dos quatro elementos do universo.
Em 2005, foram convidados para o concerto NEARFEST na Pensilvânia. O Le Orme é uma das poucas bandas estrangeiras a terem sido produzidas por um selo britânico. A renomada gravadora Charisma lançou uma versão em inglês de “Felona e Sorona“, com letras de Peter Hammill, após a turnê da banda na Inglaterra em 1973. O Le Orme continua sua jornada no mundo do rock progressivo, mantendo sua paixão e dedicação por mais de 40 anos, buscando sempre levar o gênero ao público, inclusive participando de festivais e concursos de música na Itália.

Discografia

Le Orme é conhecida por sua habilidade em fundir música clássica, rock e elementos folclóricos. A banda teve suas origens nos anos 60, mas foi na década de 70 que encontraram seu estilo e alcançaram fama internacional. Vamos explorar a discografia de Le Orme, destacando seus maiores sucessos.

  • Ad Gloriam” (1969): O álbum de estreia mostrou a banda experimentando diferentes estilos, incluindo psicodelia e pop barroco. Embora não tão refinado quanto os trabalhos posteriores, “Ad Gloriam” serviu como um ponto de partida significativo para a banda.
  • Collage” (1971): Este álbum marcou a transição do Le Orme para o rock progressivo. É uma obra coesa e bem-recebida, onde a banda começou a definir seu som único.
  • Uomo di Pezza” (1972): “Uomo di Pezza” apresenta o hit “Gioco di Bimba”, uma das músicas mais famosas da banda. O álbum foi bem recebido e consolidou o Le Orme como uma força no rock progressivo italiano.
  • Felona e Sorona” (1973): Considerado por muitos como a obra-prima do Le Orme, este álbum conceitual recebeu aclamação internacional. A narrativa complexa e a composição musical intrincada criam uma experiência auditiva imersiva. Uma versão em inglês foi coescrita por Peter Hammill.
  • Contrappunti” (1974): Continuando o sucesso de seus trabalhos anteriores, “Contrappunti” mostra a banda explorando ainda mais as possibilidades do rock progressivo. A técnica e a precisão musical são notáveis.
  • Smogmagica” (1975): Um álbum que mostra a banda experimentando com diferentes estilos e instrumentação, incluindo o uso de sintetizadores.
  • Verità Nascoste” (1976): Este trabalho continua a tendência experimental de “Smogmagica”, embora traga de volta alguns dos elementos progressivos clássicos pelo qual a banda é conhecida.
  • Storia o Leggenda” (1977), “Florian” (1979), “Piccola Rapsodia dell’Ape” (1980): Nestes álbuns, Le Orme explorou novas direções musicais, incorporando elementos de música clássica e jazz, mantendo sua identidade progressiva.
  • Nos anos 80 e 90, a banda lançou álbuns como “Venerdì” (1982), “Il Fiume” (1996), destacando-se pela habilidade de se adaptar e continuar relevante em um cenário musical em constante mudança.
  • Elementi” (2001): marcou um retorno à forma do rock progressivo clássico, recebido calorosamente pelos fãs e críticos.

Le Orme não apenas sobreviveu às mudanças da indústria musical, mas também prosperou, mantendo uma base de fãs dedicada e um legado duradouro. Seus álbuns mais aclamados, particularmente “Felona e Sorona“, são frequentemente citados entre os melhores do gênero progressivo, destacando-se não só na cena italiana, mas no panorama global do rock progressivo.

Felona e Sorona” (1973)

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Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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