Nos anos 1970, Nova York era um caldeirão de experimentação artística. A cidade fervilhava com artistas iniciantes, músicos e pintores que buscavam espaço em meio ao caos urbano. Foi nesse cenário que Madonna, aos 20 anos, deixou sua vida em Michigan para trás. “Peguei um avião pela primeira vez, peguei um táxi pela primeira vez”, lembrou ela mais tarde. “Cheguei aqui com 35 dólares no bolso.”
O East Village, especialmente Alphabet City, estava repleto de clubes punk como CBGB e Max’s Kansas City. Inicialmente, Madonna queria ser bailarina profissional, mas logo se viu atraída pela música underground. Morando em Queens, ela conheceu Dan Gilroy, com quem formou o Breakfast Club. O som da banda refletia o punk neoyorquino e o movimento no wave dos anos 1970.
Apesar de curta, sua passagem pelo Breakfast Club foi crucial. “Foi minha primeira experiência real com expressão musical”, disse Madonna sobre esse período. Em 1980, Madonna deixou a banda para criar o Emmy and the Emmys. Ambas as formações traziam influências do punk e new wave que ela absorveu na cidade. As gravações do Breakfast Club continha quatro faixas, incluindo ‘Shit on the Floor/Safe Neighbourhood’. Madonna cantava e tocava bateria, explorando letras cruas sobre Nova York.
Naquele momento, nem Madonna nem seus colegas de banda tinham encontrado seu estilo próprio. Ainda assim, o contraste com sua carreira pop futura chama atenção. Ao longo da década de 1980, Madonna deixou suas raízes punk para trás. Começou como vocalista de bandas desconhecidas e terminou como uma das figuras mais importantes da música pop.
Muitos fãs atuais podem não associar Madonna ao punk rock, mas suas primeiras experiências musicais foram profundamente enraizadas nesse universo, mas ele foi relatado no documentário “Madonna and the Breakfast Club” de 2019. Viver em Alphabet City nos anos 1970 significava estar cercado por sons abrasivos e letras provocativas. Madonna absorveu tudo isso enquanto tentava encontrar seu caminho. “Eu me lembro de como aquele ambiente era intenso”, comentou ela em uma entrevista de 1990. “Era caótico, mas também cheio de possibilidades.”
Dan Gilroy, guitarrista do Breakfast Club, afirmou que Madonna tinha uma energia única. “Ela era determinada e queria aprender rápido”, disse ele em um documentário de 2005. Essa fase experimental permitiu que Madonna testasse diferentes papéis. Além de cantar, ela tocava bateria e até compunha algumas letras. Os temas abordados nas canções eram críticas e urbanos, algo distante do pop dançante que ela faria mais tarde.
Ainda que o Breakfast Club não tenha alcançado sucesso imediato, o aprendizado foi essencial. Madonna desenvolveu confiança e técnica durante esse período. Quando deixou a banda, já havia amadurecido artisticamente. “Eu sabia que queria algo maior”, declarou ela em outra entrevista. Essa transição mostrou como Madonna conseguia adaptar suas influências sem perder sua essência criativa. Fontes: entrevistas com Madonna e Dan Gilroy disponíveis em documentários e arquivos.
Depois de sair do Breakfast Club, Madonna seguiu construindo sua identidade artística. O Emmy and the Emmys foi outro passo nessa jornada. Embora ainda fosse uma banda pequena, o grupo ajudou Madonna a refinar suas habilidades vocais e performáticas. O som continuava sendo punk e new wave. Em 1982, Madonna lançou sua primeira música solo, “Everybody”. A faixa apresentava elementos de dance music, sinalizando uma mudança de direção.
“Aquela música foi um divisor de águas”, comentou um produtor envolvido no projeto. “Ela estava começando a encontrar seu próprio estilo.” O álbum de estreia autointitulado, lançado em 1983, consolidou sua transição para o pop. Hits como “Holiday” e “Borderline” ganharam rádios e pistas de dança. Mesmo assim, traços de sua fase punk permaneceram. Letras provocativas e atitude desafiadora continuaram presentes em seu trabalho.
Aos poucos, Madonna se tornou uma figura central na indústria musical. “Eu nunca quis estar presa a um único estilo”, disse ela em uma coletiva de imprensa nos anos 1980. “Minhas raízes são variadas, e isso me define.”
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