MTV Unplugged do Nirvana, chegou às lojas em 1º de novembro de 1994, menos de seis meses depois da morte de Kurt Cobain, oferecendo aos admiradores uma forma imediata de lidar com a perda.
Gravada em 18 de novembro de 1993 e exibida pela primeira vez em 16 de dezembro do mesmo ano, a apresentação acústica ganhou novo sentido após 5 de abril de 1994, data da morte do vocalista. Para o jornalista Will Hodge, que acompanhou tudo ainda adolescente, a fita do programa foi “reproduzida sem parar” durante as férias escolares, tornando-se trilha sonora do luto coletivo.
Naquele dezembro, a MTV exibiu também o show elétrico “Live and Loud”, registrado dois dias depois do Unplugged. A dupla exibição mostrou a versatilidade que o grupo de Seattle vinha desenvolvendo em palco, agora com Pat Smear na guitarra e Lori Goldston no violoncelo.
Nos bastidores, porém, o clima não era tranquilo. Relatos de pessoas envolvidas apontam ensaios tensos e dúvidas sobre o resultado final. Cobain, debilitado por problemas de saúde e pressão da fama, chegou a cogitar diferentes arranjos para “Pennyroyal Tea” antes de decidir tocá-la sozinho. Mesmo assim, a banda manteve a coesão: Dave Grohl e Krist Novoselic procuraram aliviar a tensão com piadas e incentivos durante a gravação.
Com o lançamento póstumo, Nirvana MTV Unplugged tornou-se um ponto de encontro emocional para fãs que buscavam reviver a voz de Cobain. Passados trinta anos, o álbum segue lembrado como registro honesto de um momento frágil, em que o trio, apoiado por Smear e Goldston, transformou inseguranças em uma performance íntima que continua a ecoar entre diferentes gerações.



