Como o membro mais jovem dos Beatles, George Harrison frequentemente se sentia desconectado de seus colegas de banda, especialmente de John Lennon, que sempre pareceu mais reservado e distante. Por um período, a única ligação que Harrison conseguiu estabelecer com Lennon foi através da experimentação conjunta com LSD, segundo a Far Out Magazine. Durante esses momentos, Harrison sentia que finalmente conseguia acessar as camadas mais profundas da mente de Lennon, algo que na sobriedade parecia impossível.
Na sobriedade, Lennon foi descrito por muitos como uma alma gentil, um ser inteligente de conhecimento que realmente acreditava no bem maior. No LSD, Lennon era um turbilhão de suas experiências passadas, de sua mãe ausente, sua criação problemática e sua incapacidade de manter o controle em sua vida durante os momentos em que mais precisava. No LSD, Lennon não tinha filtros. Uma alma fraturada exposta.
No entanto, foi somente em 1970, após o lançamento do álbum “John Lennon/Plastic Ono Band”, que Harrison teve uma verdadeira epifania sobre a complexidade emocional de Lennon. O álbum, influenciado pela terapia de grito primal que Lennon estava fazendo na época, expôs uma versão de Lennon que Harrison nunca tinha visto antes. As músicas, com letras cruas e intensamente pessoais, abordam temas como abandono na infância e isolamento emocional, deixando claro que Lennon carregava cicatrizes muito mais profundas do que Harrison havia imaginado.
Essa revelação foi um choque para George Harrison, que percebeu que todos aqueles momentos passados juntos sob o efeito do LSD não eram suficientes para compreender completamente o amigo. “John Lennon/Plastic Ono Band” tornou evidente que Lennon estava lutando com desafios internos devastadores, e isso mudou para sempre a forma como Harrison via seu antigo companheiro de banda.
Deixe um comentário