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Paul Di’Anno: novo CD do Iron Maiden não está à altura da banda

Em entrevista realizada no estúdio da banda DR.SIN pelo jornalista Costábile Salzano Jr., o corinthiano PAUL DI’ANNO falou sobre diversos aspectos da sua carreira, os shows pelo país, polemizou em relação ao novo disco da Donzela de Ferro e deu indícios de se aposentar em breve.

O que você espera desta nova turnê brasileira?

Esta nova passagem pelo Brasil está sendo fantástica! Muito mais shows, o público está maior e mais insano também (risos). Os fãs estão sendo os mais quentes até o momento do que os outros países por onde passei. Infelizmente, a vida na estrada é meio dura, você dorme pouco, peguei gripe, um dos motoristas errou o caminho e uma viagem de cinco horas virou 11, mas quando você começa a cantar e ver o público se divertindo, tudo isso passa. No entanto, já estou cansado. Preciso descansar (risos gerais). Depois desta turnê pelo Brasil, devo viajar para Londres ou Miami e tirar alguns dias de folga, porque, na próxima semana já tenho show na Polônia. Não vejo a minha família há meses e eles precisam da minha atenção também. Afinal, tenho 52 anos.

É o preço que você paga por ser o primeiro vocalista do Iron Maiden…

Sim, em termos, sim. É muito desgastante, mas vale a pena. Porém, é muito triste todo dia ouvir sua esposa e seus filhos perguntando quando você vai voltar pra casa. Mas é verdade, essas longas turnês esta me matando. Tenho um joelho operado, não sou mais aquele jovem, apesar da voz ainda estar muito bem, preciso de meus cuidados. Não faço meus shows por dinheiro, faço por diversão, porque tenho prazer em estar no palco e interagir com pessoas que gostam do meu trabalho.

O que você espera está fazendo daqui dez anos?

Morto, eu espero (risos). Eu preciso de um longo sono (risos). Brincadeira. Estou muito cansado, mas se até lá estiver vivo, talvez ficarei jogando golf, tatuando, curtindo minha família, andando de moto ou fazendo nada.

E como é para você voltar ao Brasil a cada quase todos os anos, que é um dos públicos que mais a sua carreira e a carreira do Iron Maiden?

Sempre é muito bom votar ao Brasil Todos os anos toco aqui, assisto aos jogos do Corinthians, revejo alguns amigos, converso com alguns fãs nas ruas de São Paulo.

Paul, quais são as lembranças mais positivas de quando você era do Iron Maiden?

Foi uma época sensacional! Me lembro de quando éramos o número um, do disco de ouro, de que era muito jovem e precisava assimilar as coisas rapidamente. Os shows eram intensos, os fãs queriam ficar próximos de nós a todo instante, era inacreditável. A turnê daqueles dois primeiros álbuns do Iron Maiden me deram toda energia e todo background para a minha carreira. Tocávamos todas as noites e aquela era a nossa diversão.

Atualmente, o cenário do Rock/Metal está passando por um período sem muitas coisas novas. Quais bandas te interessaram recentemente? Que tipo de músicas você tem escutado?

Infelizmente, não tenho tido tempo para escutar muitas coisas novas, nem mesmo na Inglaterra. A vida na estrada a gente praticamente consome o que a midia nos tenta por goela abaixo. É bem verdade que faz muito tempo que não ouço coisas interessantes e que eu tenha gostado. As novas bandas tem soado iguais as outras, meras cópias. Hoje qualquer grupo pode soar ou é uma mera cópia do Iron Maiden ou qualquer um pode cantar como o Bruce Dickinson e desenvolver suas técnicas vocais, ou seja, nada de relevante. Recentemente, nos apresentaram a Lady Gaga, não é Rock, mas é diferente, tem ao menos uma certa atitude assim como tiveram Linkin Park e System of A Down.

Você já escutou o novo álbum do Iron Maiden?

Prefiro não comentar. Esse novo disco parece que é o último trabalho deles. Não é muito bom. Você gostou? Apesar das vendas, poucas pessoas gostaram.

Você tem algum plano para o seu projeto Rockfellas?

No momento não estou planejando nada. Pretendo compor novas músicas para a minha carreira solo, mas o Rockfellas está em stand by, porque cada integrante também tem as suas prioridades. Mas existe a possibilidade de tocarmos no Cruzeiro do Rock que a Monika Cavalera está organizando. Veremos… mas espero que não demore muito para tocar com esses grandes caras.

O que os fãs podem esperar do seu próximo disco?

Todo mundo está esperando alguma coisa nova da minha parte. O que eu posso dizer é que  terá a mesma sonoridade de sempre. A mesma atitude Punk, Rock, hardcore. Mas quando tiver mais folgas, vou começar a trabalhar nisso. No momento, so quero terminar os shows e voltar para casa (risos).

Quais foram os vocalistas influenciaram a sua carreira?

Com certeza, Joey Ramone. Gosto de muitos vocalistas, mas acredito que Bon Scott também seja outra influencia. Na verdade, eu gosto de vocalistas originais. Pode ser da nova ou da velha geração, é isso que me chama a atenção. Não gosto de artistas que tentam soar igual ao Bruce Dickinson ou Andi Deris, odeio essas bandas que são praticamente covers ou com a mesma sonoridade. Novamente, é triste dizer, mas qualquer vocalista hoje pode cantar igual ao Bruce Dickinson.

Você tem algum contato com algum integrante do Iron Maiden?

Já tive muito mais contato, mas hoje estamos muito ocupados para voltarmos a ter algum tipo de relacionamento. Quem sabe no futuro, quando já estivermos bem descansados (risos).

Por: Costábile Salzano Jr.

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