Richie Kotzen relembra convite para o Nine Inch Nails e como o Poison afetou sua carreira

O guitarrista e vocalista Richie Kotzen já integrou bandas conhecidas como Poison e Mr. Big, além de consolidar uma carreira solo respeitada. Nos últimos anos, também se destacou nos projetos The Winery Dogs e Smith/Kotzen, ao lado de Adrian Smith, do Iron Maiden. No entanto, nem todas as oportunidades em sua trajetória se concretizaram.

Em entrevista ao Hot Metal, Kotzen revelou que esteve perto de integrar o Nine Inch Nails, mas um detalhe relacionado ao passado acabou impedindo a sua entrada na banda.

Durante a conversa, o guitarrista contou que recebeu o convite por meio de Jeordie White, conhecido como Twiggy Ramirez, baixista do Marilyn Manson e, na época, integrante do Nine Inch Nails. Segundo Kotzen, a banda enfrentava dificuldades para encontrar um novo guitarrista, e White sugeriu que ele participasse de um teste.

O encontro aconteceu no Third Encore, um estúdio em West Hollywood, Califórnia. Kotzen passou o dia tocando com a banda e recebeu elogios de Trent Reznor, fundador e líder do Nine Inch Nails.

“Trent disse: ‘Você é, de longe, o melhor que testamos. Adoraria tê-lo conosco. Meu empresário entrará em contato’.”

A expectativa cresceu, e Kotzen chegou a acreditar que já fazia parte do grupo. No entanto, os dias passaram sem qualquer retorno.

Após semanas sem resposta, Kotzen encontrou Jeordie White e perguntou sobre a situação. Segundo o baixista, Reznor temia a repercussão da contratação de um ex-membro do Poison.

“Ele disse que não queria abrir a revista Rolling Stone e ver a manchete ‘Nine Inch Nails contrata o ex-guitarrista do Poison, Richie Kotzen’.”

O guitarrista reconheceu a preocupação de Reznor com a imagem da banda, que tinha uma estética industrial sombria, distante da cena glam metal dos anos 1980. Embora tenha brincado que poderia usar um pseudônimo, a decisão já estava tomada.

Essa não foi a única vez que a passagem pelo Poison influenciou a carreira de Kotzen. Em entrevista ao Legendary Rock Interviews, o músico revelou que esteve perto de se tornar o guitarrista de Ozzy Osbourne em meados dos anos 1990.

O contato aconteceu quando Kotzen procurava uma nova gravadora após perder o contrato com a Geffen Records. Seu agente informou que Sharon Osbourne queria conhecê-lo, pois a banda de Ozzy precisava de um guitarrista.

Mesmo enfrentando uma forte infecção alimentar, Kotzen viajou para Nova York, onde conheceu Ozzy e participou de uma sessão de ensaio com Geezer Butler no baixo e Deen Castronovo na bateria. A proposta foi levada adiante, e a negociação do contrato já estava em andamento.

Entretanto, a informação vazou para um chat da AOL (America Online), popular na época, e rapidamente se espalhou entre os fãs.

“Colocaram lá: ‘Richie Kotzen, ex-guitarrista do Poison, vai tocar com Ozzy!’ As pessoas ficaram loucas: ‘Isso é uma merda, um cara do Poison vai tocar com Ozzy?’.”

A repercussão negativa levou ao cancelamento da contratação. Pouco depois, Zakk Wylde retornou à banda e gravou o próximo álbum de Osbourne.

Antes de seguir carreira solo, Kotzen gravou “Native Tongue” (1993) com o Poison. O álbum trouxe mudanças no som da banda, incorporando elementos de classic rock, blues, country e gospel. Além da adição de corais em algumas faixas, a sonoridade se distanciou do glam metal tradicional do grupo.

Mesmo vendendo cerca de um milhão de cópias, “Native Tongue” não impediu que Kotzen fosse associado à estética do hair metal, o que, anos depois, pesou em sua carreira. Apesar dos obstáculos, o guitarrista construiu um caminho sólido no rock e continua explorando novas possibilidades musicais.

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