Quando se fala em guitarra e heavy metal, nomes como Jimmy Page, Tony Iommi e Ritchie Blackmore surgem imediatamente como os pioneiros que moldaram o gênero. Enquanto Page e Iommi nunca abandonaram as bandas que os consagraram, Blackmore o fez não apenas uma, mas duas vezes, deixando o Deep Purple, banda que ele mesmo fundou em 1968.
A primeira saída de Blackmore, em 1975, ocorreu após o lançamento do álbum “Stormbringer”. Ele criticou a direção musical que David Coverdale e Glenn Hughes estavam levando a banda, alegando que o som estava se tornando excessivamente influenciado pelo funk. Insatisfeito, Blackmore decidiu seguir outro caminho.
A segunda e definitiva saída de Ritchie Blackmore do Deep Purple aconteceu em 1993, após anos de tensões crescentes e divergências criativas com seus colegas de banda. Em uma recente entrevista para Gary Wien, publicada pelo New Jersey Stage, Blackmore revelou as verdadeiras razões por trás de sua decisão de deixar o Deep Purple: o tédio com o rock pesado.
“O estresse vinha das viagens relacionadas ao rock and roll, da tentativa contínua de criar diferentes incrementos para riffs pesados, o que pode ser entediante. Eu estava ficando cansado de tocar o mesmo tipo de música: rock pesado por ser pesado. Sempre me interessei por rock melódico, melodias em geral“, explicou Blackmore.
O guitar hero confessou que a descoberta da música medieval foi um ponto de virada em sua vida. “No final das contas, o Purple estava sendo barulhento só por ser, então, quando ouvi música medieval, era tanta melodia incrível que fui tocado. Aquilo foi um alívio em muitos aspectos, então pulei fora do trem fantasma para tocar melodias de forma mais orgânica.“
A mudança de Blackmore não foi apenas uma fuga do tédio, mas uma busca por algo mais significativo e emocionalmente gratificante. Ele ansiava por criar músicas que ressoassem com sua alma e que fossem além do simples peso do rock.
Após sua primeira saída do Deep Purple, Blackmore formou a banda Rainbow, que também deixou sua marca no cenário do rock. No entanto, foi após sua segunda saída que ele encontrou um verdadeiro refúgio musical ao formar o Blackmore’s Night, uma banda que combina música folk e medieval com rock, permitindo a Blackmore explorar plenamente suas paixões melódicas.
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