Em uma entrevista recente, Ian Anderson relembrou um episódio curioso do início do Jethro Tull. Segundo ele, Robert Plant poderia ter assumido os vocais da banda em 1968, antes de formar o Led Zeppelin.
A história foi contada no podcast Classic Album Review, apresentado por Barry Robinson e transcrita na Classic Rock. Anderson descreveu um encontro promovido por Alexis Korner, figura central do blues britânico dos anos 60.
De acordo com Anderson, Korner levou Robert Plant a um show do Jethro Tull no começo de 1968. Na ocasião, teria sugerido que Plant subisse ao palco para uma participação com o grupo. “Ele [Korner] apresentou seu protegido e mais ou menos insistiu que Robert pudesse subir e tocar conosco”, contou. O vocalista relatou que sentiu um desconforto imediato diante da situação inesperada.
“Pensei: ‘Espere um minuto, tem algo acontecendo aqui’, parecia que eu poderia ser substituído”, recorda. Segundo ele, Plant cantou e tocou gaita em um blues padrão, como era comum na cena da época. Anderson elogiou o desempenho do então desconhecido Robert Plant. “Imediatamente você sabia que era uma voz de outro universo”, disse no podcast.
Além da potência vocal, chamou atenção o carisma de Plant, ainda longe do estrelato. “Ele obviamente era alguém que se sairia muito, muito bem”, avaliou o músico. O episódio não passou disso, mas ficou gravado na memória de Anderson como algo inusitado. Segundo ele, não houve proposta formal para integrar Plant à banda, mas a possibilidade existiu.
“Não seria inconcebível que ele pudesse ter feito algum barulho para alguns deles [da banda]”, disse. Apesar do momento tenso, Anderson encarou a lembrança com leveza durante a entrevista. Questionado se Plant seria capaz de imitar a famosa pose do flautista do Jethro Tull, respondeu rindo: “Quem sabe? Bastante plausível, sim”, ironizou, referindo-se ao gesto de tocar flauta sobre uma perna só.
Naquele mesmo ano, Plant se juntaria a Jimmy Page no recém-formado Led Zeppelin. Enquanto isso, o Jethro Tull lançava seu primeiro disco, “This was”, ainda com Mick Abrahams na guitarra.
O breve cruzamento de caminhos entre as duas bandas é apenas mais um entre tantos da cena britânica dos anos 60. Mas ilustra bem o clima de constante movimentação e troca entre jovens músicos daquela geração.
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