Alan Parsons denunciou a presença de “golpistas inescrupulosos” que publicam faixas apócrifas em plataformas digitais usando seu nome, atraindo streams e até convites sociais que deveriam ser dirigidos a ele.
Em comunicado nas redes, o produtor afirmou que “não lançou, autorizou, cantarolou nem esbarrou no teclado” para criar qualquer uma das canções atribuídas a ele. “Passei a vida encontrando minha voz na música e quero mantê-la humana”, escreveu, sugerindo que ouvintes verifiquem a origem do conteúdo e apoiem “artistas de carne, osso e chá com bolacha”.
Parsons ganhou notoriedade como engenheiro de estúdio em “Abbey Road” dos Beatles e “The Dark Side of the Moon” do Pink Floyd, antes de formar o Alan Parsons Project ao lado de Eric Woolfson. O grupo emplacou sete álbuns seguidos no Top 40 dos EUA entre 1976 e 1984, incluindo “Eye in the Sky”, disco de platina impulsionado pelo single homônimo que chegou ao Top 5 da Billboard.
Casos semelhantes já atingiram outras bandas. Steve Lukather, do Toto, precisou contatar serviços de streaming para remover a instrumental “Name This Night”, creditada incorretamente à sua banda. “É estranho quando um impostor escreve uma música, ou faz uma torradeira escrevê-la, coloca meu nome e um algoritmo sem rosto a distribui”, ironizou Parsons.
O Spotify anunciou campanha para retirar até 75 milhões de faixas “spam”, mas a falsa de Parsons escapou. “Isso confunde o público, dilui a identidade dos artistas e corrói uma reputação construída em décadas”, lamentou. Ao final, deixou um recado aos golpistas: “Espero que a próxima atualização de software instale uma consciência.”



