Mesmo com o grunge e o alt rock dominando as paradas, os anos 90 não apagaram a chama do metal forjado nos anos 80. Pelo contrário: várias bandas veteranas mostraram que ainda tinham muito a dizer — e riffs suficientes para estremecer a década inteira.
Logo em 1990, o Judas Priest abriu os trabalhos com “Painkiller”, um retorno feroz depois de “Ram It Down”. No mesmo ano, o Slayer entregou “Seasons in the Abyss”, equilibrando violência sonora com melodias mais sombrias, enquanto o Megadeth assinava o impecável “Rust in Peace”, um marco absoluto do thrash.
O gênero seguiu forte. O Overkill lançou “Horrorscope” (1991), conectando o furor dos anos 80 ao groove que começava a ganhar espaço. Da Alemanha, o Kreator respondeu com o devastador “Coma of Souls” (1990). E o Sepultura colocou o Brasil definitivamente no mapa com “Arise” (1991), um encontro preciso entre thrash e death metal.
Os britânicos também não ficaram para trás. O Motörhead surpreendeu com “1916” (1991), alternando blues, punk e até uma balada sobre a Primeira Guerra. Já o Mercyful Fate fechou a década com “9” (1999), sustentado pelos riffs afiados de Hank Shermann.
No território mais progressivo, o Savatage lançou “Edge of Thorns” (1993), último álbum com o saudoso Criss Oliva. Para encerrar o ciclo, o Testament convocou Dave Lombardo e Steve DiGiorgio para o esmagador “The Gathering” (1999), um dos trabalhos mais brutais da fase final do thrash noventista.
De 1990 a 1999, esses dez discos mostram que, mesmo longe dos holofotes do mainstream, as bandas formadas na década anterior mantiveram o metal vivo, relevante e em constante evolução — garantindo seu lugar na história da música pesada.



