Angélica Duarte lança “TOSKA” e explora sonoridades eletrônicas

Luis Fernando Brod
3 minutos de leitura
Angélica Duarte. Foto: Reprodução/Facebook.

A cantora, compositora e produtora Angélica Duarte apresenta seu segundo álbum, “TOSKA”, lançado pela YB Music. O novo trabalho sucede a estreia “Hoje Tem” (2021) e o EP “Odara” (2018), marcando uma mudança estética em sua carreira com a aproximação da produção eletrônica e da canção pop contemporânea.

Diferente de “Hoje Tem”, que contava com arranjos de banda e instrumentação orgânica, “TOSKA” tem a produção e direção musical da própria artista, com foco em elementos atuais. Angélica Duarte explica que o álbum foi criado a partir da investigação de softwares, loops e sintetizadores em home studio. “Transformei meu background de arranjadora em uma linguagem eletrônica, testando timbres, vozes e batidas até encontrar uma nova identidade sonora”, afirma.

O disco inclui o single “Barriga de Lanche”, lançado em 2023. A faixa é um pop eletrônico com tom irônico que aborda a auto aceitação. Angélica resume a canção como “uma música para todo mundo que quer se sentir bem na própria pele, uma chamada de libertação pelo corpo livre”. A faixa ganhou um clipe e serviu como prévia da transição entre o estilo do primeiro álbum e a fase atual da artista.

A atmosfera de “TOSKA” alterna entre ritmos dançantes e momentos de melancolia. As músicas foram desenvolvidas após aulas de spinning, transformando experiências pessoais em melodia. As referências musicais incluem Radiohead e Garbage, a new wave brasileira dos anos 80, rap e funk carioca. Angélica comenta: “Queria ser fiel à música que sempre escutei, mas também dialogar com o que está acontecendo agora. ‘TOSKA’ conecta minha adolescência roqueira com experimentações eletrônicas e o presente da música brasileira”.

O título do álbum possui múltiplas camadas. Ele faz referência à ópera “Tosca”, de Giacomo Puccini, e também à grafia da internet dos anos 2000, como “kkkk” e abreviações. “TOSKA” une a formação erudita em canto lírico da artista com sua faceta pop.

As letras abordam temas como moral católica e seus reflexos sobre as mulheres (“Day By Day”, “Doida”), corpo e autoimagem (“Barriga de Lanche”), feminismo e afeto (“Sua Mãe Só Quer Seu Bem”, “Amiga”). Há também uma homenagem a Hilda Hilst com a inclusão de um poema da escritora, lido por Billy Crocanty em “GOSTUESSO”. Muitas das faixas surgiram de improvisos e situações do dia a dia, resultando em canções marcantes.

Com batidas eletrônicas, arranjos de guitarras e experimentações vocais, “TOSKA” demonstra a maturidade artística e a autonomia criativa de Angélica Duarte. “É o disco em que mostro minha voz e minhas ideias de forma mais direta. Um álbum de canções, mas também de produção, feito para emocionar, dançar e ficar na cabeça”, conclui a artista.

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