Bob Ezrin reconheceu que colocou Paul Stanley em uma situação desconfortável durante a produção de “Music From The Elder”, álbum conceitual que o Kiss lançou em 1981.
Em sessão de perguntas e respostas no evento Kiss Kruise: Land-Locked, realizado em Las Vegas no mês passado, o produtor — responsável também por “Destroyer” (1976) e “Revenge” (1992) — disse ter revisto o disco para um livro publicado em 2016. Ao ouvir o trabalho inteiro pela primeira vez em décadas, identificou “momentos incríveis”, mas percebeu o peso imposto ao vocalista.
Segundo Ezrin, várias faixas, como “Just a Boy” e “Odyssey”, exigiam que Stanley cantasse em estilo quase operístico, além de carregar a narrativa complexa da história contada nas letras. “Ele fez um ótimo trabalho, porém não se sentiu realizado como ficaria se tivéssemos gravado um álbum de rock tradicional”, comentou. O produtor avaliou que Stanley estaria mais preparado caso a gravação ocorresse após sua atuação em 1999 na montagem canadense de “O Fantasma da Ópera”.
Apesar das dificuldades, Ezrin afirmou não nutrir arrependimento pelo projeto: “Tudo agrega de alguma forma, nem que seja como lição”. Ele destacou performances de músicos que já faleceram e classificou o disco como “monumento” daquele período.
Questionado sobre Ace Frehley, que deixou a banda pouco depois do lançamento, o produtor lembrou o guitarrista como “festa o tempo todo” e dono de “risada inesquecível”. Admitiu atritos na gravação, já que Frehley não queria participar do álbum, mas reconheceu: “Em retrospecto, ele provavelmente estava certo e nós errados”.



