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Charlie Benante, do Anthrax e Pantera, critica o Spotify: “É para lá que a música vai para morrer”

O baterista Charlie Benante, conhecido por seu trabalho com o Anthrax e o Pantera, voltou a criticar duramente os serviços de streaming, em especial o Spotify, durante uma entrevista ao The Irish Times.

Para o músico, plataformas como essa prejudicam os artistas ao desvalorizarem o trabalho criativo. “O Spotify é onde a música vai para morrer”, afirmou Benante, destacando que a presença de suas músicas no serviço se deve apenas à pressão do mercado.

Questionado sobre como o cenário da música mudou desde os primeiros lançamentos do Anthrax, nos anos 1980, Benante não poupou críticas. “Não existe indústria musical. É isso que mudou. Não existe mais nada. As pessoas ouvem música, mas não da forma como deveriam. É um momento diferente agora.”

O baterista também lamentou a falta de proteção aos artistas frente às mudanças tecnológicas que transformaram o consumo musical.

Segundo ele, “a indústria da música foi uma das mais atingidas e ninguém fez nada para evitar. Não houve proteção, nada. Talvez seja por isso que não fazemos mais discos a cada três anos, porque não quero simplesmente entregar meu trabalho de graça.”

Benante comparou o modelo de assinatura de serviços como Spotify e Amazon Music a um tipo de apropriação indevida: “Eu pago US$ 12,99 por mês para a Amazon e posso pegar o que quiser. Isso é basicamente roubo. É roubar do artista. Eu não assino o Spotify. Acho que é para lá que a música vai morrer. Só colocamos nossas músicas lá porque temos que jogar o jogo, mas estou cansado disso.”

Essa visão crítica sobre o streaming já foi compartilhada por outros grandes nomes do rock e do metal, como M. Shadows (Avenged Sevenfold), Dee Snider (Twisted Sister) e Bruce Dickinson (Iron Maiden), que também apontaram falhas no modelo de remuneração dessas plataformas.

Lars Ulrich estava certo sobre o Napster

Durante a entrevista, Charlie Benante também defendeu a postura do baterista do Metallica, Lars Ulrich, que em 2000 processou o Napster por facilitar a pirataria musical. “Eles estavam absolutamente certos sobre isso. As pessoas diziam, ‘Foda-se o Metallica, eles já são ricos’, mas não entendiam que eles estavam protegendo sua arte, sua propriedade intelectual, para que ninguém simplesmente a pegasse.”

O baterista destacou a frustração dos artistas que dedicam tempo e esforço à criação musical, mas veem os lucros sendo desviados por empresas de streaming e outros intermediários. “As pessoas não sabem nada sobre isso. Até que você tenha vivido o que vivemos e feito o que fazemos, você não pode comentar.”

As críticas de Benante refletem um debate crescente sobre o modelo de negócios do streaming, que, embora democratize o acesso à música, muitas vezes deixa os artistas em desvantagem financeira. Enquanto músicos veteranos continuam denunciando as falhas desse sistema, a questão permanece aberta: como equilibrar o acesso à música e a valorização do trabalho artístico?

Benante conclui sua fala com um tom de indignação, mas também de reflexão, deixando claro que, para ele, a luta pela valorização da arte continua, mesmo em um cenário cada vez mais desafiador.

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