Em setembro de 2023, a casa de leilões Sotheby’s realizou a venda pública da coleção “Freddie Mercury: A World of his Own”. A iniciativa trouxe ao mercado objetos pessoais do vocalista do Queen, cedidos por sua ex-noiva, Mary Austin.
A notícia repercutiu entre fãs e familiares. Segundo o jornal britânico The Sun, a irmã de Freddie, Kashmira Bulsara, teria tomado medidas discretas para impedir que os itens se dispersassem. Com apoio do filho, Jamal Zook, Kashmira teria desembolsado cerca de £3 milhões — o equivalente a R$ 22,7 milhões.
Fontes próximas relataram que a negociação ocorreu de forma reservada. A intenção era manter em sigilo a identidade dos compradores. “Kashmira ficou furiosa e chateada ao ver tantos pertences de seu amado irmão disponíveis para qualquer um comprar”, contou um informante.
A estratégia incluiu uma visita privada à galeria, feita anonimamente por Kashmira, Jamal e um assistente pessoal, antes da abertura do leilão. No dia das vendas, o mesmo assistente esteve na sede da Sotheby’s, comunicando-se com Kashmira por telefone durante os lances.
A fonte ouvida pelo tabloide reforçou que o orçamento para a operação já estava planejado. Mesmo pagando valores acima do estimado, Kashmira teria considerado a operação um sucesso. “É claro que Kashmira aprecia o quanto Freddie era adorado no mundo todo”, afirmou o interlocutor. Mas também teria ficado desconfortável com a ideia de objetos importantes saírem do círculo íntimo da família.
Mary Austin foi uma das figuras mais próximas de Freddie Mercury até sua morte, em 1991. Freddie lhe deixou grande parte de seu espólio, incluindo a famosa casa Garden Lodge, em Londres. Já Kashmira, além de irmã, cuidou de preservar parte da memória do cantor, participando pontualmente de homenagens e reedições. A ação durante o leilão reacende discussões sobre a privacidade de artistas após a morte e os limites da memorabilia pública.
A Sotheby’s não comentou oficialmente sobre os compradores. Já Mary Austin, que justificou o leilão como um gesto de encerramento, também não se pronunciou sobre a movimentação da família.
O catálogo da Sotheby’s incluiu desde figurinos de palco até manuscritos de músicas como “We Are the Champions”. Muitos desses itens despertaram disputa acirrada entre colecionadores, elevando os lances bem acima do previsto.
A venda foi considerada histórica por especialistas, tanto pelo volume quanto pela natureza íntima dos objetos disponibilizados. Mesmo assim, parte desse material agora estaria de volta às mãos da família Bulsara. A decisão de Kashmira parece indicar um desejo pessoal de manter viva uma memória menos pública do irmão. E levanta uma questão delicada: quem deve, afinal, guardar a história de um artista como Freddie Mercury?
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