FTC processa Live Nation e sua subsidiária Ticketmaster, alegando que as empresas lucraram milhões com práticas de vendas consideradas ilegais, segundo ação movida nesta terça-feira pela agência e por sete estados norte-americanos.
No processo, a Comissão Federal de Comércio sustenta que as companhias inflaram preços de ingressos, cobraram taxas extras e firmaram acordos com revendedores que ferem a legislação. Entre as sete acusações listadas, o órgão destaca a suposta coordenação tácita com cambistas, que teriam adquirido milhões de ingressos no mercado primário para revendê-los com ágio expressivo na própria plataforma de revenda da Ticketmaster.
A queixa também aponta prática de “isca e troca”: anúncios exibiam valores menores que o total final pago pelo consumidor. Além disso, os limites de compra divulgados ao público seriam rotineiramente ultrapassados por brokers, apesar de a empresa declarar publicamente trabalhar contra esse tipo de atividade.
O presidente interino da FTC, Andrew N. Ferguson, afirmou que “o entretenimento ao vivo deve ser acessível a todos” e classificou a ação como passo decisivo para garantir preços justos. A iniciativa conta com o apoio dos procuradores-gerais de Virgínia, Utah, Flórida, Tennessee, Nebraska, Illinois e Colorado.
De acordo com a Comissão, a Ticketmaster detém mais de 80% das vendas de ingressos em grandes arenas e manteve forte presença no mercado secundário. Entre 2019 e 2024, consumidores gastaram cerca de US$ 82,6 bilhões com a empresa.
Live Nation e Ticketmaster ainda não comentaram publicamente a ação.