Hayley Williams e Jack Antonoff usaram um debate promovido pela Rolling Stone para denunciar o avanço de grandes empresas que, segundo eles, monopolizam o mercado de apresentações ao vivo e pressionam artistas e casas de médio porte.
No encontro, realizado em julho e publicado nesta semana, o líder do Bleachers questionou por que “atrair algumas centenas de pessoas” deixou de ser um sustento digno. “Você e sua banda não lucram, enquanto companhias que controlam todos os espaços registram bilhões”, afirmou, irritado.
A vocalista do Paramore concordou e apontou o efeito cascata nos negócios locais. Ela citou a rua preferida de Nashville, que estaria “obliterada” pela crise gerada pelos altos valores de aluguel e taxas cobradas por empresas de ticketing.
Antonoff sugeriu que a solução, “embora improvável”, seria as corporações aceitarem margens menores. “Quero que todo mundo no show se sinta humano do início ao fim”, disse, lembrando que, quando jovem, seguranças hostis eram rapidamente afastados para preservar o “clima” das apresentações.
O produtor tem questionado publicamente o preço dos ingressos desde o Grammy de 2023, quando comparou a compra de um carro on-line — com valor fixo — à impossibilidade de pagar o preço definido pelo artista em bilhetes que sofrem “precificação dinâmica”.
Nos Estados Unidos, o tema ganhou força após o Departamento de Justiça processar a Live Nation por suposta manutenção ilegal de monopólio. Paralelamente, a Comissão Federal de Comércio e sete estados acusam a Ticketmaster de atuar com cambistas para revender ingressos por valores inflacionados.
No Reino Unido, a prática também entrou na mira do governo depois que a turnê de reunião do Oasis expôs bilhetes considerados abusivos. O debate resultou em mudanças na própria Ticketmaster, que agora precisa avisar com antecedência quando aplicar preços escalonados.
