Jarvis Cocker critica nostalgia do Britpop e defende inquietação artística dos anos 90

Jarvis Cocker, vocalista do Pulp, voltou a comentar publicamente sobre o revival da década de 1990 no cenário musical britânico. Em entrevista recente à revista NME, o músico refletiu sobre o retorno do interesse por aquela cena, mas rejeitou o rótulo de Britpop como algo ainda útil.

O posicionamento veio no contexto do lançamento de “More”, novo álbum do Pulp, que chega após um hiato de 24 anos. Com lançamento pela Rough Trade, o disco marca a primeira colaboração com o selo e sucede um longo período de silêncio criativo da banda.

Em meio ao que parte da imprensa britânica chamou de “renascimento do Britpop” — com bandas como Suede, Oasis e Supergrass retomando atividades — Jarvis se mostrou cauteloso. Para ele, revisitar o passado apenas pelo apelo nostálgico não carrega relevância artística.

“O que me interessava não era a estética, nem o saudosismo. Era a urgência criativa daquele momento”, comentou. Cocker apontou que a vitalidade da década de 1990 residia na inquietação de artistas que buscavam romper fórmulas previsíveis.

O retorno do Pulp se desenhou de forma gradual. Em 2023, o grupo voltou aos palcos após mais de dez anos sem shows. Já em 2024, anunciou novo contrato com a Rough Trade, consolidando a retomada em estúdio.

Nos últimos concertos, a banda apresentou faixas inéditas como “Farmer’s Market”, “My Sex” e “A Sunset”. As canções apontam para um caminho mais atmosférico, sugerindo uma sonoridade menos direta que os hits de antigamente.

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