Um vídeo institucional do Departamento de Defesa dos Estados Unidos precisou ser retirado do ar após interferência do Metallica. O material utilizava a música “Enter Sandman” sem autorização da banda e foi publicado no perfil oficial do secretário Pete Hegseth.
Pouco depois da publicação, a equipe jurídica do grupo interveio, solicitando a remoção imediata por uso indevido da trilha sonora. A informação foi confirmada pelo site Louder, especializado em notícias sobre rock e heavy metal. O vídeo em questão promovia novos modelos de drones militares desenvolvidos pelo Exército norte-americano, com estética típica de propaganda armamentista.
O uso de “Enter Sandman”, faixa lançada em 1991 no álbum “Metallica”, gerou desconforto entre os representantes da banda. A música, uma das mais conhecidas do grupo, já foi amplamente usada na cultura popular, mas exige licença específica para fins institucionais. Após a notificação, o Departamento de Defesa republicou o vídeo sem a trilha sonora original. Segundo nota oficial enviada à imprensa, o próprio X (antigo Twitter) teria alertado o governo sobre a infração de direitos autorais.
“O vídeo foi removido, corrigido e reenviado”, disse um porta-voz do órgão militar, em declaração à imprensa americana. A prática de uso não autorizado de músicas por políticos dos EUA já gerou atritos com diversos artistas ao longo dos últimos anos. O próprio ex-presidente Donald Trump foi criticado diversas vezes por usar faixas sem consentimento em comícios e campanhas eleitorais.
Entre os artistas que protestaram publicamente estão nomes como Bruce Springsteen, Neil Young, Beatles e Beyoncé. A situação se agravou a partir de 2016, quando dezenas de músicos passaram a publicar comunicados contra o uso de suas obras em palanques políticos.
Alguns artistas, como Mick Jagger, Elvis Costello e Lorde, assinaram uma carta conjunta pedindo mudanças na legislação americana sobre direitos autorais. Eles defendem que qualquer uso público de música por campanhas políticas deve ser previamente autorizado pelos detentores dos direitos. No caso do Metallica, a reação rápida ilustra uma postura mais rigorosa da banda em relação à sua obra nos últimos anos.
Além da defesa jurídica, o grupo também investiu no controle de seu catálogo nas plataformas digitais e redes sociais.