Michael Lydon, jornalista que ajudou a moldar a cobertura da música rock no final dos anos 1960, morreu em 30 de julho, em Manhattan, aos 82 anos. A causa da morte, segundo informou sua esposa Ellen Mandel, foi complicações decorrentes da doença de Parkinson.
Considerado um dos nomes centrais na consolidação do jornalismo musical moderno, Lydon esteve entre os fundadores da revista Rolling Stone, criada em 1967 em São Francisco. Sua escrita combinava observação detalhada, acesso privilegiado e um olhar atento para as mudanças culturais que a música impulsionava naquele período.
Antes de se tornar referência no meio, Lydon viveu um episódio que ele mesmo classificaria como formativo. Ainda na universidade, publicou uma resenha negativa sobre os Beatles em um jornal estudantil, experiência que, segundo ele, serviu como aprendizado sobre crítica e contexto.
Nos anos seguintes, escreveu para veículos como Newsweek, The Boston Globe e The New York Times, sempre transitando entre coberturas de shows, entrevistas e perfis aprofundados. Essa atuação o colocou em contato direto com alguns dos artistas mais emblemáticos da época, como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Grateful Dead e Rolling Stones.
Lydon também foi um observador próximo das transformações em curso tanto na efervescente Londres dos anos 1960 quanto na cena de São Francisco durante o movimento da contracultura. Sua escrita buscava registrar não apenas a música, mas também o ambiente social e artístico que a cercava.
Além de jornalista, publicou livros e trabalhos acadêmicos, ampliando sua contribuição para o registro histórico do rock e da cultura pop. Mesmo com a evolução das plataformas e formatos de mídia, manteve o compromisso com a apuração e o relato minucioso, influenciando gerações posteriores de repórteres musicais.